Saída de Palocci da Casa Civil é bem recebida por senadores
Após o anúncio do pedido de exoneração encaminhado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, à presidente da República, Dilma Rousseff, vários senadores, da oposição e da base do governo, concordaram que a saída era necessária.
A crise que culminou com a saída do ministro veio após reportagem do jornal Folha de S. Paulo apontar que seu patrimônio aumentou 20 vezes entre 2006 e 2010.
Na avaliação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), Palocci aguardou a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de não abrir investigação sobre o caso, para sair com uma espécie de "blindagem". Alvaro Dias (PSDB-PR) também considerou a decisão tardia.
Aécio Neves (PSDB-MG) evitou comemorar, mas elogiou a decisão do ministro.
- É da minha natureza. Eu não comemoro episódios como este, mas acho que a decisão foi correta - afirmou o senador, que considera que o governo estava imobilizado desde o surgimento das denúncias.
O senador Antonio Carlos Valadares (SE), líder do PSB, partido da base do governo, concordou que a saída de Palocci evita "crises desnecessárias". Para ele, a decisão veio em boa hora.
- Foi certamente um gesto para não contaminar o governo com crises desnecessárias. Era isso que eu esperava dele, um homem público com grande senso de responsabilidade - elogiou.
Tanto o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), quanto a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que aceitou convite para substituir Palocci na Casa Civil, elogiaram o ministro e se disseram tristes com sua decisão, especialmente após o anúncio de que a PGR não abriria processo contra ele.
CPI
Senadores da oposição afirmaram que mantêm a intenção de instalar uma CPI sobre o caso, mas admitiram que a missão se tornou mais difícil, já que senadores da base do governo já comunicaram que vão retirar as assinaturas do pedido, por considerarem o desfecho do caso satisfatório.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que na semana passada chegou a fazer um apelo a Palocci para que se afastasse do cargo, declarou considerar estranho o fato de, em 2010, logo aos as eleições, Palocci estar ajudando a montar o governo e, ao mesmo tempo, ganhando R$ 10 milhões. Ele afirmou, porém, que não há mais motivos para fazer a CPI.
Para Alvaro Dias, o pedido de exoneração do ministro não é sentença de absolvição, e o caso precisa continuar sendo investigado.
- Temos que continuar buscando a verdade. Esclarecimentos cabais e definitivos devem ser oferecidos à população brasileira - afirmou.
07/06/2011
Agência Senado
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