Sarney oficializa sua candidatura à Presidência do Senado



O senador José Sarney (PMDB-AP) anunciou, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (28) que é mesmo candidato à Presidência do Senado. A decisão foi tomada durante reunião da bancada do partido, na residência oficial do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, do PMDB.

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- A partir deste momento, eu sou candidato à Presidência do Senado. Não desejei, não quis, mas não pude deixar de atender as solicitações que recebi de muitos senadores de quase todos os partidos e de alguns setores da sociedade para que eu aceitasse essa missão - disse Sarney, em entrevista à imprensa.

Sarney disse que só se candidataria à Presidência do Senado se a bancada do seu partido escolhesse o seu nome. Ele informou que a bancada, na reunião desta quarta-feira, para sua "grande satisfação e orgulho", indicou-o como candidato do partido por unanimidade.

O candidato do PMDB fez questão de ressaltar que aceitou a solicitação da bancada do seu partido para que se candidatasse à Presidência do Senado "como uma missão, em um momento difícil de uma crise internacional que pode também atingir o país". O senador disse que vai prestar um serviço ao país, ajudando na governabilidade.

- Seria impossível um político com minha experiência não ceder a essas reivindicações pela minha candidatura - disse.

Perguntado se vai procurar o senador Tião Viana (PT-AC), que já registrou sua candidatura, Sarney disse que a tradição parlamentar é que os líderes dos partidos tratem da busca de apoio aos candidatos.

Sarney acrescentou que o desejo de uma união de todos os partidos em torno de um nome para presidente do Senado não é só do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como também seu. Observou, no entanto, que a disputa com o senador Tião Viana é um fato normal das casas legislativas.

Perguntado sobre os partidos que o apoiam, Sarney respondeu:

- Não fiz nenhum cálculo. Sempre tive, como disse Machado de Assis, 'um tédio a controvérsias', de maneira que sempre consegui um clima de diálogo, de convivência, de transparência e de paciência e acho que esses são os motivos pelos quais estou sendoescolhido pelo meu partido e vou continuar a trabalhar nessa direção.

Comentando o fato de o PMDB ter candidatos para a Presidência do Senado e da Câmara, Sarney disse que isso resulta de o partido ter maioria nas duas Casas. Ele salientou que essa maioria foi dada pela vontade do povo nas eleições. Quanto à presidência das comissões permanentes, Sarney lembrou que esses cargos são distribuídos levando-se em consideração a proporcionalidade dos partidos políticos na Casa.

Quanto ao que vai mudar no Senado, caso seja eleito, Sarney lembrou que, quando foi presidente da Casa, convidou a Fundação Getúlio Vargas para planejar a reforma da administração do Senado. De sua administração, disse, resultou a informatização da Casa e a criação do sistema de comunicação social - televisão, rádio, jornal e agência de notícias.

- Isso já faz algum tempo. Precisamos fazer uma revisão para que se possa atualizar e melhorar a eficiência dos serviços - disse.

Sarney lembrou que já tem 33 anos de Senado, sendo o parlamentar com o maior tempo de Casa em toda a história do Brasil, ficando em segundo lugar, com 31 anos, Rui Barbosa.

Sarney também prestou uma homenagem ao atual presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, que, conforme afirmou, assumiu o Senado num momento difícil, conseguindo restabelecer na Casa uma boa convivência. Ele citou pesquisas a que teve acesso na terça-feira (27), mostrando que "a posição do Senado subiu bastante na opinião pública".

Geraldo Sobreira / Agência Senado



28/01/2009

Agência Senado


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