Representantes da sociedade Civil cobram diagnóstico mais profundo sobre direitos humanos



Representantes da sociedade e do governo brasileiro elogiaram nesta quarta-feira (14), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), o protagonismo do Brasil no tema direitos humanos e a transparência do processo de elaboração do Relatório Nacional para o mecanismo de Revisão Periódica Universal, mas cobraram maior profundidade às analises do documento.

Daniella Hiche, que integra o Comitê Brasileiro de Direitos Humanos e Política Externa, ressaltou que o documento peca por apenas listar ações do governo no setor e não apresentar um diagnóstico da situação dos direitos humanos no país. Ela também pediu a inclusão de dados mais concretos sobre esse problema.

- Houve realmente uma série de avanços, mas o documento peca na análise em termos de diagnóstico. Não aponta como esses avanços se relacionam com os compromissos assumidos pelo Brasil - afirmou.

Já Luis Gustavo Magnata, Advogado do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), elogiou a iniciativa da comissão de direitos humanos de dar espaço a sociedade civil e de o governo de abrir o documento para consulta pública, mas pediu a criação de mais instâncias de diálogo entre os diversos setores da sociedade.

- Entre um ciclo e outro há um período de quatro anos. É preciso espaços para dialogar ao longo dos quatro anos sobre esse mecanismo porque aí o relatório passa a ser também mais coerente com a visão da sociedade civil. - disse.

Ele citou como exemplo a ampliação da participação da sociedade civil no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH. Criado em 1964, o conselho tem por principal atribuição receber denúncias e investigar, em conjunto com as autoridades competentes locais, violações de direitos humanos de especial gravidade com abrangência nacional.

Monitoramento

Maria do Rosário, que é a ministra de Estado da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, afirmou que com a criação de um Sistema Nacional de Indicadores em Direitos Humanos, previsto para o próximo ano, ficará mais fácil o trabalho de monitoramento contínuo e a transparência das ações governamentais.

O principal órgão de coordenação para o desenvolvimento dos indicadores é o Comitê de Estatísticas Sociais, vinculado ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ela, o foro tem trabalhado no aprimoramento das informações estatísticas oficiais, de forma a incluir a perspectiva de direitos humanos em diversos indicadores sociais.



14/12/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mozarildo quer diagnóstico mais profundo sobre médicos e estrutura da saúde

Governo e sociedade discutem relatório sobre direitos humanos no Brasil

Comissão de Direitos Humanos enviará representantes à COP 15

Rio+20 terá grupo de diálogo sustentável com 70 representantes da sociedade civil

CDH inicia visita ao Maranhão ouvindo representantes da sociedade civil

Conheça os representantes da sociedade civil no Conselho de Transparência do Senado