Roberto Cavalcanti cobra uma posição dos candidatos sobre a crise cambial
O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) cobrou dos candidatos à Presidência uma posição sobre a crise cambial que, em sua avaliação, ameaça tornar-se uma "guerra comercial", prejudicando especialmente países exportadores com grandes reservas em dólar, caso do Brasil e da China.
Roberto Cavalcanti acredita que a guerra cambial colocou, nos últimos dias, os candidatos ao Planalto "em uma encruzilhada". Para ele, é grande a probabilidade de, no segundo semestre de 2011, o Banco Central ter que aumentar os juros para combater a inflação.A medida, disse, deverá aumentar a enxurrada de dólares e, com isso, desvalorizar ainda mais a moeda nacional, tirando a competitividade das exportações brasileiras. Isso representaria uma grave ameaça ao emprego, na avaliação do senador.
O parlamentar assinalou que Dilma Rousseff e José Serra evitaram o aprofundamento das propostas que mostrariam aos eleitores as diferenças entre os dois candidatos.
Roberto Cavalcanti lamentou que o aborto, de "relevante questão de saúde pública", esteja sendo usado na campanha eleitoral "para uma guerra desprovida de sentido". A distorção provocada pelo debate em torno do tema faz com que o país perca a oportunidade de se redesenhar para as gerações futuras, conforme o parlamentar paraibano.
- Com o empobrecimento dos debates, temas fundamentais para o futuro do país são empurrados para debaixo do tapete, como se a segurança pública, a saúde, a educação, o emprego e a renda já tivessem sido completa e satisfatoriamente superadas - criticou.
Substituição do dólar
O parlamentar mencionou estudos em andamento na Ásia para substituição do dólar como moeda comercial. A sugestão do presidente do Banco da China, Zhou Xiaochuan é de trocar a moeda americana pelos Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Prêmio Nobel de Economia Joseph Steiglitz concorda com a tese do presidente do banco chinês de que os DES trariam maior estabilidade à economia global.
- O fato é que o dólar tem dado visíveis sinais de fraqueza e o mundo está preocupado com isso. Cogita-se mesmo que ele esteja morrendo e que precisa ser substituído como moeda global - disse Cavalcanti.
Outra proposta em pauta, relatou, congrega 12 bancos centrais asiáticos. De maneira semelhante à União Europeia, os países asiáticos estão adotando políticas monetárias que antecedem uma futura união monetária, observou o parlamentar. O continente estabelece crescentes acordos comerciais com taxas de juros convergentes e um plano de criação de uma unidade monetária asiática semelhante ao euro, criado em 1999.
Roberto Cavalcanti mencionou ainda que o Brasil tem sugerido em foros internacionais a adoção gradual de moedas nacionais em operações de comércio exterior com países do Bric (Brasil-Rússia-India e China). O tema, lembrou, será encaminhado pelos bancos centrais do Brasil e da Rússia em encontro neste mês no Rio de janeiro, conforme adiantou o embaixador do Brasil em Moscou, Carlos Paranhos.
Na opinião do senador, o assunto também deve ser debatido pelo Congresso Nacional, para que se encontrem alternativas viáveis ao dólar.
14/10/2010
Agência Senado
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