Ricardo Ferraço defende voto facultativo e cobra debate



Em pronunciamento nesta quinta-feira (4), o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) defendeu a adoção do voto facultativo, e disse que o tema precisa ser incluído na agenda política que mobiliza o Congresso Nacional. Ele questionou a obrigatoriedade do voto no Brasil, e disse que essa questão poderia ser decidida em plebiscito pela população.

Ferraço é autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2012, que altera o parágrafo 1º do artigo 14 da Constituição para estabelecer o voto facultativo no país. A proposta aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Ferraço afirmou que a sociedade brasileira, além de não aceitar mais o atual sistema político, também não acredita nos partidos e não se sente legitimamente representada no Parlamento, como demonstram as manifestações populares em curso no país.

Ferraço disse ainda que a sociedade espera contar com um Estado eficiente que ofereça serviços de qualidade, e que o voto não deve ser compreendido como uma “obrigação”, mas como uma “conquista” do cidadão que desejar exercê-lo.

- Uma reforma política adequada terá capacidade de impulsionar o Estado na direção de sua eficiência e oferecer resposta efetiva às políticas públicas - afirmou.

O senador lembrou que, no Brasil, o voto é obrigatório desde 1932, época em que o Estado era considerado o condutor político do cidadão. Ele observou, no entanto, que a Constituição de 1988 consagra a supremacia do povo sobre o Estado, o que aponta a necessidade de debate sobre o tema.

- Precisamos analisar o voto obrigatório nos dias atuais. Não é a obrigatoriedade que motiva a participação política ou o exercício da cidadania, que nasce da consciência política e da clareza do poder do voto – afirmou.

Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que a presidente Dilma Rousseff  “está vivendo em um deserto de inteligência “ e que em poucos dias o governo cometeu “duas lambanças e equívocos”, referindo-se à proposta de assembléia constituinte exclusiva, “que teve duração de um dia”, e o plebiscito para a reforma política, “que nasceu com morte anunciada”.

Para o senador Pedro Taques (PDT-MT), a reforma política tem que ser feita pelo Congresso. Já o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) afirmou que é preciso “encontrar solução para o que é premente, que afeta a população no dia a dia e está no centro das manifestações da sociedade”.



04/07/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ricardo Ferraço defende voto facultativo

Ricardo Ferraço defende debate técnico sobre questões polêmicas do Código Florestal

Ferraço quer que Plenário analise PEC do voto facultativo

Ricardo Ferraço cobra fortalecimento da Embrapa

Ricardo Ferraço anuncia que apresentará voto em separado para reforma administrativa

STF nega pedido de Ricardo Ferraço para voto aberto em processo de perda de mandato