São Paulo prepara Plano Especial para Pessoa Idosa



Projeto deverá ser baseado na educação dos jovens para o respeito e reconhecimento aos mais velhos

O secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social Rogério Amato participou no dia 30/10 do seminário “Envelhecimento da População Brasileira: Desafios para o Estado, Sociedade e Família”, realizado pelo Ministério Público de São Paulo, no auditório Queiroz Filho do MP, onde anunciou que a Seads está elaborando o Plano Especial para Pessoa Idosa.

O projeto visa atender as necessidades desta crescente faixa etária. Ainda não está pronto, mas de acordo com Amato, ele vai ser baseado na educação, levando aos mais jovens a idéia de respeito e reconhecimento aos mais velhos.

Outra tarefa da secretaria será mobilizar os municípios paulistas a incluir nos seus planos de assistência social a terceira idade. Aliás, a inclusão desta categoria na realidade diária é fundamental.

“Em 1900, não aparecia a figura da criança nem do adolescente, pois a expectativa de vida era muito baixa. Eles eram pequenos adultos. Hoje, a imagem dos idosos ainda não faz parte da sociedade”, aponta o secretário. Palestrantes e ouvintes concordaram com a afirmação.

O Estatuto do Idoso é uma ferramenta que resolve apenas metade do problema. A outra parte está reservada ao futuro. “A lei já vem tratando o idoso, mas ela deve ser o espelho da realidade diária”, diz o presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos José Gregori. Em outras palavras, é preciso pôr em prática a teoria.

Um avanço rumo a isso foi o encontro entre promotores da defesa dos direitos e cidadania, autoridades públicas e sociedade civil. De juvenis à pessoas de cabelos brancos formaram a platéia e mudaram o retrato de despreocupação com o tema.

Durante a palestra, informações importantes vieram a público, como a de que negar emprego por motivo de idade constitui crime, assim como discriminar ou humilhar as pessoas com mais de 65 anos. De acordo com o secretário de estado da Justiça e Defesa da Cidadania Luiz Antonio Marrey, a rejeição do mercado de trabalho continua, porém disfarçada. “A recusa de idosos é sutil, igualmente a que temos com outras classes desfavorecidas”, afirma.

A falta de atividades somada à solidão causam a depressão senil. “Faço muita coisa ainda, mas a maioria das pessoas não é assim. Ficam tristinhas dentro de casa”, conta Maria Amélia Xavier de 81 anos.

Para ela, a família é o braço forte dos mais velhos. Mesmo com dificuldades, os parentes se esforçam para cuidar deles e não deixá-los em asilos. “É difícil a família que abandona”. Para quem trabalha, uma opção são os Centros de Convivência, onde os idosos são atendidos por profissionais preparados a lidar com a vulnerabilidade decorrente dos longos anos. 

Da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social

(C.C.)



11/04/2007


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