RS ganha fábrica de caldeiras a biomassa






RS ganha fábrica de caldeiras a biomassa
A implantação de uma fábrica de caldeiras no município de Santo Antônio da Patrulha, a Becker Vyncke Caldeiras Ltda, foi anunciada ontem pela direção da empresa em audiência com o governador do Estado, no Palácio Piratini.

A Becker Vyncke é uma joint venture belgo-brasileira que tem como sócias as empresas Carlos Becker Metalúrgica Industrial Ltda (com 51% do capital) e a Vincke Expert N.V. e almeja o mercado da América do Sul.

Com investimento total de R$ 5 milhões, a empresa terá capacidade para produzir 24 caldeiras por ano. Cerca de R$ 1,6 milhão será financiado pelo Banco Regional Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE). “Nosso diferencial é a tecnologia aplicada e a capacidade de realizar projetos de grandes dimensões”, explicou o diretor da Carlos Becker, Décio Vicente Becker.

O empreendimento segue padrões europeus, voltados para a produção de energia limpa, a partir da queima de biomassa e resíduos agroindustriais, como madeiras e cascas de arroz.

A localização estratégica do Estado foi fundamental para a viabilização do projeto. “Já exportamos até para o Equador”, informou o empresário. A unidade da Becker Vyncke está sendo ampliada em três mil metros quadrados para abrigar a produção das caldeiras e deve ser concluída no segundo semestre de 2002.


Supermercados gaúchos recuperam perdas
Os supermercados do Rio Grande do Sul devem fechar o ano com faturamento em torno de R$ 7 bilhões, o que corresponderá a um crescimento próximo de 6% em relação ao volume de negócios de 2000. Esta é expectativa é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), João Carlos de Oliveira, que anunciou ontem um aumento médio de 5,71% nas vendas do setor, de janeiro a novembro de 2001, em comparação ao mesmo período do ano passado.

O índice de crescimento das vendas já era previsto pela Agas devido à abertura de novas unidades no Estado. “Os hipermercados, que oferecem produtos anteriormente vendidos apenas em lojas especializadas, fizeram com que muitos consumidores migrassem para eles”, justificou o dirigente. “Hoje, 30% das vendas são de produtos não-alimentícios, como têxteis e eletrodomésticos, o que significa 10% mais do que há dois anos”, disse Oliveira.

Entretanto, o presidente da Agas acredita que a alta das vendas em 2001 não será suficiente para recuperar as perdas dos dois últimos anos, que somadas chegam a 11,8%. Mas a expectativa para 2002 é positiva. “A recuperação deve permanecer, juntamente com o crescimento físico do setor e o incremento nas vendas”, disse Oliveira.

Neste ano, o Rio Grande do Sul também deve manter a terceira posição no ranking nacional do setor supermercadista. Em 2000, o volume de vendas do Estado representou 9,7% do total do País, ficando atrás de São Paulo, com cerca de 41%, e do Rio de Janeiro, com 13%.

Para 2002, a Agas também anuncia a criação de dois comitês que vão discutir problemas nas redes de compra e nos meios de pagamento. Cerca de 50% das vendas do setor são a crédito, o que gera a necessidade de estabelecer novos critérios para a aceitação de cartões, tíquetes ou cheques pré-datados. “É preciso readequar taxas e redefinir prazos de reembolso”, afirmou o presidente da entidade.


Guga toma US$ 1,5 milhão da Coca Cola
O tenista Gustavo Kuerten, número 2 do mundo, assinou contrato de parceria com o guaraná Kuat, número 2 no mercado brasileiro de refrigerantes que contêm a essência do famoso fruto amazônico. O valor do contrato não foi revelado, mas nos bastidores se comentava que o atleta receberá US$ 1,5 milhão por um ano de trabalho como estrela de comerciais e de eventos do refrigerante da Coca-Cola do Brasil.

Fernando Mazzarollo, vice-presidente de marketing da Coca-Cola, disse que num primeiro momento a parceria Guga-Kuat visa buscar a liderança do mercado brasileiro, onde o novo guaraná da Coca, lançado em 1997, já conquistou 11,6% do mercado dominado pelo produto da Antarctica. Um franqueado da marca confirmou porém que o carisma do atleta brasileiro entre os jovens será testado estrategicamente para tentar avançar no mercado norte-americano. A Coca já vende guaraná no México e pretende fazê-lo também nos Estados Unidos.

Dos 20 torneios onde Guga pretende atuar em 2002, seis serão em cidades da América do Norte. Com o novo contrato, o tenista mantém o recorde de nove “parceiros” publicitários. O Kuat vai tomar o lugar da Globo.com, cujo contrato não foi renovado. Corre boato de que um dos mais parceiros mais antigos, a Diadora, está para ser trocado pela Nike. Ninguém do staff do atleta confirma ou desmente, mas é certo que os prêmios ganhos nas quadras se tornaram café pequeno para o mais bem-sucedido atleta do mundo.

Rafael Kuerten, irmão mais velho de Guga, diz simplesmente que está botando todo o dinheiro ganho na poupança no Brasil, não no exterior. Só mais tarde eles decidirão onde e como aplicar os recursos conquistados numa carreira cuja crescente eficiência nas quadras - 65,9% de vitórias — passou a render excelentes contratos de publicidade. Temendo ser alvo de sequestros — no ano passado, a residência de Guga foi assaltada, obrigando-o a colocar guardas no portão —, a família não tem interesse em falar de ganhos e investimentos, mas em Florianópolis sabe-se que os Kuerten já investem em imóveis, na construção civil e em serviços, no que se inclui aluguel de quadras esportivas, revenda de combustíveis e hotelaria.


Badesc dá prioridade ao crédito de confiança e cresce 55% no ano
A Agência Catarinense de Fomento S/A (Badesc) vai fechar 2001 com R$ 200 milhões aplicados em investimentos e giro associado, 55% mais do que no ano passado. A maior parte (90%), em volume de contratos, é de micro e pequenos empresários. O setor industrial absorveu a maior fatia dos recursos (R$ 36 milhões, até novembro), seguido do setor terciário (comércio e serviços), com R$ 30,29 milhões.

O Badesc destaca-se no desenvolvimento do microcrédito ou crédito de confiança, concedido a empreendedores na maior parte informais. “É política do governo Esperidião Amin priorizar os pequenos”, diz o presidente do Badesc, Arno Garbe. Em um ano e meio da vigência do programa, foram liberados R$ 21,7 milhões (R$ 15,8 milhões só neste ano) para atender 8.835 operações. O banco criou uma rede de Organizações Não Governamentais (ONGs), distribuídas em pontos estratégicos de Santa Catarina. Hoje são 13 ONGs e até março de 2002 serão implantadas mais quatro.

O assunto rendeu até um livro, lançado nesta semana em Florianópolis, intitulado “A Vitória do Crédito de Confiança”. A obra traz relatos de pequenos empreendedores catarinenses que encontraram no microcrédito uma alavanca econômica e um estímulo pessoal para tocar seus negócios. “Os tomadores deste crédito são as doceiras, costureiras, garapeiras, artesãos, eletricistas, entre outros profissionais de fundo de quintal”, diz Garbe. “O programa tem alcance social incalculável e traz os excluídos para dentro da economia”.

Garbe diz que o Badesc hoje atua em duas frentes: a do banco tradicional, que atende as empresas com valores entre R$ 10 mil e R$ 7 milhões, e a do microcrédito, com financiamentos de R$ 200 a R$ 10 mil. Segundo Garbe, o Badesc é uma empresa e, portanto, “tem um produto a vender e cobranças a fazer”. Ele disse que neste ano cresceu o valor aplicado na economia catarinense porque aumentou a agressividade e esforço de venda do produto do banco que é o dinheiro.

Por outro lado, houve grande esforço na recuperação de crédito. “De janeiro de 1999 até o final de novembro foram recuperados R$ 103 milhões, o equivalente a 50% do crédito já lançado no prejuízo.” Garbe diz que o Badesc tem capacidade de alavancagem de R$ 2 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que a carteira ativa está em R$ 500 mil. “Temos um estoque à disposição de R$ 1,5 bilhão”, frisa o presidente.

A inadimplência do Badesc é baixa. “Quase zero nos empréstimos tradicionais e de pouco mais de 1% no crédito de confiança”. Segundo o presidente da agência, os empréstimos são concedidos de forma criteriosa, bem feita, para quem pode pagar. “No ano passado tivemos um lucro de R$ 32 milhões”, diz. Os financiamentos são de longo prazo, com cinco anos para pagar, sendo um de carência e juros de 18% ao ano.


Laticínio paulista leva indústria para interior do Paraná
O grupo paulista Vigor está ampliando sua operação no Sul do País, com a inauguração, ontem, de uma unidade de processamento de leite longa vida em Santo Inácio, no Noroeste do Paraná. Com investimentos de R$ 7,6 milhões em equipamentos e obras civis, a nova fábrica faz parte do projeto de reestruturação da produção de leite da empresa, que na semana passada desativou sua planta fabril paulista, transferindo todo o processamento para o laticínio paranaense, segundo informa seu vice-presidente, Vinícios Ramos.

A companhia, que possuía na cidade apenas um posto de recepção de leite, com média diária de recebimento de 40 mil litros, já está admitindo 100 mil litros por dia e espera alcançar 170 mil litros nos próximos 30 dias. De acordo com Ramos, a transferência da fábrica permitirá uma redução de 10% no custo do produto, principalmente por causa da diminuição dos gastos com frete. Até a inauguração desta unidade, todo o leite recebido no Paraná era processado em São Paulo, a 350 quilômetros de Santo Inácio.
O novo laticínio produzirá cerca de 60 mil toneladas de leite longa vida por ano. Mas o volume da planta paranaense não vai alterar a produção total do grupo, atualmente em cerca de 8 milhões de litros por mês, 90% do total dirigido para São Paulo, Minas Gerais e Paraná. “A produção deve se manter inalterada”, declara o vice-presidente.
Por causa da expansão, a companhia teve também de ampliar o número de produtores rurais integrados, que saltou de 180 para aproximadamente 500, parte deles donos de propriedades no Sul de São Paulo, região da qual Santo Inácio praticamente faz divisa. Para garantir maior número de pecuaristas, a empresa introduziu assistência técnica de veterinários e está auxiliando para que os produtores tenham acesso a linhas de financiamento para compra de tanques de armazenagem de leite.

Estes reservatórios permitem maior agilidade para o processamento e garantem melhor conservação do produto. No método que ainda predomina, os produtores ordenham as vacas e, em seguida, colocam o leite em galões de metal de 20 litros. No tanque, colocam uma quantidade dezenas de vezes maior e ainda mantêm o produto refrigerado, que depois é transferido para os caminhões da empresa.

Cresce consumo do leite longa vida
As vendas de leite longa vida no Brasil devem chegar a 3,8 bilhões de litros este ano, 100 milhões a mais que a projeção inicial de 3,7 bilhões e 300 milhões a mais que o resultado do último exercício, segundo estimativa da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV). Se confirmado, este volume representará uma participação de 73,5% do longa vida no mercado total de 5,3 bilhões de litros de leite previsto para este ano no País - 1,8 pontos percentuais a mais que a previsão inicial e 4,7 pontos percentuais a mais que a proporção de 2000.

“O longa vida está gradativamente tomando espaço no mercado, mas a expansão em 2001 foi ainda maior do que se previa”, afirma Daniela Rodrigues Alves, gerente do Serviço de Informação ao Cliente da ABLV. Segundo ela, o aumento acima do esperado ocorreu certamente em virtude da mudança de comportamento do varejo, que precisou se adequar ao racionamento de energia elétrica. “Muitas padarias e pontos de venda decidiram trocar o leite pasteurizado, que precisa ser refrigerado, pelo longa vida, que pode ser armazenado fora da geladeira”, declara.

Mas, mesmo sem a interferência de fatores externos, o produto vem ganhando uma fatia cada vez maior do mercado de leite. Em 1990, o longa vida representava apenas 4,4% do total, com uma produção de 187 milhões de litros num universo de 4,24 milhões de litros. No ano seguinte, iniciou uma expansão meteórica: 5,2% em 91; 9,6% em 92; 14,4% em 93; 20,2% em 94; 25% em 95; 37,5% em 96; 51,9% em 97; 61% em 98; 66,8% em 99; e 68,8% em 2000.

Segundo a entidade, uma série de razões explicam a evolução e indicam que o longa vida continuará com uma boa participação no mercado brasileiro de leite: facilidade de transporte e estocagem sem necessidade de refrigeração; oferece a absorção de grandes volumes; tem tecnologia que garante diversificação da oferta; e, com 100 diferentes marcas, possui capacidade instalada em praticamente todas as regiões. A associação estima que o faturamento do segmento deve alcançar R$ 2,5 bilhões este ano.


Negado hábeas a empresários caxienses
A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região confirmou por unanimidade decisão da 1ª Vara Federal de Caxias do Sul (RS) que recebeu a denúncia contra os gerentes da Administradora de Consórcio Caxiense.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Alpheu José de Boni, Homero Antônio de Boni, Mário Antônio de Boni e Givaldo Camargo Gonçalves teriam desviado recursos através da obtenção de financiamento de capital de giro de forma fraudulenta, apropriação indevida de valores relativos às cobranças efetuadas, sem o devido registro na contabilidade da empresa e dos grupos de consórcios, além de contemplações irregulares.

A defesa dos empresários entrou com pedido de habeas corpus no TRF alegando ausência de justa causa, pois os documentos apresentados como prova na denúncia do MPF não seriam originais e nem cópias autenticadas por tabelião de notas. Entretanto, o relator do processo no tribunal, desembargador federal Manoel Lauro Volkmer de Castilho, entendeu que o Código de Processo Penal prevê a autenticação de documentos por servidor público, como no presente caso, e não apenas por tabelião. Com a decisão, a 1ª Vara de Caxias deve dar continuidade ao processo contra os empresários.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Federações
A Fecomércio, Fiergs e Farsul prometem acompanhar em plenário, amanhã ou sexta feira, a votação, na Assembléia Legislativa gaúcha, do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento, proposto pelo governo do Estado. O programa, que prevê aumento de impostos, vai majorar em 2% a alíquota do ICMS no setor de telecomunicações. “Isso vai representar um aumento de 8% no imposto e significará aumento de 11% a 12% no preço final das tarifas”, observou o presidente da Fecomércio, Flávio Sabbadini. A sua entidade representa 107 sindicatos, envolvendo em torno de 3 mil lideranças empresariais do setor no Estado e cerca de 49% do PIB gaúcho, todos contrários aos aumento de impostos. “Não é necessária a elevação de impostos. Basta o governo aplicar melhor os superávits de arrecadação de impostos que vem obtendo”, disse Sabbadini.

Preços altos
Pesquisa do Procon paranaense feita na semana passada encontrou diferenças de mais de 100% no preço de brinquedos vendidos no comércio de Curitiba. O jogo Super Memória - Turma da Mônica, da Grow, pode ser encontrado por R$ 8,91 a R$ 18,90. A menor diferença (9,2%) no preço entre os estabelecimentos é da boneca Turma da Mônica Baby, fabricado pela Multi Brink: pode ser comprada por R$ 24,90 a R$ 27,20. Nos brinquedos pesquisados, 12 registram variações de preços que chegam a 20%, enquanto outros 69 itens têm diferenças de até 40%.

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