Salário mínimo de R$ 260 é inaceitável e Congresso deve melhorar proposta, diz Serys



O salário mínimo de R$ 260 para vigorar a partir de 1º de maio, anunciado pelo presidente da República, é inaceitável na opinião da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). Em pronunciamento nesta sexta-feira (30), no Plenário, ela disse ter a convicção de que a proposta será alterada no Congresso.

- Temos a convicção de que será possível encontrar alternativas de fontes de recursos para possibilitar ao governo melhorar o patamar proposto. Não tenho dúvidas disso. Duzentos e sessenta reais não dá - afirmou.

Serys ressaltou que os brasileiros que vivem com salário mínimo têm o patamar de vida aviltado porque o valor não dá para a alimentação de uma família de quatro ou cinco pessoas. Ela lembrou a história do presidente da República e disse ter certeza de que Luiz Inácio Lula da Silva sempre teve muito claro que a vida dos mais despossuídos precisa melhorar.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse, em aparte, que fica difícil para o governo do PT explicar a decisão sobre o reajuste do valor do mínimo em razão das promessas de longo tempo anunciadas pelos que estão hoje no poder.

- Os que estão defendendo hoje são os mesmos que acusavam o governo passado de submissão ao FMI [Fundo Monetário Internacional] - lembrou ele. Em resposta, a senadora disse não ter dúvidas de que o grande capital está muito satisfeito com o anúncio do rajuste.

O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) informou que a Prefeitura de Palmas já paga o salário mínimo de R$ 300. Ele também alertou a senadora de que não há, nesse caso do mínimo, uma proposta de "PEC paralela" (proposta de emenda à Constituição paralela apresentada na votação da reforma da Previdência) e ressaltou que os integrantes da base do governo têm que mudar o valor quando a proposta chegar ao Congresso. O senador Mão Santa (PMDB-PI) também fez um alerta à senadora.

- Não se engane mais uma vez. Lembre-se da chamada PEC Conceição - disse.Em resposta, Serys disse ter convicção de que a PEC paralela da Previdência Social será aprovada pela Câmara dos Deputados ainda em maio.

Mulheres

Serys comunicou a realização de dois eventos realizados na quinta-feira (29) relacionados à causa da mulher: a sessão solene na Câmara dos Deputados para homenagear o 15º aniversário do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) e o lançamento pelo presidente do Senado, José Sarney, da edição especial Dados Biográficos das Senadoras, publicação da Secretaria de Arquivo destinada a celebrar o Ano Nacional da Mulher.

- Nós tivemos até hoje apenas 28 mulheres senadoras, a primeira foi Eunice Michilles, em 1979. Temos 10% atualmente da bancada do Senado, mas vamos conquistar 50%, afinal somos 52% da população. Precisamos conquistar esse espaço na Câmara dos Deputados, nas prefeituras, governos estaduais e quem sabe na Presidência da República. Nós queremos poder igual ao dos homens. Não maior nem menor - afirmou.



30/04/2004

Agência Senado


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