Renan Calheiros sugere "Sebrae rural" e diz que ONU prevê Brasil como o maior produtor de alimentos



O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, sugeriu em discurso nesta quinta-feira (21) que o governo crie uma espécie de -Sebrae rural-, levando cursos ao homem do campo, para que ele melhore a qualidade de sua produção e de sua renda, a exemplo do que faz nas cidades o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para ele, a qualificação da mão-de-obra rural irá profissionalizar especialmente os pequenos e médios agricultores.

Ao discorrer sobre os avanços da agropecuária brasileira desde os anos 60, Renan destacou ao final que, na semana passada, foi divulgado o relatório anual de commodities da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Comércio (Unctad) vislumbrando um futuro excelente para a agricultura brasileira.

- O documento prevê que o Brasil, com 90 milhões de hectares de terras virgens e aráveis, tem potencial para se tornar o maior produtor agrícola mundial nos próximos 12 anos - afirmou.

A agricultura brasileira se modernizou e passou os 100 milhões de toneladas de grãos por ano apesar dos subsídios agrícolas dos Estados Unidos e da Europa aos seus produtores, dos vários planos econômicos do Brasil e dos juros elevados. O Brasil já é o nono exportador de alimentos do mundo e a situação econômico-financeira do país deve muito ao setor rural. No ano passado, lembrou Renan, a área rural gerou um saldo comercial de US$ 20 bilhões, respondendo por 29% da riqueza produzida no país, além de gerar 27% de todos os empregos.

Os maiores problemas do setor, no entanto, são os subsídios norte-americanos e europeus aos seus agricultores, assinalou o senador, lembrando que recentemente Brasil e Austrália se uniram na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra o protecionismo norte-americano aos seus produtores de algodão. Também nos últimos dias, o Brasil decidiu recorrer à OMC contra a política de subsídios para o açúcar da União Européia.

- Para se ter uma idéia de como o jogo é pesado, em junho noticiou-se que os Estados Unidos deram US$ 5 bilhões de subsídios aos seus produtores de algodão, além de subsídios anteriores. Esse não é um caso isolado. Há, em média, US$ 200 bilhões por ano para serem gastos em subsídios no eixo EUA-União Européia - lamentou o senador.

Apesar disso, ele observou que alguns analistas internacionais começam a contestar a eficácia dessa política dos países ricos. Esses analistas entendem que, no final, tais medidas estão empobrecendo os pequenos agricultores e enriquecendo os grandes fazendeiros e as empresas gigantes do agronegócio internacional, explicou.



21/08/2003

Agência Senado


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