REQUIÃO: EMPRESA DE CURITIBA QUE MULTA MOTORISTAS VIABILIZA "CAIXA DOIS"
A empresa que vem fazendo a fiscalização eletrônica no trânsito de Curitiba, com câmeras ocultas que permitem a emissão de multas por excesso de velocidade, "é ligada ao governador do Paraná e ao prefeito da capital", denunciou em plenário o senador Roberto Requião (PMDB-PR). Ele acredita que a empresa participa de um esquema para viabilizar "um caixa dois para as próximas eleições".Depois de questionar "a privatização das multas de trânsito", Requião disse que existem placas entre o centro de Curitiba e o aeroporto com diferentes velocidades, o que confunde os motoristas e provoca multas. "É preciso ser piloto de rali para não ser apanhado pelas câmeras, verdadeiras armadilhas" criadas, na sua opinião, para aumentar a arrecadação com multas.- É uma quadrilha que está fiscalizando o trânsito de Curitiba - opinou. Roberto Requião informou ao plenário que protestou contra a instalação das câmeras ocultas e acabou sendo objeto de uma reclamação judicial por parte do prefeito da cidade, Cássio Tanigushe. Acrescentou que estava viabilizando uma lei de iniciativa popular para regular a aplicação das multas, mas "um juiz irresponsável" autorizou a PM e oficiais de Justiça a "invadirem a sede do PMDB" em Curitiba e levaram até mesmo as listas de abaixo-assinado para apresentação do projeto de lei.O senador paranaense criticou ainda o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, por ter permitido a prorrogação do prazo, fixado por resolução do Senado em 30 de junho, para privatização do banco do estado do Paraná. Também baseado no parecer de um assessor, Armínio também permitiu a prorrogação da data (30 de junho) para que o governo adquirisse do banco estadual títulos emitidos para pagamento de precatórios. Requião informou que parecer técnico da Assessoria do Senado garante ser mulo de pleno direito qualquer ato do Banco Central depois de vencido o prazo dado para a privatização do banco do estado.
04/08/1999
Agência Senado
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