Renan reafirma que não pensa em licenciar-se



O presidente do Senado, Renan Calheiros, voltou a afirmar na manhã desta quinta-feira (20) que não pensa em licenciar-se do cargo, até porque foi inocentado no julgamento em que a Casa decidiu se cassava ou não seu mandato. "Como é que se tira o presidente do Senado, que é inocente?", questionou ele, ao ser indagado pelos jornalistas sobre a possibilidade desse afastamento temporário da Presidência da Casa.

- Licença? Eu nunca pensei em tirar licença, nunca pensei em me afastar. Eu disse para vocês que isso não faz parte da minha personalidade. Eu vou provar minha inocência onde quer que haja necessidade de prová-la. Essa sempre foi minha disposição e será sempre a minha disposição. Na democracia, a maioria decide e a minoria compreende, aceita - destacou.

Renan foi indagado sobre a quarta representação contra ele ajuizada pelo PSOL e que ainda não foi encaminhada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Quando um jornalista perguntou se ele está tranqüilo em relação a essa representação, Renan emendou a frase do repórter utilizando a seguinte resposta: "com a quarta, com a quinta, com a sexta. Eu sou inocente. A inocência vale muito". O mesmo jornalista indagou se a inocência, então, já preponderou.

- No julgamento, já. O que acabapreponderando é a inocência, é a verdade. Eu sou inocente, vocês sabem que eu sou inocente. Isso é uma coisa que não vai prosperar muito [a pressão para ele se licenciar] porque ela está diante da inocência de alguém. Como é que se tira o presidente do Senado, que é inocente? É essa pergunta que hoje o Brasil se faz - garantiu.

Na mesma entrevista, Renan disse que não vê dificuldade para a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC), em votação na Câmara, que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O texto-base da proposta foi aprovado em primeiro turno de votação pelos deputados na quarta-feira (19). Faltam ainda a apreciação dos destaques e das emendas e também a votação da PEC em segundo turno na Câmara. Apenas depois disso a matéria será remetida ao Senado, onde se prevê que a oposição trabalhará por sua rejeição. Renan mostrou-se otimista com a perspectiva de aprovação da proposta.

-A CPMF é de interesse do país, não é de interesse do governo. A quem interessa quebrar a estabilidade econômica e diminuir o número de carteiras assinadas e de empregos? A quem interessa acabar com o Bolsa-Família? R$11 bilhões da CPMF são do Bolsa-Família. Essas coisas acabarão preponderando, como eu dizia quando falava: "Olha, a inocência vai preponderar. Eu sou inocente. Vocês vão ver que eu sou inocente". Até que a inocência preponderou - relembrou o presidente do Senado.



20/09/2007

Agência Senado


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