Sarney destaca importância da comissão que irá acompanhar a crise financeira
Ao fazer um balanço das iniciativas adotadas pelo Senado na primeira semana de sua gestão, Sarney destacou a criação da comissão para o acompanhamento da crise financeira global, integrada pelos senadores Francisco Dornelles (PP-RJ), Pedro Simon (PMDB-RS),Marco Maciel (DEM-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Aloizio Mercadante (PT-SP). A comissão deverá apresentar sugestões para minorar os efeitos da crise no país.
Na avaliação do presidente do Senado, a crise planetária "é profunda, é muito grande" e não se pode adiantar os seus desdobramentos.
- Estamos em uma sociedade não em transformação, mas em uma sociedade transformada, em que o modo de vida de todos foi afetado pelo contágio universal. Estamos em uma fase em que o mundo atravessa um período de desglobalização e, ao mesmo tempo, os nacionalismos voltam a surgir. A meu ver, estamos atravessando um momento da história no qual, como aconteceu com o comunismo, que desapareceu e passou como uma das ideias já no domínio da história, acontece com o capitalismo, que também atravessa sua crise. Ele foi vítima de suas contradições, da mesma maneira que o comunismo - considerou.
Alterações no Regimento
Sarney disse ainda que sua gestão será pautada estritamente pelas regras pré-definidas pelo Regimento Interno do Senado - "única maneira de evitar arbítrio e incompreensões". O senador, entretanto, acrescentou que o regimento precisa ser modificado para se adequar aos dias atuais e dar mais agilidade aos trabalhos legislativos.
- O regimento se encontra muito defasado. É um regimento que vivia para o Congresso do discurso, e não para uma sociedade que se transformou com a informática. De maneira que tem que ser totalmente modificado. É muito presidencialista, concentra nas mãos do presidente muitas atividades. Vamos estabelecer regras de dividir as atribuições dentro da Casa com os diversos membros da Mesa - afirmou.
Votações
Sarney explicou ainda que a entrada dos projetos na pauta de votações irá ocorrer pela ordem de chegada dessas matérias das comissões, conforme já determinou à Mesa. Essa medida, segundo ele, retira do presidente o "arbítrio" de escolher a proposta que será apreciada pelos parlamentares.
- Só daremos preferência àqueles pedidos que chegarem das lideranças com urgência, decididos dentro do Plenário. Isso dará uma transparência muito grande aos trabalhos - disse.
Independência dos Poderes
O presidente do Senado também informou aos jornalistas que irá se esforçar como forma de evitar a "judicialização" da política. Ele afirmou que a existência de "divergências maiores" entre o Legislativo e o Judiciário não faz parte da tradição política brasileira, ao contrário de outros países.
- Não é possível que dentro do Congresso Nacional tenhamos de recorrer a outros Poderes para resolver problemas que temos e têm surgido. Vou me esforçar no sentido que tenhamos essa orientação. Procurarei o [Michel] Temer [presidente da Câmara dos Deputados] para que juntos tenhamos ação junto ao presidente do STF [Supremo Tribunal Federal] - adiantou.
12/02/2009
Agência Senado
Artigos Relacionados
Comissão que vai acompanhar crise financeira mundial será instalada nesta semana
Sarney instala comissão de acompanhamento da crise financeira
Sarney participa de reunião da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade
Sarney indica membros da comissão que vai monitorar efeitos da crise financeira mundial no Brasil
Azeredo ressalta importância de obras de infra-estrutura até para enfrentar a crise financeira
Sarney: Brasil tem boas condições de enfrentar a crise financeira dos EUA