Roberto Cavalcanti pede apoio ao governo brasileiro nas negociações em busca de uma saída para a guerra cambial
"É absolutamente injusto que sejamos precisamente nós, o conjunto dos países em desenvolvimento, que venhamos a pagar pela farra do consumo inconsequente estimulada nos Estados Unidos por décadas". O desabafo foi feito pelo senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), que, da tribuna disse que o país deve apoiar o governo federal nas negociações que serão feitas para conter a guerra cambial que está afetando a economia de vários países.
O senador observou que o Brasil e os demais países emergentes não podem assumir o ônus pela "corrente financeira sem fundamentos econômicos razoáveis" patrocinada pelas nações mais ricas. Porém, Roberto Cavalcanti opinou que se os países mais pobres não conseguirem reverter a atual situação, a conta pelo desequilíbrio econômico será paga por eles.
- O primeiro round dessa peleja aconteceu na semana passada por ocasião do encontro do G-20, em Seul, reunião chamada justamente para debater aquilo que a presidente eleita, Dilma Rousseff, com muita propriedade, vem chamando de Guerra Cambial Mundial. Os resultados do encontro foram pífios - lamentou Roberto Cavalcanti.
Na avaliação do parlamentar, a atual preponderância do dólar no comércio multilateral já está devastada por mecanismos alternativos criados pelas nações ao longo dos anos. Roberto Cavalcanti registrou que vários acordos internacionais, bilaterais ou multilaterais, como os que ocorrem no âmbito do Mercosul, já admitem o uso de moeda própria nas relações comerciais externas.
Para Roberto Cavalcanti, a tendência para o futuro é que seja criado um novo padrão internacional de moeda para o comércio internacional. Ele também apontou a necessidade de uma renovação profunda no sistema financeiro internacional. Enquanto essas mudanças não ocorrem, sugeriu o senador, é importante que o debate sobre o assunto seja estimulado e aprofundado.
16/11/2010
Agência Senado
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