Renan diz que pensa como Lula em relação à crise com a Bolívia
No exercício do cargo de presidente da República, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou nesta quinta-feira (11) que sua opinião a respeito do conflito diplomático existente entre o Brasil e a Bolívia é a mesma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Renan foi indagado sobre as últimas declarações do presidente boliviano, Evo Morales, de que não indenizará empresas petrolíferas afetadas por seu decreto de nacionalização.
Evo Morales deu as declarações em Viena, onde se encontra participando da IV Cúpula da América Latina e Caribe/União Européia, ao lado do presidente Lula e de outros chefes de Estado. De acordo com agências de notícias, o presidente boliviano acusou a Petrobras de manter contratos ilegais e inconstitucionais em seu país.
- Esse é um assunto de Estado, que está sendo conduzido pelo presidente Lula, e eu sou solidário com o que ele pensa - disse Renan Calheiros, ao ser abordado pela imprensa.
Na mesma entrevista, Renan disse que responde interinamente pela Presidência da República pelo prazo de três dias e que se conduzirá com humildade e responsabilidade nesse período. Indagado sobre quando a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, assumirá essa interinidade, Renan disse que na eventualidade de outra viagem de Lula ele se esforçará até para sair do país, a fim de que ela possa assumir interinamente o Palácio do Planalto.
Os jornalistas também perguntaram ao presidente se ele recebeu a lista apresentada por Maria da Penha Lino, ex-funcionária do Ministério da Saúde, contendo os nomes dos 81 parlamentares suspeitos de se beneficiarem de licitações fraudulentas na compra de ambulâncias com dinheiro do Orçamento federal. Renan respondeu que recebeu e enviou a lista para a Corregedoria do Senado, a quem cabe providências nesse assunto.
- Recebi, não li e mandei para a Corregedoria. Não concordo com pré-julgamentos - afirmou.
O presidente da República interino foi ainda questionado sobre a informação de que o Palácio do Planalto desejava fazer sua integral segurança, mas que o presidente em exercício do Senado, Tião Viana, teria autorizado apenas a presença de alguns agentes do Poder Executivo na Casa. Renan respondeu que isso não era relevante e que não precisava de segurança nenhuma.
11/05/2006
Agência Senado
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