Sarney abre encontro de parlamentares negros das Américas e do Caribe
O 1º Encontro de Parlamentares Negros e Negras das Américas e do Caribe foi aberto nesta sexta-feira (21) pelo presidente do Senado, José Sarney, com um discurso em que defendeu a promoção do negro na sociedade brasileira, afirmando que -enquanto o negro não tiver o espaço que merece, o Brasil não será um país justo-.
Afirmando que o Brasil é uma democracia racial que convive com enormes preconceitos, Sarney frisou que o país precisa mudar radicalmente o processo de recuperação das desigualdades. Ele citou dados sobre a situação da população negra no Brasil, que mostram que -os negros, entre os pobres, são os mais pobres; entre os que não conseguem acesso á educação, a maioria: entre os doentes, os mais graves-.
- A luta pela reparação da injustiça secular ainda levará muito tempo para se concluir. Alcançar a liberdade é alcançar a igualdade, é realizar e viver a plenitude da fraternidade - afirmou.
Sarney também lembrou que o problema enfrentado pelo negro no Brasil sempre marcou sua alma. Disse que, na Presidência da República, instituiu a Fundação Palmares, destinada a ser um suporte institucional das reivindicações desse povo. Também lembrou que, em 1999, convenceu-se da necessidade de implantar sistemas de quota nas áreas de emprego público e educação, abrindo o debate sobre o assunto e apresentando projeto de lei nesse sentido.
A Câmara dos Deputados, o Senado e a Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial são os promotores do evento, que se realiza no Auditório Nereu Ramos, da Câmara, e se encerra no domingo (23). O público-alvo do encontro são vereadores, deputados estaduais e federais, senadores e personalidades ligadas à luta contra a discriminação racial nas Américas e no Caribe.
Representantes dos diversos níveis do Legislativo e de organizações da sociedade civil, nos próximos dias, eles discutirão, entre outros assuntos, a realidade dos afrodescendentes e sua marginalização na hierarquia social; as demandas das organizações civis que militam no combate à discriminação étnico-racial; e proposições que resultem em ações de alcance nacional e internacional em favor das populações negras e seus descendentes nestes países.
Estão também previstos os seguintes temas para discussão: construção de uma rede de relações entre entidades e parlamentos dos países participantes, visando a realização de ações comuns; união de todos os países na realização de ações comuns ou conjugadas no atendimento das reivindicações das comunidades afrodescendentes; e criação de um programa de ação permanente em defesa da igualdade racial e da conquista de políticas públicas a partir das premissas debatidas e aprovadas no encontro.
21/11/2003
Agência Senado
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