ROBERTO FREIRE DEFENDE DINHEIRO DAS EMENDAS PARA BANCAR SALÁRIO MÍNIMO



O senador Roberto Freire (PPS-PE) defendeu o acordo fechado na Comissão de Orçamento para usar os recursos que seriam destinados às emendas individuais dos parlamentares no custeio do aumento do salário mínimo para R$ 180. Ele também considerou racional o fato de o reajuste do mínimo estar sendo discutido no momento da elaboração do orçamento e não apenas em 1º de maio, data em que tradicionalmente começa a ser pago, como ocorreu nos anos anteriores.

A extinção das emendas individuais dos parlamentares, segundo o senador, vem sendo defendida por Ciro Gomes, desde a campanha para presidente da República em 1998. Freire criticou a reação de deputados do PFL contra o fim das emendas. "Elas significam clientelismo, fisiologismo, reprodução das elites e financiamento mascarado de campanhas", afirmou.

Ainda sobre as emendas individuais, Roberto Freire comentou que, do ponto de vista político, elas representam a dispersão e pulverização de recursos e não se materializam em investimentos geradores de emprego, renda e de crescimento econômico. Ele opinou que a extinção é uma forma do Congresso mostrar à sociedade que pode aumentar o valor do salário mínimo buscando uma fonte de financiamento que não crie problemas fiscais no que diz respeito à Previdência Social.

Outro assunto abordado pelo senador foi um pronunciamento feito na Câmara dos Deputados por um parlamentar nordestino, classificando o fim das cestas básicas como um atentado e uma agressão à dignidade do povo daquela região. "O fim da distribuição de cestas básicas é uma medida interessante, desde que seja discutido e que seja oferecida uma alternativa em substituição", disse Roberto Freire. Ele sugeriu ao governo federal que, ao extinguir as cestas básicas faça um cadastramento das famílias beneficiadas e passe a enviar o valor monetário correspondente pelos Correios. "Para que essas famílias possam fazer suas opções de compra e consumo", completou.

Roberto Freire sugeriu ainda que as famílias que passariam a receber o dinheiro fossem vinculadas a trabalhos comunitários ou a programas de renda mínima nos moldes do bolsa-escola, para aqueles que tivessem filhos em idade escolar. "Dessa forma eles não necessitariam de esmolas, porque o que os nordestinos precisam é da dignidade do emprego e da renda", defendeu.

29/11/2000

Agência Senado


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