Requião propõe alíquota zero para importação de produtos dos países do Mercosul
Somente dessa maneira, no entender de Roberto Requião, o Mercosul poderia iniciar uma nova trajetória em busca de um mercado estável. Ele acha também que o Congresso Nacional deve debater com maior profundidade o Mercosul, bem como a Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Roberto Requião, que é presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, disse que a alíquota zero incrementará o comércio entre os países do bloco, como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Por isso, observou, é necessário que o parlamento brasileiro abra um grande debate em torno do Mercosul, considerado por ele como um forte instrumento de união dos países latino-americanos.
Para ele, esse debate já teve início na comissão que preside, que debaterá novamente o tema na próxima terça-feira, com a presença de vários empresários. Até o final de setembro, a comissão, segundo informou o senador, deverá convidar o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, para falar sobre o assunto com os parlamentares que integram o colegiado.
O senador disse achar importante que o Congresso Nacional aprofunde os debates envolvendo o Mercosul e a Alca. A seu ver, o Senado e a Câmara não podem ficar fora do eixo das discussões, que classifica de importantes para o futuro dos países latino-americanos. "O Parlamento brasileiro tem que discutir com seriedade o Mercosul e sugerir alternativas concretas para que o bloco econômico tenha sucesso", alertou Roberto Requião.
O presidente interino do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), elogiou a escolha de Roberto Requião para presidir a Comissão do Mercosul e manifestou a certeza de que o colegiado terá todas as condições de debater com profundidade as questões do bloco econômico e apresentar saídas concretas para o fortalecimento do mesmo.
Vários senadores, em aparte, também preconizaram o fortalecimento do Mercosul e elogiaram a criação da comissão. A senadora Emilia Fernandes (PT-RS), por exemplo, sugeriu que o colegiado debata também a questão da Amazônia e a política de fronteiras, entre outros assuntos. Tomaram parte dos debates ainda os senadores José Fogaça (PMDB-RS), Fernando Bezerra (PTB-RN), Tião Viana (PT-AC), Lúdio Coelho (PSDB-MS) e José Alencar (PMDB-MG).
Na mesma ocasião, Roberto Requião pediu a transcrição nos Anais da Casa do artigo da escritora Rose Marie Murado, publicado nesta quinta-feira no jornal Correio Braziliense, abordando o ataque terrorista contra os Estados Unidos. Para Requião, a escritora retratou os motivos do ataque e lembrou que não é possível ter paz global diante de tanta marginalização dos povos.
13/09/2001
Agência Senado
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