Roberto Saturnino: não fiz qualquer pré-julgamento



O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ), relator designado pelo Conselho de Ética para emitir parecer sobre se os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) feriram o decoro parlamentar no episódio de violação do painel eletrônico do Senado, reafirmou nesta quarta-feira (dia 23) que seu relatório baseou-se exclusivamente nos fatos apurados pelo conselho. Ao concluir com a constatação de que esses fatos indicam quebra de decoro, o relator disse que, na forma regimental, tinha que indicar a pena a ser aplicada - no caso, a cassação dos mandatos dos dois senadores, como prevê a Constituição.

A explicação de Roberto Saturnino foi dada tão logo o senador Paulo Souto (PFL-BA) concluiu a leitura do voto em separado que apresentou ao conselho, em que enumerou uma série de "equívocos" que a seu ver estariam contidos no relatório, como desrespeito a procedimentos e normas jurídicas e condenação antecipada dos senadores investigados pelo Conselho de Ética.

- Não fiz qualquer pré-julgamento e nem desrespeitei procedimentos formais. Apenas cumpri o meu dever diante de tantos indícios de práticas contrárias à ética parlamentar - contestou Roberto Saturnino.

O relator, discordando de Paulo Souto, disse que a violação do painel eletrônico "é um fato gravíssimo e que representa um desrespeito à Constituição, à democracia e ao Senado". Além disso, acrescentou, os dois senadores teriam mentido ostensiva, explícita e reiteradamente aos demais senadores, o que, na sua opinião, teria tornado insustentável a situação de ambos. Por isso tudo, Antônio Carlos e José Roberto Arruda devem ter a pena máxima, ou seja, a cassação de seus mandatos, afirmou.

Roberto Saturnino também enfatizou que o julgamento realizado pelo Conselho de Ética seria político, mantendo dos procedimentos judiciários o respeito às regras e procedimentos judiciais, assegurado o amplo direito de defesa em todo o processo. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse estranhar a insistência de alguns parlamentares em repetir que o Conselho de Ética já teria decidido pelas cassações, em rito sumário. O processo por quebra de decoro está apenas começando, lembrou Simon, para quem ainda há um longo caminho até que o Plenário do Senado decida pela cassação ou não dos dois senadores.

O relator concordou com Simon, assegurando que Antonio Carlos e Arruda terão amplo direito de defesa no conselho.

23/05/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Saturnino diz que não há pré-julgamento de ACM e Arruda

ROBERTO SATURNINO LANÇA "CONTOS DO RIO"

ROBERTO SATURNINO LANÇA "CONTOS DO RIO"

FRANCELINO HOMENAGEIA ROBERTO SATURNINO

ROBERTO SATURNINO DESTACA PASSAGEM DO DIA DO JORNALISTA

ROBERTO SATURNINO BRAGA LANÇA "CONTOS DO RIO"