Requião critica a criação de empresas gestoras de hospitais
O senador Roberto Requião (PMDB-PR), em pronunciamento nesta quarta-feira (16), aconselhou a presidente Dilma Rousseff a não criar empresas gestoras de hospitais, dizendo que fazia uma crítica construtiva com o objetivo ajudar a evitar que o sistema de saúde "entre num pantanal em função de um erro".
- Logo após a Emenda 29, vamos precisar das emendas 30, 31 e 32, porque o que se está propondo hoje, com a criação desta empresa gestora de hospitais universitários, é a antevéspera do caos - afirmou.
Requião lembrou que quando governou o Paraná teve problemas com empresas públicas e fundações universitárias devido à disparidade salarial e contratações irregulares entre outras questões que, segundo ele, tornaram a situação caótica.
Por falta de hospitais públicos, advertiu o senador, os hospitais universitários se transformaram inadequadamente em extensões do Sistema Único de Saúde (SUS), quando o papel que lhes cabe deveria ser o didático-pedagógico, voltado à pesquisa e vinculado à universidade. Ele criticou a proposta de criação de uma empresa gestora para resolver o problema de 27 mil contratos irregulares em todo o país.
- Vai-se por água abaixo a autonomia universitária. Deixam de ser hospitais universitários e se consagra essa estrutura voltada ao SUS - lamentou.
Requião indagou o que vai acontecer com os médicos, enfermeiras e trabalhadores do SUS, que não são dos quadros de pessoal dos hospitais universitários, quando os reitores ou os conselhos de administração dessas empresas resolverem pagar salários de mercado aos profissionais que não são do SUS. Segundo ele, provocará "anarquia e confusão incontroláveis", selando o fim dos hospitais universitários e sacrificando o ensino da Medicina.
- O caminho correto seria fazer concurso público, colocar os hospitais para valer e fazer uma reformulação no miserável salário que os médicos recebem hoje no Brasil. Em vez de resolvermos um problema estamos criando uma confusão, que será potencializada pelos dissídios coletivos, pelos privilégios estabelecidos pelos conselhos deliberativos desta empresa - alertou.
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse, em aparte, que fica na dúvida em relação à eficiência na gestão daqueles hospitais.
16/11/2011
Agência Senado
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