Mulheres gaúchas entregam dossiê à presidência da Assembléia



“As mulheres querem participar dos espaços do poder e das discussões para enfrentar a pobreza. Reivindicamos políticas públicas que acolham as mulheres vítimas da violência, ao mesmo tempo em que construam uma cultura que repudie este e todo tipo de violência.” Com esta declaração a deputada estadual Maria do Rosário(PT) sintetizou as principais bandeiras atuais do movimento de mulheres. A deputada presidiu, na manhã de ontem (terça-feira, dia 17), Audiência Pública Extraordinária da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos onde integrantes gaúchas da Marcha Mundial das Mulheres entregaram um dossiê ao Legislativo estadual. O documento, que relata denúncias sobre a violência sexista e a pobreza que se abatem sobre a população feminina no Brasil e, em particular, no Rio Grande do Sul, foi entregue ao presidente da Assembléia Legislativa, Otomar Vivian(PPB) pela coordenadora da Marcha no Estado e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Télia Negrão. Com o dossiê, o movimento de mulheres quer abrir portas nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. “Queremos agendas para discutir políticas públicas e programas que tratem os temas das mulheres de uma forma madura, democrática e transparente”, salientou Télia Negrão. “Recebo este documento garantindo o apoio incondicional do Legislativo a esta iniciativa do movimento de mulheres”, afirmou o deputado Otomar Vivian, manifestando solidariedade com a luta para “minorar as discriminações e os abusos”. A Audiência Pública da CCDH contou com a presença de representantes de diversas entidades não governamentais e governamentais da capital e do interior do Estado, além dos deputados Cecília Hypolito(PT) e Manoel Maria (PTB), 1ª secretário da Assembléia Legislativa. A Marcha é uma mobilização internacional que começou no dia 8 de março de 2000 e culminou ontem em Nova Iorque (EUA) com a presença, na sede da ONU, de uma grande delegação composta com mulheres de mais de duzentos países. A delegação entregou ao Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, um abaixo assinado contendo milhões de assinaturas contra a pobreza e a violência. Com a Marcha, as mulheres do mundo todo estão reivindicando um novo modelo de desenvolvimento que não seja baseado na submissão de nações e de povos e no domínio dos ricos e poderosos.

10/17/2000


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