REPRESENTANTE DE ONG DENUNCIA DEPREDAÇÃO AMBIENTAL NA BAHIA
- No local havia salinas no passado, mas o manguezal voltou a crescer. Hoje uma área que teve autorização do Ibama para ter meio hectare destinado à criação de camarões tem 12 hectares destinado a esse fim - informou, relatando já ter denunciado a situação ao próprio Ibama e ao Ministério Público.
Antônio Carlos do Prado, diretor de recursos naturais do Ibama, afirmou que a denúncia de Michel de Almeida está sendo investigada pelo órgão e pediu cópias dos documentos apresentados pelo representante da ONG à comissão para levar à diretoria do Instituto. Segundo Prado, o trabalho do Ibama vem garantindo a preservação dos manguezais, mas o diretor defendeu a flexibilização na forma como as áreas de preservação permanente devem ser mantidas. "Precisamos ter certeza da garantia da sobrevivência do mangue e, ao mesmo tempo, garantir a atividade econômica da região", afirmou.
O senador Tião Viana (PT-AC) destacou a necessidade de se encontrar um ponto de equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação ambiental. O senador Luiz Pontes (PSDB-CE) considerou que a denúncia de Michel Almeida demonstra falha gritante na fiscalização do Ibama e defendeu a necessidade de haver fazendas bem fiscalizadas e usando alta tecnologia na criação de camarões.
A senadora Emília Fernandes (PDT-RS) disse que o incentivo às fazendas de camarões podem fortalecer a concentração de renda no país. Segundo o representante do ministério da agricultura, Raul Madrid, a construção de um viveiro custa, em média, R$ 20 mil sendo que 85% dos produtores de camarões são considerados pequenos produtores, com propriedades de até 30 hectares. A classificação de tal propriedade como pequena foi questionada pelo senador Osmar Dias (PSDB-PR), presidente da comissão.
05/04/2000
Agência Senado
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