Simon lembra os 30 anos da morte de Jango



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou, em pronunciamento, os 30 anos da morte do presidente João Goulart, ocorrida no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Simon salientou que Jango, como era conhecido, foi o único presidente do Brasil que morreu no exílio. O parlamentar saudou a realização do seminário João Goulart: 30 Anos de Silêncio, que se realizou de 6 a 8 de dezembro, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Simon lembrou que João Goulart assumiu a Presidência da República com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, e foi afastado do cargo em 1964, quando o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, decretou vaga a Presidência da República, sob aalegação que o presidente encontrava-se em lugar incerto e não sabido. Simon disse que Auro Moura abriu a sessão do Congresso Nacional com o objetivo de comunicar a vacância do cargo de presidente e, em seguida, a encerrou, sob protestos de Tancredo Neves e de outros parlamentares. João Goulart, disse Simon, estava em Porto Alegre, buscando encontrar solução para as tentativas de golpe ao Governo.

- Não houve decisão nem votação; o presidente do Senado simplesmente decretou vaga a Presidência e encerrou a sessão do Congresso Nacional - disse Simon.

Em seu discurso, Simon lembrou também que a imprensa da época atacava o presidente João Goulart. O senador ressaltou que os jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo publicavam em destaque, diariamente, pronunciamentos de líderes da oposição. Matéria na revista americana The Times, publicada na íntegra pelos jornais brasileiros, contou Simon, dizia que João Goulart era um dos homens mais ricos do mundo e um dos maiores proprietários de terra do país. Como resposta, o presidente comprometeu-se a vender por US$ 1,00 para o presidente da revista toda fazenda que tivesse sido adquirida em seu nome, no de sua mulher ou dos filhos, após a data em que assumira a Presidência da República. Esse desafio, destacou Simon, não foi publicado em nenhum veículo do Brasil.

Simon disse que a decisão de Jango em não resistir ao golpe que o derrubou e de viver no exílio não ocorreu em conseqüência do medo, mas para não desencadear uma guerra civil no país.



19/12/2006

Agência Senado


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