Santo Ângelo aprofunda discussão sobre a Universidade Estadual



Depois de duas semanas de debates sobre o projeto de lei do Governo do Estado que cria a universidade estadual (UERGS), o Fórum Democrático começa a aprofundar temas específicos com as comunidades do interior. Foi o que aconteceu na noite de quinta-feira em Santo Ângelo quando mais de quinhentas pessoas, representando os 24 municípios da região das Missões, se reuniram no auditório da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). Na ocasião, os assuntos mais abordados foram crédito educativo e os cursos que serão oportunizados pela nova universidade. Como tem acontecido em todas as audiências, dois abordam a criação da UERGS sob dois enfoques diferenciados. O primeiro a falar foi o reitor da URI, Cléo Ortigara. Para ele, o mais importante numa universidade é sua capacidade de produzir conhecimento. Não só para os alunos, mas para toda a comunidade onde está inserida. Nesse aspecto, disse que a grande contribuição do Governo do Estado ao ensino superior seria a criação de programas de doutorados, ou seja, investir na formação e retenção de pesquisadores de alto nível. “Atualmente a maioria dos doutores e mestres lecionam em universidades públicas federais e seria muito oportuno que o próprio estado forma-se seus quadros de vanguarda”, afirmou o reitor da URI. O professor Ortigara ressaltou também a importância do papel das universidades comunitárias do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o Estado conta hoje com 15 universidades do gênero, que mantêm núcleos de campus em 54 cidades. “Trata-se de um patrimônio público, que embora não estatal, foi construído com dinheiro dos gaúchos”. Conforme o reitor do URI, inúmeros alunos de pouco poder aquisitivo puderam ter acesso ao 3 grau graças a existência, em seu município ou região, de uma universidade comunitária e do acesso ao Programa de Crédito Educativo Estadual (PROCREDE). “Somente a URI tem 15 mil alunos”, disse Ortigara, ressaltando que muitos deles são estudantes carentes. O professor e membro da comissão técnica de implantação da UERGS, Jaime Wünsch, por sua vez, disse que o objetivo da universidade estadual será o de promover um novo processo de ligação entre o regional e o local. “Estamos construindo uma ponte para o futuro, onde os dois pilares de sustentação são a parceria com as universidades existentes e o incentivo as vocações regionais”, declarou. E fez um alerta: “a universidade estadual só será viável se souber interagir com os recursos existentes. Outro debate que chamou a atenção envolveu dois professores que participaram das manifestações oportunizadas às entidades presentes ao encontro. Enquanto Cleto Gorski - representando as escolas técnicas da região - defendeu a manutenção e ampliação do PROCREDE e a universalização dos cursos da UERGS, usando o argumento de que é o estudante que deve escolher o curso que deseja fazer e não o Estado, o professor João Tarcísio Schneider - do Conselho Municipal de Saúde de Santo Ângelo - disse que a decisão do Governo Estadual de priorizar cursos voltados às vocações regionais é a decisão correta e que é aí que está a grande inovação do projeto. Participaram da audiência representantes dos Coredes, Famurs e Uvergs, parceiros da Assembléia no Fórum Democrático, e os deputados Onyx Lorenzoni (PFL), presidente da Comissão de Educação e coordenador dos debates, Valdir Andres (PPB), Adroaldo Loureiro (PDT), Aloísio Classmann (PTB), Ronaldo Zulke (PT), Jussara Cony (PCdoB), Iara Wortmann (PMDB), Elvino Bohn Gass (PT), e José Gomes (PT).

04/27/2001


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