Renan se afasta depois de cinco meses de acusações



Cinco meses depois da crise deflagrada por matéria em que a revista Veja o acusava de pagar a pensão alimentícia de uma filha menor mediante os favores de uma empreiteira, Renan Calheiros licencia-se da Presidência do Senado por 45 dias. Em meio às acusações de quebra de decoro, vários senadores fizeram pronunciamentos em Plenário recomendando a Renan que se afastasse do cargo. Renan Calheiros respondia sempre que era inocente, que nada em contrário havia sido provado e por isso não havia razão para deixar a Presidência. O pedido de afastamento vem ao encontro de vários movimentos de seus aliados para convencê-lo de que o melhor era licenciar-se a fim de continuar respondendo às outras representações no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sem o desgaste de estar no cargo de presidente.

Eleito duas vezes para presidir o Senado, Renan passou seu primeiro biênio à frente da Casa domando a crise que marcou 2005 e 2006 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi o período em que o Senado enfrentou três comissões parlamentares de inquérito investigando o governo, sempre com Renan sustentando que a crise não enfraquecia a democracia nem o presidente da República.

Renan sai temporariamente do cargo na perspectiva de convencer o Senado de que os ilícitos que lhe atribuem consistem numa questão exclusiva de Vara de Família e não numa crise político-institucional, capaz de abalar a imagem do Senado. Este foi um período que Renan definiu como "calvário".

No exercício de presidente da Casa, Renan chegou a ocupar oPalácio do Planalto em razão de compromissos internacionais de Luis Inácio Lula da Silva. Os dois últimos anos foram o ponto alto da carreira parlamentar de Renan e também a sua maior guerra política.

Mesmo com a licença, o presidente Renan terá que enfrentar três representações já em apreciação no Conselho de Ética e uma outra - a que se refere às denúncias de espionagem e que envolve diretamente o ex-senador Francisco Escórcio - que ainda não foi avaliada pela Mesa.



11/10/2007

Agência Senado


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