Sarney defende "prioridade absoluta" para combate ao crime organizado



O presidente do Senado, José Sarney, disse nesta terça-feira (25) que considera indispensável a ampliação dos gastos com segurança pública, enfatizando que o combate ao crime organizado deve ser encarado por todos como -prioridade absoluta-.

- É uma decisão que não cabe apenas ao Congresso, pois também o governo e a opinião pública, em conjunto, devem se conscientizar de que este é um investimento que a sociedade tem que fazer. Com grande sacrifício, é verdade, mas que é necessário, pois não há nada pior do que uma sociedade insegura - afirmou.

Para Sarney, o Brasil está passando por um problema muito sério e que já afeta outros países, como a Itália, a França e a Colômbia.

- O Brasil estava fora desse tipo de violência, esta verdadeira guerra em que o crime organizado se sente capaz de enfrentar o Estado. Nós estávamos imunes até agora. Não estamos aparelhados do ponto de vista legal e nem operacional para enfrentar esse tipo de situação. De nossa parte, o Congresso Nacional vai respaldar as ações do Executivo e do Judiciário, para rapidamente dar os instrumentos legais que forem necessários - disse.

Entre as medidas que o Congresso poderá adotar, Sarney citou a modificação das leis visando garantir proteção adequada aos juízes e evitar que eles se sintam intimidados pelo crime organizado. Segundo o senador, leis assim foram adotadas por outros países que vivem problemas semelhantes.

- Na França, os juízes encarregados do crime organizado vivem quase no anonimato e sob proteção especial para poder trabalhar - informou.

O senador defendeu também a revisão da chamada -Lei Fleury-, que permite aos acusados de crime de homicídio responder a processo em liberdade.

- Acho que o momento agora é propício para a mudança da Lei Fleury, pois deixar que criminosos se defendam soltos é uma ofensa à sociedade e às vítimas. A vida humana é a coisa mais importante, o homicídio é o maior crime. Esse é um erro da legislação brasileira que já procurei derrubar, mas a Constituição de 88 manteve - observou.



25/03/2003

Agência Senado


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