REQUIÃO FAZ DENÚNCIA CONTRA EDUARDO JORGE
Citando reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, Requião explicou que tanto Eduardo Jorge quanto Ferreira, receberam cotas no valor de 10% e 5%, respectivamente, sem desembolsar nada. O ex-secretário deixou a empresa há 19 dias, justamente quando se instalou a crise política em torno do desvio de R$ 169 milhões da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. Eduardo Jorge prestou depoimento à subcomissão sob a acusação de manter ligação suspeita com o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo Nicolau do Santos Neto, até agora o principal responsável pelo desvio.
Conforme o senador, a participação de Eduardo Jorge na empresa (cujo capital social registrado é de apenas R$ 1 mil) tinha como objetivo a venda de debêntures (títulos de mais longo prazo) da DTC no valor de R$ 20 milhões. Os títulos, emitidos na modalidade não conversível em ações, estavam e ainda estão sendo oferecidos pela DTC a grandes fundos de pensão, entre eles a Previ (Banco do Brasil), da qual Ferreira é ex-conselheiro. Uma oferta foi feita ao ex-presidente do BB Alcir Calliari, atualmente dirigindo a GTD Participações, empresa criada pelos onze maiores fundos de pensão, tendo à frente à Previ.
Requião lembrou que Sila Chulman, diretora da DTC, é acusada de sacar dinheiro de uma conta fantasma alimentada com recursos provenientes de fraudes com títulos lançados pelos estados de Alagoas e Pernambuco com lastro em precatórios. Esses recursos alimentaram, de acordo com Requião, as campanhas de Cássio Taniguti e Antonio Belinati à prefeitura de Curitiba e Londrina. A DTC também foi acusada pelo senador de fazer um contrato em valor acima de mercado (R$ 798 mil) com o PFL para formação em recursos humanos.
O senador apelou à subcomissão para que ouça o ex-deputado Hélio Rosa, acusado "indevidamente" pela revista Veja de ter participado do desvio de verbas no TRT. Rosas está disposto a abrir seu sigilo bancário, além de permitir auditoria de seu patrimônio para provar que nada teve a ver com o desvio.
CIGARRO
Requião referiu-se ainda em seu discurso a um erro de português cometido em comunicado divulgado nos últimos dias pela Associação Brasileira das emissoras de Rádio e TV (Abert). Ali é dito que "passou desapercebida" medida provisória em vigor, permitindo censura prévia sobre a publicidade de milhares de produtos, inclusive cigarros. A palavra correta seria "despercebida".
09/08/2000
Agência Senado
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