REPORTAGEM DE VEJA SOBRE CAMPANHAS LEVA JOSÉ ALENCAR A PEDIR CRIAÇÃO DE CPI
- As informações não são verdadeiras. Preciso de uma CPI para que se apure a verdade - disse ele.
A operação citada pela revista teria resultado em injeção de R$ 23,6 milhões na empresa do senador. Entre 1994 e 1997 a Coteminas teria valorizado 3.500% e as ações teriam sido colocadas no mercado em dezembro de 1998, dois meses após campanha presidencial que reelegeu Fernando Henrique Cardoso. A Coteminas, conforme a Veja, vendeu e doou camisetas para a campanha e o presidente da Funcef por ocasião da operação de compra das ações era José Fernando de Almeida, apadrinhado do ex-secretário geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas Pereira.
Em carta já enviada ao vice-presidente editorial da Editora Abril, Thomaz Souto Correia, José Alencar disse que lamenta não ter sido procurado pelo jornalista que escreveu a matéria, afirma que os fatos são outros e que a matéria provoca danos à sua empresa.
- O lançamento de ações da Coteminas no mercado nada teve a ver com a campanha presidencial. Ele não foi feito em 17 de dezembro de 1998, como diz a reportagem, mas em dezembro de 1997 - afirmou, mostrando matéria do jornal Gazeta Mercantil do período em comprovação.
Os valores divulgados pela revista também não correspondem à verdade, continuou o senador. Segundo ele, é inverídica a informação publicada de que as ações valiam R$ 0,16 e foram subscritas a R$ 0,41. "Na verdade, a cotação de cada ação da Coteminas no mercado, em dezembro de 1997, estava em R$ 0,39 e a subscrição foi em valor inferior, de R$ 0,37", disse. Outra inverdade da matéria, ressaltou José Alencar, refere-se à valorização da empresa.
- As ações da empresa não se valorizaram em 3.500% de 1994 a 1997. Valorizaram-se em 58%, conforme os boletins da bolsa - disse. Finalmente, o senador registrou que não apenas a Funcef subscreveu ações da Coteminas, mas inúmeros outros investidores nacionais e internacionais. Confessando-se "engasgado" com a reportagem, o senador afirmou que saiu dos negócios para lançar-se na vida pública para trabalhar para o país "e não para fazer negócios escusos" e insistiu na criação de uma CPI.
21/11/2000
Agência Senado
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