Roseana Sarney: só a volta do crescimento reduzirá injustiças sociais
Em seu primeiro discurso da tribuna, a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) afirmou que o Brasil precisa voltar a crescer, depois de uma década de frustração, com baixo crescimento econômico, tendência de concentração de renda e reduzido poder de compra dos assalariados. Ela deu todo apoio ao Programa Primeiro Emprego do governo Luiz Inácio Lula da Silva, lembrando que foi pioneira ao implantar um programa idêntico ao governar o Maranhão.
- O maior desafio do Brasil é voltar a crescer. E crescer é o melhor caminho para atacar os problemas sociais - sustentou.
Roseana Sarney informou que dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que o Maranhão foi o estado que mais combateu nos últimos anos a pobreza, embora seus índices sociais ainda sejam baixos.
Depois de garantir todo apoio às reformas constitucionais do governo Lula, as quais objetivam criar condições para a volta do crescimento econômico sustentado, Roseana Sarney observou que 3,6 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 24 anos estão procurando emprego. Eles representam a metade dos desempregados de todo o Brasil, acentuou.
Roseana Sarney lamentou que o mundo pós-queda do Muro de Berlim só pense na lei da competição, no aumento da produtividade, na automação, -o que faz aumentar a dispensa de mão-de-obra e, portanto, o desemprego-. No entanto, ponderou, as pessoas pobres só têm a proteção do Estado.
- Eles não moram na Federação e nem nos índices das bolsas de valores, nem nos complicados cálculos de risco-Brasil. Eles vivem no Brasil profundo, de carências e também de esperanças em dias melhores. Daí, a necessidade de priorizar o social. É uma decisão de solidariedade humana - assinalou.
A senadora lembrou o -brutal processo- de injustiça utilizado pelo -aparelho estatal- para afastá-la da disputa à Presidência da República, no ano passado e disse que reinicia no Senado -o bom combate da vida parlamentar-, agora -mais consciente do que nunca- de que se deve -ser severo e intransigente- com o crime, com a corrupção, com a falta de ética, com a tortura, com a indignidade na política, e -certa de que se deve ser implacáveis contra toda forma de injustiça-.
- O mal que a injustiça causa nas pessoas não comporta reparação, não tem volta, na tem alívio, não tem perdão. É indigna, é imoral, é terrorista, é mais grave que a tortura, porque esta atinge o corpo, aquela, a alma. O dano físico pode desaparecer, mas a injustiça não desaparece nunca - observou.
Roseana Sarney agradeceu ao povo brasileiro pelos 27% de intenção de voto em seu nome para presidente da República, conforme pesquisas divulgadas há cerca de um ano. Disse ainda que seria injusta se não mencionasse o orgulho que tem de seu pai, o senador José Sarney, presidente do Senado, que presidiu a sessão.
- Esta talvez tenha sido uma das sessões mais difíceis que presidi - afirmou José Sarney ao final, emocionado.
23/04/2003
Agência Senado
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