Motta reclama das injustiças sociais promovidas pelo governo



Em discurso nesta quarta-feira (8), o senador João Batista Motta (PSDB-ES) protestou contra as injustiças praticadas pelo governo no âmbito social. Motta exemplificou a situação com dois "casos simbólicos": um sobre anistia política, outro sobre desapropriação de terras, ambos tendo em comum, "o desleixo e o abandono" do governo.

O primeiro trata do pedido de anistia de Antônio Guedes da Silva, conhecido no Espírito Santo como João Trindade, de 80 anos. Motta relatou que, embora Trindade tenha protocolado, em outubro de 2003, seu pedido de anistia política, até agora não teve a solicitação atendida pelo Ministério da Justiça. Em contraste, Anita Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes, teria feito pedido semelhante em fevereiro de 2004 e já recebido auxílio de R$ 100 mil. Motta afirmou que o governo só se interessa por aquilo que vá lhe trazer algum tipo de promoção.

- Espero que o ministro da Justiça tome providências e o governo pare de jogar com a mídia fazendo propaganda com a miséria dos pobres que sempre lutaram pela democracia - disse o senador.

O segundo caso relatado por Motta é o de Arildo Santana, com mais de 70 anos e família composta de 30 membros que sempre trabalharam nos 860 hectares de terra, em Montanha, ao norte do estado do Espírito Santo. Todos estariam, informou, "ao relento e desesperados". Além de terem vendido seu gado por preço irrisório, devido à violenta seca que se abateu sobre a região, e perdido tudo o que plantaram, foram prejudicados por manobra do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O órgão, aproveitando a ausência dos animais nas propriedades, teria desapropriado as terras e dado termos de imissão de posse a outras pessoas.

O senador foi aparteado pelo colega Magno Malta (PL-ES), que sugeriu o envio de documento assinado por todos os senadores ao ministro da Justiça, pedindo solução para o caso de João Trindade. Magno Malta disse ainda que, por ocasião da seca, procurou o ministro em busca de uma solução e ouviu dele a frase: "não fui eu que inventei a seca".

Também em aparte, Gerson Camata (PMDB-ES) criticou os critérios utilizados para a desapropriação de terras e a desinformação dos juízes do Rio de Janeiro sobre a verdadeira situação vivida pelos pequenos proprietários. Já Leonel Pavan (PSDB-SC) criticou o governo por ignorar todos os alertas, sugestões e críticas feitas pelos senadores.



08/03/2006

Agência Senado


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