Roberto Saturnino: avanços sociais em Cuba merecem respeito
O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) pediu atenção aos avanços sociais realizados nos últimos 43 anos pelo governo Cubano. Segundo ele, este aspecto deve ser levado em consideração antes de se condenar o regime de Fidel Castro por atos na área dos direitos políticos.
- Fiquei chocado com a estranheza de alguns senadores pelo fato de Cuba ser objeto de admiração. Lá, há avanços sociais que merecem respeito. É preciso atentar para realizações que tem conteúdo humanístico e não ficar colaborando com os que querem acabar com este regime, que constitui uma afronta ao império americano - disse o senador, referindo-se às discussões no Plenário do Senado sobre moção de repúdio à violações dos direitos humanos em Cuba.
Saturnino apresentou dados que comprovariam a excelência dos serviços sociais em Cuba e disse que estas informações não são divulgadas pela imprensa, como forma de criar um sentimento na opinião pública contra o regime cubano. O senador salientou que é contra o regime de partido único e a pena de morte, adotados em Cuba, mas que isso não o impede de defender as conquistas do povo cubano, diante do bloqueio econômico norte-americano.
O pronunciamento do senador pelo Rio de Janeiro provocou mais debate no Plenário. O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que nenhum avanço social pode justificar um regime ditatorial. Ele disse que Sarturnino, ao defender o governo de Fidel Castro, pode praticar um -proselitismo da ditadura-, que não faz jus à biografia dele. O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) também criticou a posição de Roberto Saturnino.
- Cuba tem um povo exilado em seu próprio país, humilhado, sem ter condições de sair às ruas - afirmou Pavan.
Em resposta aos dois senadores, Saturnino lembrou que em seus 40 anos de vida pública jamais deixou de defender o socialismo democrático. Mas disse ser preciso reconhecer que nenhuma democracia conseguiu os resultados sociais alcançados por um país pobre como Cuba.
Também em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) disse que não é possível compartilhar com a pena de morte, e que, por isso mesmo, é preciso divulgar que 84 países fazem uso deste expediente. Ele defendeu o direito de autodeterminação do povo cubano. A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) sugeriu que uma comissão de parlamentares vá a Cuba para garantir o cumprimento deste direito, diante das pressões do governo norte-americano.
29/05/2003
Agência Senado
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