Requião solidariza-se com procuradores que Investigam campanha para prefeito de Curitiba



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) solidarizou-se nesta segunda-feira com o Ministério Público do Paraná que, segundo ele, estaria sendo pressionado pelo governador do Estado, Jaime Lerner, e pelo PFL, em virtude das investigações de um suposto "caixa dois" mantido durante a campanha para reeleição do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, em 2000. Ele informou que os procuradores de Justiça foram notificados a não dar informações a respeito do "processo de corrupção" que teria ocorrido naquela eleição.

Segundo Requião, os procuradores estão sendo acusados de terem repassado documentos para o PMDB, quando foi o próprio partido a fonte das informações encaminhadas ao Ministério Público.

- A eleição para a prefeitura de Curitiba foi estranhíssima. Eles apresentaram uma contabilidade de dois milhões, novecentos e poucos reais e, de repente, depois de uma cisão interna do grupo governista, surgiu uma contabilidade paralela de R$ 32 milhões e notícias de que outros comitês financeiros teriam mobilizado mais R$ 20 milhões. Cinqüenta milhões de reais em uma eleição municipal! - afirmou Requião.

O senador pelo Paraná lembrou que na época da campanha eleitoral, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, foi a Curitiba e garantiu que a eleição não estava perdida, embora as pesquisas apontassem que o candidato do PT, Ângelo Vanhoni, tinha 56% das intenções de voto.

- Ganharam a eleição... Compraram a eleição - acusou Roberto Requião.

O escândalo eleitoral no Paraná, segundo Requião, começou em Londrina, com a eleição do prefeito Antonio Belinati. Cassado por improbidade administrativa, Belinati responde a processos por desvio de dinheiro público.

- O escândalo teve prosseguimento em Maringá, onde o também prefeito Jairo Gianoto foi deposto, preso e tem os bens indisponíveis. Onde o governador Jaime Lerner põe a mão, temos um escândalo eleitoral - afirmou o senador.

Roberto Requião chamou atenção para o resultado da perícia realizada esta semana pela Polícia Civil do Paraná, que legitimou documentos do caixa dois da campanha de Taniguchi, atestando que teriam sido redigidos pelo tesoureiro geral da campanha do PFL, Mário Lopes Filho.

- Hoje já sabemos: o dinheiro da corrupção foi usado. Só não sabemos de onde saiu. E esta é a tarefa enfrentada agora com decisão pelos procuradores de Justiça do meu estado - afirmou.

26/11/2001

Agência Senado


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