Rodrigo Rollemberg lembra os 50 anos da renúncia de Jânio e a Campanha da Legalidade pela posse de Jango
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) destacou em Plenário nesta quinta-feira (25) os 50 anos da renúncia do presidente Jânio Quadros (1917-1992), que culminou com o que o senador classificou como uma das mais graves crises políticas da história do Brasil. O senador afirmou que a data é um "marco" para o país.
- A crise de agosto [de 1961] nos legou a lição de que é necessário tolerância, respeito às instituições democráticas, compreensão política e compromisso com a alternância de poder e que atalhos e medidas de ocasião para restringir a democracia ou ferir a vida democrática do país não teriam mais espaço na nossa pátria - afirmou o senador.
Rodrigo Rollemberg fez um relato daquele momento histórico, quando Jânio Quadros, eleito com 48% dos votos válidos, assumiu o governo com um discurso moralizante e moralista. Diante das medidas que desagradaram aliados políticos e militares, relembrou o senador, o presidente, "isolado e atônito", decidiu renunciar. Esperava voltar nos braços do povo que o elegeu e ter, legitimado, o poder para governar. Não foi o que aconteceu. Segundo Rollemberg, o povo "não entendeu as razões da renúncia nem conseguiu identificar as forças ocultas citadas pelo presidente em sua carta".
Depois da renúncia do presidente, o vice João Goulart (1919-1976), que se encontrava em viagem oficial para a China, tentou voltar ao Brasil para assumir o cargo. Mas foi impedido pelos ministros militares. O presidente do Câmara dos Deputados à época, Ranieri Mazzilli, do PSD-SP, em seu lugar.
Em diversos pontos do país, relatou Rollemberg, lideranças políticas nacionais e setores da população se unem em defesa da posse de Jango, como João Goulart era conhecido. Liderada pelo governador Leonel Brizola (1922-2004), do Rio Grande do Sul, e apoiada pelos governadores Mauro Borges, de Goiás, e Nei Braga (1917-2000), do Paraná, tem início a "Campanha da Legalidade", um forte movimento para assegurar a posse de João Goulart na Presidência da República. Vários confrontos ocorrem nos estados. O país entra em estado de tensão. Quando o primeiro general aderiu ao movimento, foi dado o sinal para o fim da crise. A solução encontrada foi a apresentação de uma emenda implantando o parlamentarismo no Brasil. Com o novo regime, Jango toma posse.
- O povo disse, de forma clara e evidente, não ao golpe, não à ditadura, e mostrou que seria capaz de lutar pela restauração democrática do país. Dois anos depois, o povo, em plebiscito, escolheria democraticamente o sistema de governo a ser seguido pelo país, derrotaria o parlamentarismo e reporia o presidencialismo, ainda que não conseguisse salvar o regime democrático, que seria derrubado no ano seguinte - relembrou Rollemberg.
25/08/2011
Agência Senado
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