Sabesp entra no mercado de soluções ambientais



Empresa oferece um pacote de serviços a empresas interessadas em aliar preservação ambiental com redução de custos

Com o respaldo de quem é referência em saneamento no país, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) está entrando no mercado de soluções ambientais. Na manhã desta terça-feira, 6, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a companhia lançou a Sabesp Soluções Ambientais, que vai oferecer um pacote de serviços que visam otimizar o uso dos recursos hídricos pelas empresas do Estado. Integram esse pacote, projetos e tecnologias já consagrados na empresa como o Pura (Programa de Uso Racional de Água).

Somente com o Pura, a Sabesp espera que as empresas possam reduzir em até 30% o consumo mensal de água. Esse percentual de queda no consumo, entretanto, ultrapassou a casa dos 32% em experiências já consolidadas na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Lá, a prática garantiu economia mensal de R$ 200 mil. A adoção da mesma fórmula provocou redução de 25% no consumo de água no Hospital das Clínicas, 26% na Universidade de São Paulo e um recorde na Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental): 42%.

Para levar essas técnicas a empresas da iniciativa privada, a Sabesp treinou funcionários para atender as demandas do mercado. “Temos uma força tarefa motivada a fazer deste programa uma plataforma ambiciosa de trabalho”, lembra o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira. E o apetite da empresa é grande: levantamento primário das equipes identificou dez mil virtuais clientes da Sabesp Soluções Ambientais. “Queremos combinar consumo com eficiência”, reforça Oliveira.

A secretaria estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena, acredita que o papel do Governo de São Paulo não será apenas de incentivar o uso racional da água, mas sim criar condições para que as empresas continuem apostando seus investimentos no Estado. “Temos que oferecer metodologia e criar condições para o desenvolvimento sustentável econômico e ambiental”.

Serviços

Ao todo, a Sabesp Soluções Ambientais terá cinco linhas de serviços disponibilizadas na primeira fase do programa. O Pura prevê que técnicos da Sabesp orientem os empresários a investir em tecnologias para o uso adequado da água, evitando, desta forma o desperdício e, conseqüentemente, reduzindo os gastos.

Outro serviço é o Contrato de Demanda Firme, pelo qual as empresas se comprometem a utilizar exclusivamente água proveniente da rede pública de abastecimento (eliminando poços e compras de caminhões-pipa). Como contrapartida a adesão, a empresa recebe tarifa diferenciada. 

Também voltada a redução de gastos, o Prend (Programa de Recebimentos de Esgotos não-Domésticos) foi criado com o propósito de diminuir o custo dos empresários que possuem infra-estrutura adequada para receber os esgotos e tratá-los de maneira correta.

Outra item é o Água de Reuso, subproduto do tratamento de esgotos, que substitui a água tratada usada em lavagem de pátios, resfriamento de caldeiras, diluição de químicos, entre muitos outros usos.

Também integram o pacote de serviços, práticas como a medição individualizada, a manutenção em sistemas particulares e privados e a telemedição, que permite descobrir um vazamento em poucos segundos e o acompanhamento em tempo real pela internet.

Empresários

Dez minutos depois de apresentar os principais tópicos do programa, o presidente Gesner Oliveira já respondia aos questionamentos de empresários sobre a possibilidade de adesão ao Sabesp Soluções Ambientais. É o caso de Mauro Sérgio Campos, representante da Firmenich, empresa química instalada em Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo. Campos gostou do que viu. “Nunca procuramos a Sabesp porque achávamos que não haveria abertura para isso. Com o fim das dúvidas, a partir de agora vamos sentar e negociar”, conta Mauro Sérgio, que tem interesse no Prend.

Para o engenheiro Carlos Gonçalo Maldonado, do Hospital Osvaldo Cruz, de São Paulo, o projeto apresentado na manhã desta terça-feira revigora a política de aproveitar melhor os recursos naturais desenvolvidas desde o ano 2000 na unidade que tem 250 leitos. “Já usamos a telemedição que deu muito certo. Os produtos apresentados são muito atrativos”, afirmou o engenheiro.

Segundo ele, sete anos atrás, o centro hospitalar localizado no bairro do Paraíso, consumia nove mil litros de água em 35 mil metros quadrados de construção. Hoje, com área de 85 mil metros o consumo se manteve, apesar do crescimento. “Temos interesse no Pura”, adianta Carlos Gonçalo que pretende investir no primeiro trimestre de 2008 cerca de R$ 100 mil em projetos de economia da água.

Cleber Mata

(I.P.)



11/06/2007


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