São Paulo destrói 12 toneladas de armas de fogo



Operação é a maior já realizada no Brasil e em toda a América Latina

Numa operação que começou às cinco e meia da manhã, no quartel do Exército, em Barueri, e que envolveu 240 homens do Exército e 300 policiais civis e militares, foram destruídas, ao meio-dia deste sábado, dia 6, 18.462 armas de fogo apreendidas pela polícia de São Paulo em todo o Estado. As armas, num total de 12 toneladas, foram levadas do quartel para o Parque Villa-Lobos, para o maior ato público do gênero na América Latina. Toda operação foi promovida pela Secretaria de Segurança Pública em parceria com a 2ª Região Militar do Exército. A destruição durou 20 minutos e foi realizada por duas máquinas compressoras: uma de rolo liso, e outra de rolo dentado. Para evitar danos ao asfalto do parque, o armamento foi colocado sobre uma plataforma composta por duas camadas de compensados de madeira e uma de chapas de aço. Covas explicou que as armas destruídas não fazem parte de inquéritos policiais, uma vez que os produtos de crime acompanham o processo até o final. “Quando termina o inquérito e, posteriormente, o julgamento é que o Tribunal de Justiça encaminha as armas para Barueri e o Exército, decide reaproveitá-las ou destruí-las, porque só o Exército tem esse poder”. O governador disse ainda que, além da destruição propriamente dita das 18 mil armas, o ato público tem o objetivo de estimular o desarmamento por parte da população. “Arma é sempre um perigo. A arma traz a bala e a bala traz a morte', completou. Em relação à expectativa da população e autoridades presentes ao evento, Covas disse: “A impressão que se tinha é que os rolos transformariam todo o material em farinha. Isso não acontece. Mas, depois que o rolo passa, nenhuma delas tem condição de funcionar”. O governador acrescentou que depois desse tipo de operação a sucata é levada para o Exército onde é prensada, e transformada em blocos de concreto para serem enterradas. “Essa forma de destruição pública do armamento é uma demonstração de que a polícia vem trabalhando muito pela segurança da população de São Paulo”, avaliou o secretário de Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi. Ele reafirmou que, em relação à violência, o roubo e furto de carros foi o tipo de delito que mais aumentou, problema que só será resolvido quando não houver permissão legal para existência dos chamados desmanches. “Os desmanches acabam possibilitando a venda de peças usadas de veículo, o que, além de prejudicar a indústria, é o maior incentivador de roubo e furto de carros”, disse o secretário, observando: “Em São Paulo, nós recuperamos em torno de 50% dos carros roubados e furtados, dos outros 50%, pelo menos 40% são desmanchados”. Diariamente a divisão de produtos controlados pela Polícia Civil recebe, entre 15 e 20 armas que somadas às que são enviadas pela Polícia Judiciária atinge uma média de 113 por dia. A informação foi do delegado geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo que falou sobre a necessidade de conscientizar a população sobre desarmamento de armas e de espírito. “Noventa por cento dos homicídios são praticados com arma de fogo”, disse. Desgualdo disse também que as armas destruídas hoje foram apreendidas nos últimos seis anos por porte ilegal, por estarem em poder de menores, ou em apreensão preventiva. “Muitas das armas que estão aqui hoje, são fruto de entrega espontânea pela população às delegacias do Estado”, acrescentou. Também participaram do ato público o vice-governador, Geraldo Alckmin, os secretários estaduais da Educação, Rose Neubauer, de Esporte e Turismo, Marcos Arbaitman, o cel. Olavo Sant’Anna , chefe da Casa Militar

05/08/2000


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