REQUIÃO: DISCUTIR TETO DOS PODERES É INSENSIBILIDADE SOCIAL



A discussão sobre o aumento do teto salarial dos três Poderes é, na opinião do senador Roberto Requião (PMDB-PR), prova de insensibilidade social, "na medida em que o salário-mínimo encontra-se fixado em R$ 136". A situação é mais grave, acrescentou, quando o piso pago ao trabalhador brasileiro é comparado ao mínimo que se paga nos demais países do Mercosul: R$ 236, no Paraguai, R$ 338, no Uruguai, e R$ 376, na Argentina.
- Não seria oportuno o congelamento definitivo desses salários (dos magistrados), até que o salário-mínimo possa crescer de forma significativa, reduzindo essa brutal diferença entre o maior e o menor valor salarial no país ? - questionou o senador, propondo "um choque de consciência social" nos poderes Legislativo e Judiciário.
Para Requião, uma redução salarial para juízes e parlamentares poderia fazer com que estes entendessem melhor a realidade do povo. O senador acha compreensível que a população não aceite a concessão de aumentos salariais para estas categorias.
- Temos dois "brasis": O Brasil dos palácios de cristal, e outro, o Brasil do povo. Vivemos no mesmo país, mas não nos comunicamos. O povo não consegue fazer com que a sua voz chegue às elites. O povo só escuta a voz das elites por intermédio da mídia privilegiada e financiada pelos grandes interesses empresariais e pelo próprio governo federal - lamentou.

02/03/2000

Agência Senado


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