Sarney diz que é preciso atualizar o Código de Defesa do Consumidor



O presidente do Senado, José Sarney, instalou nesta quarta-feira (15) a comissão de juristas que vai atualizar o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). Segundo ele, o CDC - "uma das leis mais importantes do século 20, uma unanimidade nacional" - precisa de atualização.

- O sucesso do CDC é razão para inspirar um permanente esforço de aperfeiçoamento legislativo, sempre no sentido de fazer avançar e de ampliar os direitos do consumidor, jamais de retroceder na quantidade, qualidade ou grau dos que já lhe são assegurados presentemente - declarou, durante a cerimônia de instalação da comissão.

Sarney mencionou a necessidade de elevar a proteção jurídica do consumidor, à medida que cresce o consumo no Brasil e no mundo. O presidente do Senado asseverou ter procurado fortalecer a proteção ao consumidor com a criação, em 1985, durante seu governo, do Conselho Nacional de Defesa do Consumidor (CNDC) e a sanção da Lei da Ação Civil Pública. Cinco anos depois, disse Sarney, surgiu o CDC.

- Um documento ético-político, de afirmação da figura do consumidor nas relações de mercado, não apenas como sujeito a merecer atenção mercadológica, mas, sobretudo como titular de direitos, agora legalmente reconhecidos sob o guarda-chuva da dignidade da pessoa humana e da função social do contrato - opinou o senador.

Tecnologia 

Passados 20 anos, com a dinâmica tecnológica do século 21, continuou Sarney, tornou-se necessária a atualização, tanto do CDC como de outros códigos, passo que vem sendo dado pelo Senado. No que se refere às relações de consumo, o presidente frisou que alguns temas específicos merecem atenção, como os campos do comércio eletrônico, do crédito ao consumo e do superendividamento, áreas que acabaram por não receber tratamento adequado pelo legislador de 1990.

Para o senador, é preciso reconhecer a essencialidade do crédito ao consumidor, como instrumento de viabilização do consumo, mas com um pacto mínimo de boas práticas que favoreçam a transparência, a informação e a boa-fé, assegurando, simultaneamente, a ampliação do crédito e o crédito responsável.

- Meu desejo é fortalecer a proteção do consumidor no Brasil - afirmou.

A comissão será presidida pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin, que disse esperar corresponder às expectativas do Congresso Nacional para manter os direitos já obtidos e só adicionar, nunca reduzir o já previsto no CDC.

Além de Benjamin, a comissão terá como relatora a professora Cláudia Lima Marques. Também vão integrar o grupo os juristas Ada Pellegrini Grinover, Leonardo Roscoe Bessa e Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer.



15/12/2010

Agência Senado


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