Renan defende recurso contra decisão do STJ que valida convenção do PMDB em 2004



Pouco antes de participar da reunião da Executiva do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu o encaminhamento de um recurso contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reconheceu a validade da convenção de 2004, que determinou que o partido teria candidato à Presidência da República nas próximas eleições. Em 2004, ficou decidido que qualquer alteração necessitará de 2/3 dos votos dos convencionais para ser aprovada.

- Isso não é democracia, isso é ditadura. Não se pode impor isso a um partido. Tem sim que haver um recurso contra essa decisão do STJ - afirmou.

Por 13 votos a 2, a Executiva do PMDB decidiu pela realização de uma convenção extraordinária do partido no próximo dia 13 de maio, para decidir sobre o lançamento ou não de candidatura própria à Presidência da República. Renan comemorou o resultado e disse que quanto mais cedo a convenção for realizada, melhor.

- O PMDB tem que decidir logo se quer ter candidato próprio ou se quer fazer alianças nos estados, que parece ser o que todos preferem. O partido hoje quer ficar livre. É isso que o PMDB quer. Se havia uma convenção que mandou fazer, mas que não se realizou, não tem como validar isso. Uma decisão que foi tomada com maioria simples não pode ter que ser alterada com 2/3 dos votos - avaliou.

Para o líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), a exigência de 2/3 dos votos não tem nenhuma validade. "Isso é uma conversa para boi dormir. Cada vez que é feita uma convenção, ela anula a outra. Os 2/3 foram decididos por maioria simples, portanto não estavam qualificados para decidir isso", afirmou.

A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, disse que a revista Veja tinha em mãos o documento de um juiz do Mato Grosso do Sul negando que o pré-candidato Anthony Garotinho tivesse alugado um jatinho pertencente a um traficante. Ela acusou membros do partido de estarem aceitando cargos no governo para inviabilizar a candidatura de Garotinho e a existência de uma estratégia montada pela imprensa para destruir a imagem pública do seu marido.

Para Rosinha, a decisão do STJ foi uma vitória. Ela disse que o presidente do PMDB, Michel Temer, vai anunciar amanhã (4) a data da convenção oficial e lembrou que a antecipação para 13 de maio, aprovada pela Executiva do PMDB, só terá validade se obtiver 2/3 dos votos dos convencionais.

- Fora isso vai valer a convenção de 2004, que a Justiça garantiu hoje. Dois terços foi o que o STJ decidiu. Quem quiser brigue na justiça - concluiu.

03/05/2006

Agência Senado


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