Rita pede apoio às mulheres gaúchas









Rita pede apoio às mulheres gaúchas
A candidata foi o centro das atenções em Santa Rosa, Santo Ângelo e Ijuí, onde esteve ontem

Disputada por candidatos e militantes, principalmente mulheres, a peemedebista Rita Camata, que concorre a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), distribuiu beijos, abraços e tirou incontáveis fotos com simpatizantes em Santo Ângelo e Santa Rosa, no noroeste do Estado, onde esteve ontem, acompanhada do candidato ao Piratini, Germano Rigotto.

Desde o desembarque no aeroporto regional de Santo Ângelo até a saída do CTG 20 de Setembro, onde almoçou, Rita parou para saudar eleitores, apertar a mão de homens e beijar as mulheres, provocando alvoroço na militância. As atenções se focaram tanto na mulher de estatura baixa, cabelos loiros e olhos claros, que Rigotto chegou a pedir um espaço:

– Só um pouquinho, posso cumprimentá-los agora? Tudo bem que a Rita chegou, mas por isso vão me abandonar?

No palco do CTG, em Santo Ângelo, Rita dançou ao som dos jingles de Serra e de Rigotto e foi levada de um lado a outro no salão por candidatos à Câmara Federal. Polida no discurso, sem fazer críticas dirigidas aos adversários, a candidata limitou-se a dizer que Serra é o que está melhor preparado para assumir a Presidência da República.

Em um ato público no centro de Santa Rosa, a peemedebista conclamou as mulheres a elegerem a coligação Grande Aliança:

– Os maridos, filhos e irmãos que me perdoem: mulheres, conto com vocês para fazer a diferença.

Rita e Rigotto visitaram um posto de saúde na periferia da cidade e o Parque de Exposições, onde está sendo realizado o 19º Encontro Estadual de Hortigranjeiros. Experimentaram doces e produtos coloniais e passearam de carro aberto pelo Centro. A candidata, que utiliza como uma das bandeiras o fim das diferenças sociais, visitou também o Lar do Idoso, asilo que se incendiou duas vezes no início do ano.


Frente Popular anuncia processos
Coligação de Tarso acionará Britto, deputados de oposição e testemunha em razão de programa

Será judicial o contra-ataque da coligação Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN) ao programa da candidatura de Antônio Britto (PPS) com imagens de depoimento da agente de viagens Maria Angela Fachini à subcomissão da Assembléia Legislativa que apura as relações da empresa Pangea Turismo e do governo do Estado. O programa foi ao ar na noite de quarta-feira.

No depoimento, Maria Angela acusou o candidato do PT a governador, Tarso Genro, de pagar em dinheiro à empresa, pertencente a Diógenes de Oliveira, pela viagem que o ex-prefeito fez à Europa. Documentos apresentados pelo PT ontem mostram que o pagamento foi em cheque.
Os coordenadores da campanha da Frente Popular anunciaram quatro medidas judiciais, uma delas contra a RBS TV, encarregada de gerar o sinal televisivo do horário eleitoral gratuito no Estado. O PT acusa a emissora de supostamente descumprir a decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que impedia a veiculação do programa da coligação O Rio Grande em 1º Lugar com imagens do depoimento.

O TRE informou na noite de ontem que a empresa não descumpriu ordem judicial, porque só foi comunicada oficialmente às 8h50min do dia seguinte ao da decisão do Pleno.

O coordenador jurídico da Frente Popular, Antônio Castro, afirmou que Tarso vai entrar com representações contra Britto e seu coordenador de campanha, Nelson Proença, por calúnia, nas acusações de que o ex-prefeito teria se beneficiado de processos contra o Estado. Tarso também processará Maria Angela por ter dito que o pagamento das passagens de uma viagem à Europa, compradas da Pangea, teria sido em dinheiro. Deputados da subcomissão serão alvo de processo por abuso de prerrogativa na convocação da testemunha e uso de dinheiro público para fins eleitorais.


PT promove manifestações no país
O PT promove hoje atividades em todo o país para firmar como marca de campanha o número 13, que identifica o partido e os candidatos da sigla junto à Justiça Eleitoral.

A convite da sigla, artistas plásticos vão desenhar com giz e cal os muros cedidos para a campanha nos principais municípios gaúchos. Militantes serão convocados a sair às ruas vestindo camisetas e bonés vermelhos e amarelos e a exibir cartazes e bandeiras nas esquinas.
À tarde, a Frente Popular (PT-PC do B-PMN-PCB) realiza uma plenária com representantes de entidades do movimento social que apóiam a candidatura de Tarso Genro (PT) a governador. O ex-prefeito de Porto Alegre estará presente à concentração.

A partir das 17h30min, o candidato encabeçará uma caminhada da sede municipal do PT, na Avenida João Pessoa, ao Largo Glênio Peres, com o lema “Os Movimentos Populares Dizem Sim ao Rio Grande”.


Lula tem encontro com militares no Rio
A partir das 11h de hoje, o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião e almoço com representantes da Escola Superior de Guerra, no Hotel Glória.
Em seguida, às 15h, Lula participa de evento no Clube dos Militares (Praça Marechal Ancora). Em ambos os encontros, o candidato deve falar sobre seus planos de governo para o setor. As informações são do site do candidato.

A partir das 20h, dentro da programação da mobilização nacional que a campanha Lula Presidente organizou para hoje – o Pinte o 13 –, Lula participa de comício em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O Pinte o 13 consiste em atividades de campanha por todo o país, com a finalidade de divulgar o número do candidato e do partido, o 13. Lula deverá retornar a São Paulo ainda na noite de hoje.

A entrevista de Lula ao jornal O Globo, na série que o diário está realizando com os candidatos à Presidência, será realizada no Rio no dia 20, às 15h.

Para tentar conquistar o apoio dos militares arredios em relação à sua candidatura, o candidato presidencial tucano José Serra procurou ontem o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, e defendeu mais investimentos nas Forças Armadas para reaparelhar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
Na conversa com o candidato do PSDB, Quintão aproveitou para falar de sua preocupação com o enxuto orçamento das Forças Armadas, velha queixa dos militares reiterada pelo ministro ao presidente Fernando Henrique Cardoso.


Celso Bernardi o candidato por ele mesmo
“Eu estudava e cortava cana”

O depoimento de Celso Bernardi, do PPB, dá seqüência à série de perfis dos candidatos ao governo do Estado. A ordem de publicação obedece ao critério da posição do candidato na mais recente pesquisa do Ibope. O perfil é um relato do candidato com os principais fatos de sua trajetória, da infância até o início da militância política.

Bernardi, 59 anos, foi deputado estadual (1986-1990) e deputado federal (1990-1994). A seguir, os principais trechos do depoimento:

O petiço e a bicicleta
Sou filho único do agricultor Félix Bernardi e da dona de casa Thercilia Cereser Bernardi. Nasci em 25 de abril de 1943, no então distrito de Augusto Pestana, de Ijuí, que depois se transformou em município. Vivi ali até os quatro anos, quando meu pai se mudou para Inhacorá, na época distrito de Santo Ângelo, onde comprou um moinho. Minhas primeiras brincadeiras de criança foram nas bicas d’água desse moinho. Eu dava banho no meu cavalo de pau, feito de cabo de vassoura. Certa vez, aos cinco anos, quase morri afogado ao cair da bica dentro de um açude.

Depois, minha família foi morar no interior de Chiapeta. Meu pai comprou um alambique e 25 hectares de terra. Morei ali até os 14 anos. Sonhava em ter uma bicicleta, mas percorria os cinco quilômetros até a escola num cavalo petiço. Estudava e trabalhava ju nto com os peões, cortando cana para fazer cachaça. Não tínhamos rádio, e as notícias eram dadas por um vizinho mais abastado. Me lembro do dia (24 de agosto de 1954) em que meu pai escutou no rádio e chegou contando que o presidente Getúlio Vargas havia morrido.

Minha mãe queria que eu fosse padre, e meu pai, que eu fizesse carreira militar. Eu queria mesmo era ser caminhoneiro. O caminhão e o trator exerciam fascinação nas crianças. Meu avô materno, Humberto Cereser, tinha um Ford modelo 29. Mas aprendi a dirigir já adulto, num fusquinha. E só ganhei minha bicicleta aos 11 anos. E era uma bicicleta usada.

O discurso para o bispo
Com 14 anos, saí pela primeira vez de Chiapeta e fui estudar no ginásio em Santo Ângelo. Fiquei como interno do Colégio dos Irmãos Maristas entre 1958 e 1959. Ajudava a pagar meus estudos cuidando do bolicho do internato. Foi ali que um teste vocacional me mostrou que eu deveria ser jornalista, professor ou advogado. Só não consegui ser jornalista.

Em 1959, iniciei a militância como líder estudantil, quando me elegi presidente do grêmio da escola. Um ano depois, cheguei à presidência da União dos Estudantes de Santo Ângelo. Era gerente do bolicho, jogava futebol e tudo isso me assegurava uma certa liderança. Em 1962, me elegi vice-presidente da União Gaúcha de Estudantes Secundários (Uges).

Na Faculdade de Direito, presidi o centro acadêmico. Descobri muito cedo minha vocação como orador. Fui orador da turma do ginásio, do curso de Técnico em Contabilidade e da turma do curso de Direito, de 1968, ano em que me casei com a professora Marlene. Sempre fui muito metido a fazer discursos. Com 15 anos, discursei na Igreja, em Chiapeta, para saudar o bispo de Uruguaiana, Dom Luiz Felipe de Nadal, que participava de uma crisma. Lembro-me de uma lição de oratória de Carlos Lacerda (então governador do Estado da Guanabara, hoje Estado do Rio) num congresso de estudantes em Curitiba. Lacerda foi recebido com vaias. Mas fez o discurso e terminou aplaudido.

A primeira viagem de trem
Nas férias, retornava a Chiapeta e meu pai me fazia trabalhar, cortar cana, fazer cachaça, carpir (capinar), cuidar das vacas. Viajava num ônibus pinga-pinga (que vai fazendo paradas) e levava meus trabalhos manuais para minha mãe. Eram coisas feitas com palitos de fósforos, caixinhas. Lembro-me da alegria dela ao me ver chegar em casa com aquilo. Depois do internato, morei numa república com cinco colegas, com os quais era sócio de uma motocicleta e de uma lambreta. Nos revezávamos para ir ao cinema Cisne e namorar. Eu lia muito os clássicos. Quando decidi ler Os Sertões, de Euclides da Cunha, tive que correr e comprar um dicionário para entender o texto. Lia Eça de Queiroz, José de Alencar. Guardo até hoje o caderno em que anotei os 170 títulos dos livros que li. Minha primeira viagem para Porto Alegre foi em 1960, com 17 anos. Viajei de trem para assistir a um Gre-Nal em que o meu time, o Internacional, perdeu. Saímos de manhã e chegamos no outro dia de manhã a Porto Alegre.

Em 1962, deixei meu pai em estado de choque, porque ele era fanático pelo Ildo Meneghetti (ex-governador, do PSD), e eu fiz campanha a governador para Fernando Ferrari (do MTR). Gostava muito do Ferrari como orador e pensador. Ele me inspirou como orador, assim como Ruy Ramos, Leônidas Ribas, José Alcebíades de Oliveira (deputados), João Augusto Rodrigues (advogado de Santo Ângelo) e Carlos Wilson Schroeder (ex-prefeito do município). Me criei vendo meu pai, que depois acabou optando pelo PL, batendo boca com meus tios, que eram do PRP.

As lições da greve de 1979
Sempre fiz política estudantil sem vínculos partidários. Só em 1972 me filiei à Arena. Em 1963, passei no vestibular para Direito, em Santo Ângelo, e me formei em 1968. Também a partir de 1963, passei a lecionar e assumi como secretário da Escola Presidente Getúlio Vargas. Com o hoje deputado Valdir Andres, criamos o jornal A Tribuna, em Santo Ângelo. Em 1973, já como militante da Arena, assumi como secretário-geral da prefeitura e coordenei as festas do centenário do município. Fui advogado da prefeitura e da Associação Comercial e Industrial e também atuei como advogado em júris. Gostava de atuar na defesa.

Os júris me deram prestígio, porque tinham grande repercussão na imprensa. Tive participação ativa nos movimentos comunitários, numa época em que a região era influenciada pelas atividades pioneiras de trabalho de base dos freis capuchinhos de Ijuí. Também presidi o Lions e o clube de futebol Associação Esportiva Santo Ângelo (Aesa). Mudei-me para Porto Alegre no início de 1979. Vim com a intenção de ficar por uns tempos, mas assumi como chefe de gabinete e supervisor-geral da Secretaria Estadual de Educação, na gestão de Leônidas Ribas, e eclodiu a greve do magistério de 1979.

Foram 60 dias de paralisação. Aprendi muito com essa greve, pelos desafios da negociação e pela capacidade de Leônidas Ribas de manter a equipe unida. Só disputei minha primeira eleição em 1986, pelo PDS, quando me elegi deputado estadual.


Candidato de ACM tem 54%
A última pesquisa do Ibope relativa às eleições para governador da Bahia mostra que Paulo Souto (PFL) venceria as eleições ainda no primeiro turno, embora o crescimento acentuado de seu adversário do PT, Jacques Wágner, que subiu nove pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. O levantamento revela ainda a disputa pelas duas vagas do Senado. Os candidatos do PFL continuam liderando: Antonio Carlos Magalhães tem 51% das intenções de voto e César Borges tem 48%.

Os outros candidatos ao Senado estão distanciados. Waldir Pires (PT) aparece em terceiro, com 17%. João Durval (PDT) é o quarto, com 15%, e Haroldo Lima (PC do B), o quinto, com 7%. A pesquisa, encomendada pela TV Bahia (Globo), foi realizada entre os dias 4 e 7 de setembro e ouviu 2 mil eleitores em todo o Estado. E só foi divulgada porque o Ibope obteve uma liminar na Justiça Eleitoral contra o embargo apresentado pelo PMDB, que alegava não terem sido obedecidos dispositivos legais.


Garotinho em Santa Maria
Corpo-a-corpo no Calçadão, a partir da 9h30min. Este o compromisso agendado pelo candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, na visita que faz a Santa Maria na próxima terça-feira. O ex-governador do Rio de Janeiro adotou a estratégia de visitar cidades de porte médio.

Garotinho desembarca no aeroporto às 9h. A caminhada começa na esquina da Rua Tuiutí com a Rua Acampamento e vai até o fim da primeira quadra. Segundo o presidente do partido em Santa Maria, Marionaldo Ferreira, não está previsto comício.


“Povo brasileiro está mais consciente”
Entrevista: Dom Jayme Chemello, presidente da CNBB

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jayme Chemello, não vê benefícios na adesão do país à Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Em Pelotas, onde é bispo diocesano, ele colheu os primeiros resultados do plebiscito realizado entre os dias 1º e 8: dos 25.052 votos registrados na cidade, 97,7% eram contrários à Alca.

Zero Hora – Que avaliação o senhor faz do plebiscito?
Dom Jayme – O povo se deu conta de que está vivendo um momento decisivo para o Brasil e para o mundo. A Alca é uma proposta americana, muito perigosa e negativa, mas ainda há possibilidade de se mexer em alguma coisa antes de o acordo ser assinado. Se isso não ocorrer, o Brasil vai perder muito, principalmente empregos. Nossas indústrias serão penalizadas.

ZH – O senhor pretende levar o resultado do plebiscito aos candidatos à Presidência ?
Dom Jayme – Já fiz isto. Eles foram à sede da CNBB e conversamos sobre a importância da votação. Eu disse que esperava que eles levassem a sério, pois é o pensamento popular. Não tem valor jurídico, mas tem valor mo ral e espiritual.

ZH – O senhor acha que cresceu a conscientização do povo sobre os problemas nacionais?
Dom Jayme – O povo está tomando consciência. Isso é a educação política que a Igreja pretende. Eu não quero colocar o cabresto em ninguém.

ZH – A participação tímida de partidos populares pode ter afetado o plebiscito?
Dom Jayme – Lamentavelmente, eu vi que muita gente caiu fora. Estão com medo, mas não há o que temer. A verdade tem de ser sempre falada.

ZH – O senhor tem acompanhado a campanha política?
Dom Jayme – Menos do que deveria, pois tenho viajado muito. Gostaria que os candidatos colocassem suas propostas para que o povo saiba em quem votar e no que votar.

ZH – O senhor tem falado em política nas suas pregações?
Dom Jayme – Nas igrejas, não. Mas na CNBB e em encontros particulares, sim.


Todos querem ser Juscelino
Os cem anos de nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek foram comemorados ontem em Diamantina (MG), tendo como convidado de honra o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo fora da festa oficial em Minas Gerais, os três outros postulantes ao Palácio do Planalto lembraram as realizações do ex-presidente e tentaram colar suas imagens à do político mineiro. Ciro e Garotinho fizeram campanha em Minas. Em Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso, acompanhado de José Serra (PSDB), fez uma homenagem ao centenário do ex-presidente.


JK seria tucano, diz Serra
Ao participar de cerimônia de comemoração do centenário de nascimento do ex-presidente Juscelino, em Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o eleito em outubro para o Palácio do Planalto deverá manter um clima de concórdia no país e ser capaz de reunir em torno de si uma sólida base parlamentar.

Lembrando JK, Fernando Henrique disse que o ex-presidente tinha essa sintonia política e que seu espírito deveria ser seguido. Diante dos ataques verbais entre os principais candidatos à Presidência, Fernando Henrique disse que não se deve guardar sentimentos de vingança ou mágoa. Ele disse ainda que, nos dias de hoje, é necessário que o líder político tenha tolerância e discernimento, destacando que esse recado servia inclusive para líderes mundiais, numa referência ao presidente americano George W. Bush.

- Desejo que o presidente eleito possa reunir em torno do seu programa de governo uma base sólida parlamentar como eu fiz e que possa manter um clima de concórdia no país. Nada substitui o diálogo e o exercício democrático do poder – afirmou.

Durante a solenidade, FH e a filha de JK, Maristela Kubitschek, descerraram uma placa em memória do ex-presidente, sob uma árvore da espécie sibipiruna, originária da mata atlântica e uma das preferidas de Juscelino. A árvore foi dedicada simbolicamente a Juscelino.

José Serra (PSDB) esteve na celebração do centenário do ex-presidente. No evento, o candidato chegou a afirmar que Kubitschek seria filiado ao PSDB se ainda vivesse.
– JK pensou o Brasil grande. Se o Juscelino fosse vivo, ele seria tucano – disse


O maior presidente do Brasil, diz Garotinho
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, foi ontem a Minas Gerais como forma de homenagear o ex-presidente JK. Ele afirmou que a escolha de 12 de setembro para a visita foi feita em função das comemorações do centenário do nascimento do político mineiro.

– Tenho que reconhecer a importância de JK por ter sido o maior presidente do Brasil e ter tido a coragem de enfrentar o FMI para permitir que o Brasil entrasse em uma nova era industrial – disse.
Garotinho foi a Minas para visitar cidades da Região Metropolitana, como Ribeirão das Neves, Contagem e Justinópolis. Ao chegar a Belo Horizonte, Garotinho reafirmou considerar Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas “os melhores presidentes que o país já teve”.

Garotinho afirmou ainda que, se eleito, irá defender o Estado de Minas contra a perda de recursos no Orçamento federal e não irá permitir que o Estado seja tratado inadequadamente.

– Seja qual for o governador que suba ao Palácio da Liberdade, não farei a política mesquinha que Fernando Henrique fez com Minas – afirmou.

Dessa forma, Garotinho reiterou a importância do Estado como segundo maior colégio eleitoral do país.

O candidato do PSB aproveitou a visita para criticar a influência que os institutos de pesquisa têm sofrido na divulgação das intenções de voto.

De acordo com Garotinho, o levantamento de dados feito pelos institutos não leva em consideração um percentual de 18% da população, que são os evangélicos. Garotinho informou que esses são dados relevantes e que, se fossem considerados, seu índice de aprovação seria maior.

Ele reafirmou que não irá desistir da candidatura e que pretende ganhar do candidato do PT, no segundo turno. Questionado sobre sua estratégia de campanha, Garotinho afirmou que não pretende atacar os seus concorrentes, mas mostrará fatos que demonstrem a sua incoerência.


O meu modelo de político, diz Ciro
Na tentativa de participar das comemorações do centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek, Ciro Gomes (PPS) cumpriu agenda ontem em três cidades mineiras e fez elogios ao ex-presidente como “o maior de todos os brasileiros na política” e “o meu modelo de fazer política”.
Logo no primeiro compromisso, em Lavras, Ciro evitou responder a uma pergunta sobre divergências dentro de sua coligação, a Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), e discursou sobre JK.
– Ele tirou o Brasil do nada para nos transformar como pioneiros na 15ª economia industrial do mundo. Vou ser presidente do Brasil para tentar imitar o que foi Juscelino para nosso país – disse.
Segundo ele, JK foi o responsável pela grande arrancada desenvolvimentista do Brasil.

– Está na hora de ter de novo na Presidência da República alguém que respeite o povo, que cuide de quem trabalha, que tenha a visão larga de desenvolver o país. Tudo que foi feito por Juscelino já foi vendido para o estrangeiro, enquanto meia dúzia de barões tem todo o lucro no setor financeiro – criticou.

Segundo Ciro, que usou a expressão “meia dúzia de barões” em três oportunidades, ela se refere a “um só grupo, um só Estado”, mas não quis dizer quem seriam.

Para ele, esses “barões” tentam enfraquecer Minas e Rio Grande do Sul, Estados que considera vitais para “equilibrar a Federação”.


Vox Populi confirma avanço de Lula e empate técnico no segundo lugar
José Serra manteve os 19% da pesquisa anterior, e Ciro Gomes caiu de 20% para 17%

A mais recente pesquisa do instituto Vox Populi indica que o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou a vantagem sobre os adversários.

José Serra (PSDB) e Ciro Gomes estão tecnicamente empatados em segundo lugar na pesquisa realizada nos dias 10 e 11 deste mês.

Ciro caiu três pontos, passando de 20% para 17%. Serra manteve os 19% do levantamento anterior, realizado nos dias 1º e 2. O fato de Serra ter estacionado em 19% torna ainda mais confortável a situação de Lula, que subiu de 36% para 39%. Além dele, subiu também Anthony Garotinho (PSB), de 9% para 12%.

Na pesquisa espontânea, Lula aparece com 35% contra 15% de Serra, 13% de Ciro e 9% de Garotinho.

O Vox Populi ouviu 2.491 eleitores em 155 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pelo jornal Correio Braziliense, de Brasília.

– A soma dos outros candidatos, nesse caso, é de 37%. Já existe, portanto, no caso da espontânea, um empate técnico entre os votos de Lula e os votos dos seus adversários – observa Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi .

Segundo a pesquisa, considerando apenas os votos das capitais, Serra, Ciro e Garotinho estão em empate técnico (Serra com 17%, Ciro com 16% e Garotinho com 15%).

– A situação apontada nos grandes centros costuma se irradiar nas pesquisas seguintes para municípios menores – lembra Coimbra.

A pesquisa mostra ainda que o percentual de Ciro é mantido principalmente em razão da posição que ele sustenta nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, onde ele mantém vantagem sobre Serra. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, tem 23% contra 15% de Serra. No Nordeste, 22% contra 18%.

Na Região Sul, a vantagem de Serra sobre Ciro é de 10 pontos: 24% contra 14%. No Sudeste, Serra tem 20%, e Ciro, 13%. É nessa região que Garotinho tem seu melhor desempenho: 16%. O pior é no Sul: 7%. Lula tem liderança praticamente igual em todas as regiões: 38% no Sul, no Norte e no Centro-Oeste, e 39% no Nordeste e no Sudeste.

Nas simulações de segundo turno, Lula vence qualquer um dos seus adversários. Seu pior desempenho é contra Serra: 51% a 34%. Contra Ciro, ele tem 53% a 32%. Contra Garotinho, 54% a 29%. O petista aumentou a vantagem que tinha nas pesquisas anteriores e reverteu uma tendência de queda da diferença em relação a Serra.


Sob a inspiração de JK
Sob a égide do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), que teve seu centenário de nascimento celebrado ontem, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido) reuniu no mesmo palanque o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e o candidato do PSDB ao governo do Estado, Aécio Neves (PSDB).

Alinhado com a candidatura presidencial de José Serra (PSDB), Aécio não perdeu o ar satisfeito nem mesmo quando cabos eleitorais tucanos trocaram xingamentos com militantes do PT, que lançou a candidatura do deputado federal Nilmário Miranda a governador.

Lula e Aécio, que têm apoio de Itamar, estavam entre as 13 personalidades agraciadas com a Grande Medalha Juscelino Kubitschek na cerimônia realizada em Diamantina, terra natal do presidente. JK, que pertencia ao conservador PSD mineiro e jamais teve lugar no panteão do PT, mereceu elogios de Lula por sua determinação, espírito empreendedor e planejamento estratégico de longo prazo.

– Juscelino saiu desta cidade e conseguiu uma proeza que deve ser um fator estimulante para a juventude. A grande virtude de Juscelino foi recuperar a auto-estima do brasileiro e fazer com que a sociedade voltasse a sonhar – disse o petista.

Aécio cometeu um ato falho em seu discurso ao saudar Lula como “caríssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

– Do Partido dos Trabalhadores – emendou o tucano, diante da surpresa geral.

O deputado, neto do presidente Tancredo Neves, frisou que apóia Serra e que a cordialidade entre líderes de partidos adversários faz parte do jogo político.

– Sou de uma escola que ensina que quem briga são as idéias – explicou.

Lula devolveu a cortesia. Disse que conhece o deputado desde 1985, quando era secretário particular do avô, e que o fato de os dois aparecerem juntos e posarem para os fotógrafos demonstra apenas que “o Brasil está mais civilizado”.

Apesar da diplomacia, o petista fez questão de revidar os ataques sofridos nos últimos dias por parte de Serra, que o acusa de ter prometido 10 milhões de empregos e de depois recuar.

– Eles deveriam olhar o que fizeram em oito anos. Vou tentar recuperar em quatro anos o que eles fecharam em oito – disse a jornalistas.

O encontro de Lula e Aécio se deu logo pela manhã na chegada ao aeroporto de Diamantina, quando o presidente da Câmara dos Deputados e o petista foram recebidos por Itamar e seguiram, em carros separados, para a casa de JK. Os três visitaram o local, posaram para fotos segurando uma réplica da taça do pentacampeonato da seleção brasileira cedida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ganharam cada um uma camisa da seleção comemorativa do evento com a inscrição “JK 100”.

Além de Lula, os outros três principais candidatos à Presidência também lembraram JK no dia de seu centenário. Junto com o governador Joaquim Roriz, (PMDB), Serra participou de uma homenagem ao ex-presidente no Memorial JK, em Brasília. Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) também homenagearam o construtor de Brasília em passagens por Minas.


Emprego domina programas de TV
Confira as principais estratégias dos partidos apresentadas no horário eleitoral de ontem

Antes de apresentar o tema do seu programa eleitoral na TV na tarde de ontem, o candidato da coligação Grande Aliança (PSDB-PMDB), José Serra, voltou a mostrar a vinheta em que questiona se o adversário Luiz Inácio Lula da Silva será capaz de gerar empregos.

O presidenciável segue na TV a linha do seu site na Internet, que mudou radicalmente seu alvo de ataques: do candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, para Lula.

Após as críticas, a jornalista Valéria Monteiro, que apresenta o programa de Serra na TV – o Boa Tarde Brasil – anunciou o tema de ontem:
Agricultura.

O tucano, mais uma vez focando a questão do emprego, mostrou como o setor contribuiria para alcançar sua meta de geração de 8 milhões de empregos.

Como propostas, Serra destacou uma ação mais dura nas negociações com o Exterior para derrubar as barreiras comerciais, com a implantação de uma política de toma-lá-dá-cá.
Também prometeu fortalecer a agricultura familiar, fazendo do Estado um fiador de empréstimos; incentivar a produção do leite; a agricultura irrigada; além de melhorar a infra-estrutura, investindo em estradas qualificadas, para escoar a produção.

O programa usou depoimentos de empresários ligados ao setor e de populares avalizando as propostas. Imagens do candidato tucano em comícios pelo país encerraram o programa.

Lula apresenta projeto para o primeiro emprego
O tempo de ontem do horário eleitoral gratuito na TV do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, foi todo gasto com a questão do primeiro emprego dos jovens. Por enquanto, Lula mantém a tática de não polemizar com o candidato do PSDB, José Serra, que está partindo para o ataque contra o petista, numa tentativa de polarizar o debate presidencial.

Segundo Lula, a maior preocupação dos pais é se os filhos conseguirão emprego.

– Tenho cinco filhos e sei o que é isso – disse.

Ele afirmou que, se eleito, criará o programa Primeiro Emprego, por meio do qual dará incentivos fiscais para as empresas que derem a primeira oportunidade para os jovens.

– O problema do jovem na hora de arrumar emprego é a falta de experiência. Essa é a contradição. A única forma (de dar emprego ao jovem) é oferecer incentivo às empresas – afirmou.
Segundo Lula, cada primeiro emprego gerado por uma empresa renderá à ela R$ 200, o mesmo que o salário mínimo de hoje. O locutor do programa explicou: ‘Hoje o jovem custa R$ 400 para a empresa. Passará a custar a metade disso” A matemática do partido leva em conta um trabalhador que ganhe um salário mínimo. O narrador ressalvou que, mesmo que o jovem ganhe mais, o incentivo para a empresa contratante será de R$ 200.

Lula também propôs a criação de uma carteira de trabalho especial para quem está no primeiro emprego, com validade de 12 meses e para jovens de até 21 anos.

O programa mostrou depoimentos de sindicalistas aprovando o projeto. O empresário Ivo Rosset, dono da Valisére, também deu seu testemunho, dizendo que nunca antes havia votado em Lula, mas tecendo elogios a sua proposta.

Ciro continua mirando candidato tucano
O programa do horário eleitoral do candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, continuou centrando ataques no presidenciável tucano José Serra. Na abertura do p rograma de ontem, foram exibidas cenas de desempregados e depoimentos de pessoas dizendo que não votariam em Serra porque “se o presidente Fernando Henrique Cardoso não resolveu a questão em oito anos de governo, como Serra iria colocar seu programa em prática em apenas quatro anos?”.

Entre as críticas a Serra, que inclui também depoimentos de mata-mosquitos demitidos, o programa voltou a mostrar a história de amor entre Ciro e sua mulher, a atriz Patrícia Pillar.

Garotinho destaca seus feitos como governador
O programa no horário eleitoral gratuito da TV candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, se resumiu a lembrar a carreira política do presidenciável e as realizações dele à frente do governo do Rio:
– Quando assumi, o Estado (Rio) estava falido. Com a minha experiência, renegociei todas as dívidas e consegui ainda fazer investimentos – afirmou Garotinho.

Em seguida, lembrou que foi o primeiro governador a “pagar um salário mínimo maior do que o do governo federal”. O narrador disse que Garotinho é o candidato que mais avançou nas últimas pesquisas de intenção de voto:
– Todas as pesquisas confirmam, Garotinho foi o que mais subiu e é o que tem mais chances de ir para o segundo turno. O programa terminou com imagens de Garotinho em comícios.

Candidatos à Câmara entram no combate
A Frente Popular usou todo o espaço destinado aos deputados federais para atacar o candidato do PPS. Os candidatos à Câmara pela Frente foram os narradores das supostas contradições do candidato Antônio Britto em relação às privatizações. O programa mostrou um artigo de Britto, quando ainda era jornalista, condenando a venda Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Foram mostradas imagens de Britto afirmando que não venderia o Banrisul e um documento do governo Britto, em que o Banrisul está relacionado entre as empresas a serem privatizadas.

No programa da coligação O Rio Grande em 1º Lugar, apenas o candidato a deputado federal Paulo Odone (PPS) fez críticas à Frente Popular. Mas parte do horário destinado aos deputados federais foi utilizado para veiculação do quadro satírico Organizações Tá Na Cara, nos quais os personagens Bigodinho e Bigodão (alusão a Tarso e Olívio) falam sobre aumentar os pedágios e continuar o arrocho do funcionalismo. Odone voltou a citar o depoimento da agente de viagens Maria Angela Fachini e as denúncias feitas pela CPI da Segurança.


Candidatos abrem mão de tempo ganho no TSE
Depois de intensa disputa por direitos de resposta na propaganda eleitoral do adversário, os advogados dos presidenciáveis José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) se uniram ontem para abrir mão, cada um, da aparição por um minuto no programa do outro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia assegurado resposta de Ciro por causa de comparação entre ele e o ex-presidente Fernando Collor feita no programa tucano. Serra, por sua vez, teria o mesmo direito em razão de propaganda em que fora acusado de atacar o concorrente usando fitas que teriam sido “subtraídas clandestinamente”.

Como a conquista de espaço no programa do adversário seria neutralizada pela perda de tempo na sua propaganda, os dois candidatos renunciaram à conquista. Em princípio, o candidato do PPS também teria direito de ocupar duas inserções de Serra, de 30 segundos cada, para se defender da comparação com Collor, que o TSE considerou ofensiva.

Entretanto o ministro-auxiliar do TSE José Gerardo Grossi considerou que uma suposta inserção de Serra citada por Ciro na verdade não existiu. Para Grossi, a inclusão desse comercial foi uma falha compreensível em razão dos “trabalhos estafantes” a que estão expostos advogados e juízes nas semanas que antecedem as eleições.


José Dirceu defende MST e reforma agrária
O presidente nacional do PT, José Dirceu, afirmou que defenderá o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha Júnior todas as vezes que processos judiciais ou inquéritos policiais forem usados como objeto de perseguição política.

– Muitas vezes, fazem de processos um objeto de perseguição política. Toda vez que houver a instrumentalização do processo judicial para perseguição, nós nos manifestaremos a favor do Zé Rainha – disse José Dirceu, durante coletiva on-line concedida no site do partido. – Na semana passada eu estive quase todos os dias com a direção do MST, conversando sobre a situação da reforma agrária e nossas relações. Ontem mesmo (quarta-feira), conversei com o líder João Paulo e esclarecemos perfeitamente o que o Lula havia dito. O que queremos repetir é que o Lula e nós temos um compromisso com a reforma agrária.

Dirceu disse que o PT é favorável à reforma agrária e tem mantido contato com o MST. No entanto, o presidente nacional do PT se disse contrário às invasões promovidas pelo movimento.
– Não compactuamos com a violência. E ocupação de terra é violência. É bom lembrar que o MST e o trabalhador rural têm sido as principais vítimas da violência nesse país – afirmou José Dirceu.


PDT leva sugestões a programa de Britto
Trabalhistas querem retorno dos Cieps e ampliação de gastos em saúde

Um documento contendo sugestões do PDT para o plano de governo do candidato Antônio Britto (PPS) foi entregue ontem ao ex-governador pelo presidente regional do partido, Pedro Ruas.
A ampliação dos gastos com a saúde, a retomada dos Centros Integrados de Ensino Público (Cieps), a implementação de programas de renda mínima e a ampliação do saneamento básico são alguns dos itens que integram o programa dos trabalhistas (veja quadro).

Segundo Ruas, o trabalho contou com a experiência acumulada por um partido que, durante suas experiências de governo, formou equipes qualificadas para tratar das questões do Estado.

– Essa contribuição contém uma síntese das posições do PDT. Os trabalhistas, firmes em suas convicções, serão parceiros de todos aqueles que querem um Estado melhor – afirmou Ruas.
Ao receber o documento, Britto declarou que o PDT sempre falou em plano de governo e propostas, mas jamais em cargos e funções.

– Vamos examinar as sugestões e tentar incorporá-las ao nosso plano de governo. Estamos buscando um governo que seja suprapartidário. O próximo governador terá de juntar forças para resolver os problemas do Rio Grande – disse.

As propostas foram elaboradas por integrantes da Ação da Mulher Trabalhista, Juventude Socialista, Movimento Autenticidade Trabalhista, Movimento dos Advogados, Movimento dos Técnicos, Movimento Socialista de Cultura, Movimento Verde, Secretaria do Movimento Negro e Secretaria do Movimento Sindical do PDT.


PDT leva sugestões a programa de Britto
Trabalhistas querem retorno dos Cieps e ampliação de gastos em saúde

Um documento contendo sugestões do PDT para o plano de governo do candidato Antônio Britto (PPS) foi entregue ontem ao ex-governador pelo presidente regional do partido, Pedro Ruas.
A ampliação dos gastos com a saúde, a retomada dos Centros Integrados de Ensino Público (Cieps), a implementação de programas de renda mínima e a ampliação do saneamento básico são alguns dos itens que integram o programa dos trabalhistas (veja quadro).

Segundo Ruas, o trabalho contou com a experiência acumulada por um partido que, durante suas experiências de governo, formou equipes qualificadas para tratar das questões do Estado.
– Essa contribuição contém uma síntese das posições do PDT. Os trabalhistas, firmes em suas convicções, serão parceiros de todos aqueles que querem um Estado melhor – afirmou Ruas.
Ao receber o documento, Britto declarou que o PDT sempre falou em plano de governo e propostas, mas jamais em cargos e funções.

– Vamos examinar as sugestões e tentar incorporá-las ao nosso plano de governo. Estamos buscando um governo que seja suprapartidário. O próximo governador terá de juntar forças para resolver os problemas do Rio Grande – disse.

As propostas foram elaboradas por integrantes da Ação da Mulher Trabalhista, Juventude Socialista, Movimento Autenticidade Trabalhista, Movimento dos Advogados, Movimento dos Técnicos, Movimento Socialista de Cultura, Movimento Verde, Secretaria do Movimento Negro e Secretaria do Movimento Sindical do PDT.


Candidato do PPB critica repasses para a saúde
Durante palestra na Unimed, o candidato do PPB ao governo do Estado, Celso Bernardi, criticou a atual gestão por não estar repassando aos municípios, em sua integralidade, os recursos obrigatórios para a saúde.

Conforme o candidato, em vez de destinar 10% da receita corrente líquida, prevista em lei, o governo estaria repassando cerca de 7%. A situação, assinalou, seria “maquiada” no final de cada ano com os empenhos do recurso faltante, de forma a completar o percentual obrigatório.
– Quem sofre com esse procedimento é a população que deixa de receber um atendimento adequado – disse.

Para a área da saúde, Bernardi afirmou que, se eleito, adotará medidas como o repasse integral e automático, no dia 15 de cada mês, dos recursos devidos às prefeituras e a implantação de uma central de consultas e leitos nas regiões e nos municípios.

Sobre a importância do cooperativismo, não só na saúde mas em todas as áreas, Bernardi disse ver o segmento como uma intermediação importante entre poder público e sociedade:
– Considero o cooperativismo algo salutar e necessário.


Exposição conta a história do voto
Fotos, textos, objetos e documentos constituem o acervo da exposição História do Voto no Brasil, que será aberta no dia 19, às 15h, no Memorial da Câmara Municipal de Porto Alegre. Dividida em 12 painéis, a exposição abordará o sistema eleitoral desde o início do século 19, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil.

São destaques da mostra os títulos eleitorais doados pela família de Maria da Conceição Gomes de Freitas, alguns da época do Império, e a campanha pelo voto feminino, cujo painel inclui acessórios comuns às mulheres da década de 30, como leque e luvas, bem como o título eleitoral de Edelvira Alves Nunes, de Alegrete, uma das primeiras mulheres a votar em 1935. A exposição poderá ser visitada de segundas a quintas-feiras, das 9h às 18h. Nas sextas-feiras, a visitação se encerra às 16h.


Espeto

Que avião
Ciro Gomes, candidato do PPS à Presidência, visitou ontem a sede da Embraer, em São José dos Campos, interior de São Paulo.

Inaugurou ali sua nova estratégia de contato com a imprensa. Sob orientação do assessor Luís Costa Pinto, limitou suas falas à indústria aeronáutica e ao centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek. Diante de qualquer tentativa de abordagem de outro assunto, como sua queda nas pesquisas, ele respondia:

– Sem comentários.

A propósito, segundo observadores políticos, Ciro foi visitar a Embraer, mas trouxe o seu avião de casa.

Frases do dia
• É o coroamento da política fracassada do PT na segurança pública. O senhor Roberto Aguiar (secretário de Segurança do Rio de Janeiro) é um despreparado para cuidar de segurança pública em qualquer lugar, quanto mais no Rio de Janeiro

Anthony Garotinho, candidato à Presidência pelo PSB, ontem, em seu site oficial, comentando a rebelião no presídio Bangu 1, na zona oeste do Rio.

• Ele (Garotinho) tem responsabilidade, assim como o governo federal. O governo Benedita também, não negamos isso. A governadora tem consciência disso e vai tomar uma série de providências em relação ao sistema prisional do Rio.

José Dirceu, presidente nacional do PT, ontem, comentando as críticas de Garotinho

Gafe do dia
Ontem, em Brasília, em discurso alusivo ao centenário de Juscelino Kubitschek, a filha adotiva do ex-presidente, Maristela, chamou a primeira-dama, Ruth Cardoso, de “Dulce”.
Dulce era o nome da mulher do último presidente da era militar, João Figueiredo.


Comentário de Luiz Inacio Lula da Silva (PT) em Maringá, Paraná:
– A gente sabe que a campanha esta indo bem quando o dono do restaurante e as cozinheiras lhe tratam bem.

Depois do almoço, na churrascaria Pavan, a turma da cozinha mandou chamar Lula para uma foto.

Uma delegação do PT embarcou ontem para os Estados Unidos com o objetivo de divulgar propostas específicas da candidatura Lula para imigrantes brasileiros. O tour inclui Nova York, Nova Jersey, Connecticut e Massachusetts. Três prefeitos integram a comitiva. Segundo o partido, há 9.409 eleitores cadastrados no consulado brasileiro em Manhattan. Entre os compromissos petistas, está “assegurar o atendimento das necessidades de nossos compatriotas concernentes à seguridade social, reconhecimento de títulos ou de equivalência na educação média e superior e atendimento no sistema de saúde”.


A última cartada do ditador
A história das eleições (13) – Eurico Gaspar Dutra – 1945

Com a aproximação do fim da II Guerra Mundial, Getúlio Vargas passou a sofrer pressões, até militares, pela volta da democracia. Isso incluía dar anistia aos opositores do regime e realizar eleições livres em todos os níveis. A contragosto, em fevereiro de 1945, Vargas baixou uma lei fixando prazo de 90 dias para que fossem marcadas eleições para presidente, governadores, deputados estaduais e federais .

A primeira candidatura a surgir, a do brigadeiro Eduardo Gomes, se anunciava como de oposição. Por sua participação em movimentos revolucionários e pela tenaz oposição ao Estado Novo, ele passou a catalisar os movimentos de inconformismo que corriam no país. Sendo militar, contava ainda com algum apoio nos quartéis.

Os líderes do governo que desejavam o fim do regime de exceção, mas não o expurgo de seus quadros, ponderaram com Getúlio sobre a necessidade urgente de se lançar uma candidatura oficial.

O mais indicado seria lançar outro militar. O nome mais cotado era o do ministro da Guerra, o general Eurico Gaspar Dutra, um dos sustentáculos do Estado Novo. Vargas reagiu com reservas. Não que ele pensasse em nome melhor. É que, secretamente, pensava outra vez no próprio nome.


O jogo duplo de Vargas
O avanço da candidatura de Dutra foi problemático. Enquanto ele tratava de solidificá-la, Vargas usava sua ambivalência para protelar o jogo sucessório. De um lado, dizia desejar a tranqüilidade da vida privada. De outro, insuflava grupos que o apoiavam a reivindicar sua permanência.
Com a pressão queremista, a reticência de Vargas e o crescimento da candidatura de Gomes, Dutra antecipou sua saída do Ministério. A cavaleiro de um novo partido, o PSD, dispôs-se a avançar até onde fosse possível. Com a criação da UDN pelos aliados do brigadeiro, estava pronto o xadrez partidário que dominaria o cenário político por 20 anos. A esses, se juntaria o PTB, criado por Vargas.

Em setembro, Dutra enfrentou mais turbulências. Seus homens de confiança passaram a achá-lo “pesado demais”. Vargas, enquanto isso, saiu à sacada para discursar à multidão que pedia Constituinte imediata.

Era a oportunidade para complicar o jogo e confundi-lo. Numa penada histórica, Vargas decretou a antecipação das eleições estaduais. A seguir, nomeou seu irmão, Benjamim Vargas, para a chefatura de polícia do Rio. Em protesto, Góis Monteiro, general que assumira o Ministério da Guerra, demitiu-se. Dutra tomou o rumo dos quartéis.


Fazendo as malas
Às 18h de 29 de outubro, Dutra chegou ao Catete para conversar com o presidente. Pelas vidraças, Vargas constatou que o prédio estava cercado por tropas federais. O ditador ainda tentou negociar, mas Dutra foi categórico: “Agora é impossível, as tropas já estão nas ruas”.

Vargas fez as malas e foi conduzido com segurança para fora do palácio. Encerrou-se aí um longo período da história brasileira. Coube a Dutra indicar o sucessor provisório de Vargas. Ele seguiu a Constituição, que mandava dar posse ao presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares. Para surpresa de Dutra, Linhares montou um ministério de predominância udenista. O PSD passou assim, inesperadamente, à condição de oposição.

O pêndulo eleitoral teria favorecido Eduardo Gomes não fosse o inesperado apoio de Vargas, auto-exilado em São Borja, à candidatura de seu algoz. Ruim com Dutra, pior com Gomes, era o que dizia Vargas, que mesmo deposto, continuava idolatrado em vastas camadas da classe trabalhadora. As eleições se realizaram sem incidentes em 2 de dezembro. Dutra superou Eduardo Gomes por mais de 1 milhão de votos.


Artigos

De olho na reeleição
Emilio Rothfuchs Neto

A democracia, apesar de seus defeitos, continua sendo o melhor regime possível, ou o menos ruim de todos, até que criem outro melhor. Tantas são suas qualidades e excelências que é desnecessário apregoá-las. Seus defeitos é que devem ser apontados e estudados, visando a corrigi-los para aperfeiçoar o regime.

Entre estes há um que compromete suas qualidades, e é precisamente o voto. Os mesmos votos que servem para escolher os melhores, os mais representativos, os mais capazes, os mais honestos, servem também para fazer com que o candidato de ontem, cheio de virtudes e qualidades, passe a cortejá-los, visando garantir sua recondução para o cargo eletivo, tão ambicionado e tão difícil do mesmo se afastar.

Agora em Porto Alegre se tem uma lição expressiva do que um voto pode fazer, mesmo que contra os interesses de uma coletividade, mas para garantir os votos que reconduzam o eleito.

Há anos a população urbana pede a abertura do comércio aos domingos, mas ainda há resistências à medida, o que se vê pelas constantes liminares, ações cautelares, projetos de lei e outras, que ora permitem, ora impedem a abertura das lojas, dos shoppings e dos supermercados.

A população acompanha a batalha legislativa e judicial, manifestando-se amplamente favorável à abertura. Os comerciários, que representam uma minoria dentro da população, embora em grande maioria em seu segmento, não querem trabalhar em domingos, para não perder o dia de repouso, de convívio, de lazer.

O vereador concluiu que, agradando aos comerciários, capitalizará
para si os votos desta categoria profissional

Eis que surge um vereador apresentando projeto de lei municipal não só vedando o trabalho aos domingos, como ainda, voltando aos anos 60, obrigando o comércio a encerrar suas atividades às 19h. Só faltou obrigá-lo a um fechamento das 12h às 14h, como ocorria nos anos 30, quando a cidade era pequena e os bondes levavam o comerciário a almoçar em casa e fazer a sesta.

Certamente o autor do projeto é homem informado e viajado, conhecendo a realidade atual, em qualquer grande cidade do mundo, que mantém as lojas abertas até as 22h, e também aos domingos.

Entretanto, talvez pensando na próxima eleição, o vereador concluiu que, agradando aos comerciários, capitalizará para si a grande massa de votos desta categoria profissional, que se estima tenha mais de 70 mil integrantes. Votos suficientes para assegurar sua reeleição, ou sua eleição para qualquer outro cargo eletivo em regime proporcional.

Sabe também que, posicionando-se com a coletividade que deseja a abertura do comércio aos domingos, terá sua votação diluída com todos os demais candidatos o que não lhe assegura expressivo contingente eleitoral.

A busca dos votos compromete o voto do mandatário, dividido entre o interesse da coletividade com centenas de concorrentes, ou pensar sozinho no de uma minoria, que certamente lhe canalizará expressivo contingente eleitoral.

Então aí vai minha proposta para aperfeiçoar o sistema democrático: para que o eleito, no cumprimento do mandato, tenha ampla liberdade de decidir entre o interesse coletivo ou o de um segmento da sociedade. Para que o mandatário não sobreponha seu interesse eleitoral ao da coletividade, a lei maior deve traçar regra segundo a qual o eleito para qualquer cargo não possa ser reconduzido.

Após o cumprimento de seu encargo como representante popular, o detentor de cargo eletivo deve ficar inibido de concorrer a qualquer cargo por período não inferior ao dobro do mandato cumprido.

Com isto ele deixará de pensar nos votos que podem reconduzi-lo àquele cargo tão gostoso, pensando apenas no voto que vai dar quando chamado a se pronunciar sobre um projeto em tramitação, que interesse a toda coletividade.

É apenas uma sugestão...


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

Anistia e indenização
Quase mil ex-presos políticos de Santa Catarina aguardam as indenizações previstas na Medida Provisória 2.151 editada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com objetivo de encerrar o processo de indenizações devidas a milhares de brasileiros beneficiados com a lei de anistia. A categoria está mobilizada porque, até agora, no caso de Santa Catarina, nenhum ex-preso político foi ainda indenizado como prevê a MP. O ex-ministro José Gregori, que agora é o embaixador do Brasil em Portugal, deu atenção especial ao importante tema, limitando-se porém a honrar as indenizações de anistiados com renome nacional. Recentemente o presidente do PT, deputado José Dirceu, recebeu a indenização prevista em lei. Antes dele, outro deputado e ex-ministro Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP) também fez jus à indenização.

A mobilização dos ex-presos políticos catarinenses ganhou força com a criação da Associação Catarinense de Anistiados Políticos – Acap, presidida por Carlos Fernando Priess. A diretoria da entidade já enviou à bancada catarinense no Congresso e à mídia nacional um apelo para que as indenizações sejam pagas e o processo de anistia concluído. Também estão enviando às assessorias dos candidatos à sucessão presidencial apelo para que essa questão seja incluída na pauta das prioridades de governo, para quem sair eleito das urnas, em outubro. No Ministério da Justiça, a comissão provisória encarregada de examinar os processos informa que até agora dos 9,9 mil processos em exame apenas 52 anistiados receberam indenização com pagamento único. Existem ainda mais de 3 mil processos que continuam no protocolo. A comissão, através de três câmaras, examina os casos de anistia na administração pública direta, indireta e militar.

As desconfianças dos anistiados políticos catarinenses e de outros Estados, de que está sendo dada prioridade às figuras proeminentes, em detrimento ao direito de outros até mais necessitados, é contestada pelo Ministério da Justiça que alega estar examinando os processos pela ordem do protocolo. Com as limitações orçamentárias, os anistiados com direito a indenização já sabem que terão que se manter mobilizados por muito mais tempo.


JOSÉ BARRIONUEVO

Turbulência na Frente Trabalhista
Num momento difícil de sua campanha, Antônio Britto recebeu ontem de Pedro Ruas, presidente do PDT, contribuições para o plano de governo. A reunião ocorreu na sede do partido, sob o olhar de Brizola e de Getúlio.

O apoio do PDT não evita o desgaste da candidatura do ex-governador em meio a um cerrado ataque da Frente Popular.

Se não mudar a campanha na TV e continuar abrindo a guarda para os ataques dos adversários, é inevitável uma queda.

Apostando na v irada
Enquanto não chegam novas pesquisas, Germano Rigotto faz intensa peregrinação pelo Interior ao lado da deputada Rita Camata (PMDB), com a convicção de que sua campanha vive um bom momento. Empenhado em se credenciar para um segundo turno, o candidato do PMDB a governador aproveitou a companhia da colega de bancada na Câmara, vice de José Serra (PSDB), para mobilizar as bases do partido, de olho em futuros parceiros. Depois de percorrer ontem quatro municípios, Rigotto será acompanhado pela deputada capixaba em Alegrete, Rosário e Livramento. Encerra o périplo na terra natal de Antônio Britto, um misto de parceiro (no segundo turno) e adversário (no primeiro).

Sem galhardetes
Marcos Rolim (PT) promove sarau de aniversário para amigos no Clube Farrapos nesta sexta-feira 13, a partir das 21h, com a presença de candidatos a deputado estadual. Festa light, sem a chateação dos discursos. Os candidatos apenas lerão um poema, de sua verve ou de seu gosto. Destaque nacional na defesa dos direitos humanos, Rolim faz uma campanha sem comitês, sem outdoors, sem galhardetes nos postes, sem dinheiro – e sem baixaria –, concentrada em idéias. Com 42 anos, jornalista, ex-vereador, ex-deputado estadual, busca a reeleição para a Câmara.

Para aguerridos
Deputado Ronaldo Zülke, do PT, solicita divulgação de festa hoje: “O Galpão Crioulo do Parque da Harmonia deverá estar lotado por militantes e apoiadores da reeleição do deputado estadual Ronaldo Zülke. Primeiro líder de um governo de esquerda no RS, o parlamentar ocupou importantes espaços, ganhou projeção suficiente para contar com a presença dos mais aguerridos (sic) petistas nesta ‘Festa da Candidatura’ com comida campeira e som gaudério, para mais de mil militantes. Dentre as presenças mais fortes, o governador do Estado, Olívio Dutra".

Judiciário repudia maquinações políticas
O presidente do Tribunal de Justiça, José Eugênio Tedesco, mostra indignação com as especulações no meio político sobre a montagem de um anteprojeto envolvendo os depósitos judiciais acoplados a reajuste para a magistratura. De forma contundente repudia maquinações neste sentido e repele o envolvimento do Poder Judiciário em meio à campanha eleitoral. Com elegância e firmeza, o desembargador encaminha nota ao colunista lembrando a “tradicional postura” da Página 10 na divulgação de fatos verídicos e na habitual disposição para correção de eventuais equívocos.

“A respeito da versão publicada na Página 10 em 12 do corrente, tratando de questões relativas a depósitos judiciais, cumpre esclarecer que:
– O Poder Judiciário Estadual acompanha e aplaude o debate de idéias próprio de uma campanha eleitoral. E com a mesma serenidade repele veementemente a inclusão deste poder na campanha, num flagrante desrespeito à harmonia e independência entre os poderes;

– É uma indignidade qualquer suposição de que haja negociação entre os poderes Judiciário e Executivo, visando à concessão de benefícios pessoais à magistratura gaúcha em troca de descumprimento à legislação vigente. Não há, não houve e jamais seria admitida proposta como a noticiada;

– A Lei nº 11.667 de 2001, aprovada pela egrégia Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul definiu claramente como é efetuado o gerenciamento financeiro dos depósitos judiciais, o que é cumprido à risca pelo Poder Judiciário Estadual;

– É um grosseiro equívoco confundir custas judiciais com depósitos judiciais, porquanto os primeiros referem-se a valores pagos pelas partes para cobrir as despesas dos processos, logo constituindo receita pública; já os depósitos judiciais são valores particulares, em disputa pelas partes, que serão disponibilizados exclusivamente ao vencedor da lide, no final do processo;

– Por fim, e mais importante, quero reiterar que a magistratura gaúcha em toda a sua história, nunca colocou seus interesses corporativos acima do interesse público, sempre agindo tanto nas questões jurisdicionais como nas administrativas com toda independência, respeito à lei e honra à confiança nela depositada pela sociedade rio-grandense.”

Fidelidade beneficia Tarso
Em meio à pancadaria, Tarso Genro é beneficiado pela unidade de ação – e de linguagem – do PT na campanha em todos os níveis e pela fidelidade maior do eleitor da Frente Popular.

ONG fora da campanha
A ONG Parceiros Voluntários não admite qualquer envolvimento da entidade com partidos políticos principalmente num momento de campanha eleitoral. É uma entidade apartidária, sem ideologia, voltada exclusivamente para uma melhor qualidade de vida da comunidade através do desenvolvimento do trabalho voluntário organizado.

São hoje 18.500 voluntários distribuídos em 42 unidades em todo o Estado e com duas dezenas de entidades mantenedoras. A ONG rechaça a utilização de sua imagem altamente positiva por qualquer partido.

Trauma de microfone
Rigotto discursava no centro de Santa Rosa quando um ruído no microfone o fez afastar o aparelho e relembrar um trauma por ter levado um choque de 220 volts em um palanque, na eleição de 1996, como candidato a prefeito de Caxias. Perdeu.

– Quando escuto esse barulho fico com medo. Levei um choque e fiquei grudado no microfone. As pessoas diziam para eu largar o microfone, com fio, mas eu não conseguia. Fiquei com bolhas nas mãos.

Ao terminar sua fala e passar o discurso para Rita, não deixou de observar que um novo aparelho, sem fio, havia sido providenciado para a grande estrela do comício.
– Para a Rita vocês trocam o microfone – brincou o candidato.

Sem amarras partidários
Ex-secretária Janice Machado, que atuou na linha de frente em pelo menos quatro governos reage à tentativa de linchamento moral: "Nunca fui filiada ao PMDB e tampouco pertenço ao PPS. Nunca fui filiada, nem estou filiada a partido algum. Sou e continuarei sendo uma técnica sem vinculações de ordem partidária."

Diz mais: "Durante toda minha vida pública em todos os cargos que desempenhei (diretora do Departamento da Receita da Secretaria da Fazenda, superintendente da Administração Financeira da Fazenda, subchefe administrativa da Casa Civil, secretária-geral de Governo) em vários governos de matizes partidárias diferentes, tive minhas contas aprovadas pelo egrégio Tribunal de Contas do Estado, inclusive nos quatro anos do governo Britto".

Objeto de desejo
Na luta pela conquista do voto feminino, os candidatos se esmeram. "Ponha Schirmer em sua boca" é o bordão utilizado pelo presidente estadual do PMDB ao presentear as eleitoras com um delicado batom carmin.

Com o número do candidato, é claro.

Enxurrada na Corsan
– Em viagem pela Suécia, o presidente da Corsan deverá encarar, no regresso, uma auditoria que aponta uma série de irregularidades na companhia.
Com a palavra Luciana Genro.

Crise de identidade
Bancada do PDT deverá enfrentar uma crise interna, em decorrência de desvarios da liderança.


ROSANE DE OLIVEIRA

Bandeira do emprego
Presidentes não geram emprego – e é bom que o eleitor não caia na besteira de acreditar em tudo o que ouve na propaganda eleitoral. Quem gera emprego são as empresas, num ambiente de crescimento econômico e estabilidade política, cenário desejado por qualquer candidato bom da cabeça. Prometer 8 ou 10 milhões de empregos em quatro anos não faz a menor diferença porque ninguém é capaz de garantir que essa promessa será cumprida.

Se forem mesmo para o segundo turno, o necessário debate entre Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra sobre geração de empregos não pode se dar em cima desses números. Serra assume na propaganda eleitoral o compromisso de criar 8 milhões de vagas e convida o eleitor a examinar quem tem mais condições de cumprir a meta – ele, com seu projeto Segunda-feira, ou Lula, que fala em 10 milhões de vagas.

Em sua última visita à RBS, em julho, dois dias depois da divulgação do seu plano de governo, Lula fez questão de dizer que não prometera criar 10 milhões de empregos. Explicou que esse é o número de vagas de que o país precisa. Mesmo tendo repetido a explicação dezenas de vezes, o que está na cabeça do eleitor é que os 10 milhões são um compromisso de campanha.

Serra diz que a diferença entre Lula e ele é que sabe como fazer para criar empregos. Soa um pouco como falar de corda em casa de enforcado, dado o fracasso do governo Fernando Henrique Cardoso nesse quesito. Serra e Lula acham que sabem e, não por acaso, partem das mesas receitas. Uma delas, a de investir maciçamente em saúde, saneamento básico e construção de moradias, já era defendida pelo professor Cristovam Buarque, um dos melhores quadros do PT, quando se apresentava como candidato a disputar uma prévia com Lula.

Economistas de diferentes correntes calculam que para cumprir a meta de Serra ou de Lula, o Produto Interno Bruto (PIB) terá de crescer à média de 5% ao ano, coisa que só aconteceu no Brasil à época do milagre econômico. Os candidatos que elegeram o emprego como prioridade sabem que essa é a preocupação número 1 dos brasileiros, à frente inclusive da segurança.


Editorial

A CAMPANHA E OS EXCESSOS

Com a autoridade do jurista e a responsabilidade do presidente da mais alta Corte eleitoral do Brasil, o ministro Nelson Jobim acaba de fazer uma advertência notavelmente oportuna. Disse ele ser inadmissível que observadores estrangeiros venham ao Brasil para fiscalizar o pleito, como prega o líder do PPS, deputado João Hermann, pois não há tal possibilidade em nosso sistema constitucional. Para que vingasse a idéia seria necessário que a Carta fosse mudada e a nação renunciasse à soberania. Ressaltou que o processo de votação eletrônica será acompanhado por emissários de 22 países, que aqui estarão, no entanto, para aprender, não para fiscalizar. No mesmo sentido manifestou-se o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Paulo Sérgio Domingues, para quem esse tipo de interferência levanta suspeitas sobre todo o Poder Judiciário da nação.

Ambos têm razão. Este país retomou há 17 anos a condução de seus próprios destinos, sem tutelas espúrias, quer internas, quer externas. Durante esse período a sociedade brasileira revelou admirável amadurecimento político, chegando a afastar um presidente que desonrou sua magistratura. Por isso mesmo pode dispensar intromissões estrangeiras em questões que só a nós dizem respeito. As propostas esdrúxulas não são contudo a única característica pouco edificante de uma campanha marcada até mesmo pela difusão de dúvidas inconsistentes, por preconceito ou com base em rumores, sobre o sistema eletrônico oficial. Nem o Rio Grande, tido como o Estado mais politizado do Brasil, vem escapando de excessos que só empobrecem a disputa.

Nenhum recurso, mesmo os mais baixos, é poupado nesse torneio de indigência de princípios e valores

É certamente indigno das tradições de civismo de um povo que determinados candidatos e partidos que disputam cargos públicos no Estado ofereçam, dia após dia, no espaço de propaganda gratuita do rádio e da televisão, um espetáculo de indigência explícita. Tal programação se destina a que os aspirantes ao Piratini e ao Legislativo divulguem suas idéias, defendam suas proposições, propaguem a doutrina do partido que integram, explicitem suas plataformas administrativas. O que se assiste, no entanto, é ao oposto.

Ouvintes e espectadores deparam com espaços preciosos empregados não pelo confronto civilizado de posições, de perfis, de experiências ou de projetos, mas convertidos, por vezes totalmente, em guichês de ofensas aos adversários, em sessões de denúncias, em palco de suspeitas de falcatruas, em tentativas de desqualificar os oponentes não poupando-lhes nem mesmo a honra. Nenhum recurso, mesmo os mais baixos, é desprezado nesse torneio explícito de pauperismo de princípios e valores, de completo desconhecimento do que seja a sadia convivência democrática.

O Rio Grande merecia mais.
Ainda há felizmente tempo, até 6 de outubro, para que os postulantes à chefia do Executivo rio-grandense modifiquem seu discurso e sua postura, se não a bem de suas candidaturas, em homenagem à cultura política dos gaúchos e em respeito a seu exemplar exercício dos direitos e deveres de cidadania.


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09/13/2002


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