ROBERTO FREIRE DEFENDE A SOCIALIZAÇÃO DA MEDICINA
A proliferação dos planos desaúde e o fortalecimento da chamada medicina de grupo, em detrimento da construção decentros públicos de saúde, são os principais responsáveis pelo fato da maioria dapopulação ainda não se beneficiar de uma medicina de qualidade e dos seus avançostecnológicos. A opinião é do senador Roberto Freire (PPS-PE) que defende asocialização da medicina brasileira e apresentou projeto neste sentido.
Freire entende que, além da construção de centros públicos de saúde, deveria de serinstituído o estágio obrigatório remunerado dos médicos recém-formados, comorequisito básico para o reconhecimento do diploma e habilitação profissional. Sem oestágio, que duraria um ano, os médicos não poderiam exercer a profissão.
O senador, cujo projeto está sendo examinado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS),considera que esse seria o caminho para que a população dos municípios com carência demédicos passasse a ter um melhor atendimento na área de saúde. A medida, conformeinformou, já foi adotada, com sucesso em vários países, entre os quais México,Venezuela e Equador.
O projeto estabelece que o estágio remunerado dos médicos seria pago com recursos dosorçamentos da Seguridade Social da União, estados, municípios e do Distrito Federal.Caberia ao Ministério da Saúde definir, anualmente, os municípios, ouvida a ComissãoIntergestores Tripartite, instituída pela norma operacional básica do Sistema Único deSaúde (SUS).
- Além de fazer chegar a assistência médica, a promoção da saúde e a prevenção dasdoenças às regiões carentes do interior brasileiro, a iniciativa poderia possibilitar oreencontro do profissional com a comunidade - observa Roberto Freire, para quem oexercício da medicina no país continua sendo submetido a um perigoso imperativo: o domercado, onde o lucro está em primeiro lugar.
29/08/2000
Agência Senado
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