Sarney recebe visita do presidente do Uzbequistão e comitiva



O presidente do Senado Federal, José Sarney, recebeu na tarde desta quinta-feira (28) visita oficial do presidente da República do Uzbequistão, Islam Abduganievich Karimov, e comitiva. Para Sarney, a visita (primeira de um presidente uzbeque ao país) sinaliza que o Brasil está alcançando um novo patamar no cenário internacional. Logo depois, Karimov foi recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

- O Brasil é um grande país. Nós o consideramos um grande país, tanto em virtude da extensão territorial, quanto pela grande população, imensos recursos naturais e seu povo que trabalha muito. Os documentos que assinamos vão proporcionar as condições para o desenvolvimento de nossas relações - disse Karimov, citando os acordos comerciais assinados com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Karimov agradeceu a "calorosa acolhida e hospitalidade" dos brasileiros e enfatizou que o objetivo de criar os alicerces das relações entre Brasil e Uzbequistão. Ele destacou ainda a relevância do Senado brasileiro, ao abrigar representantes dos diversos estados da federação.

- Um país imenso como o Brasil não pode viver sem um Senado. O Senado é a cabeça do Brasil. Viemos aqui para demonstrar nosso apoio a esta nação - disse o presidente uzbeque.

Ele também declarou o apoio do Uzbequistão à entrada do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

- O Brasil há muito tempo merece esse direito, por representar não só a América Latina, mas por ter uma grande autoridade em todo o mundo. O Uzbequistão também continuará apoiando o Brasil em todos os organismos internacionais - garantiu.

Karimov explicou que o sistema de representação política no Uzbequistão também é bicameral: um Senado com 100 representantes e uma Câmara Baixa com 150 deputados. Entretanto, disse que o Senado uzbeque tem apenas o papel de aprovar ou devolver para revisão as leis criadas pela Câmara Baixa.

O presidente daquela nação também disse acreditar em um futuro promissor nas relações entre ambos os países. Para ele, existem "grandes perspectivas de cooperação" entre Brasil e Uzbequistão, que está situado no centro da Ásia Central.

Sarney disse que Karimov entende a "exata importância" do Poder Legislativo nas democracias e ressaltou que o Senado brasileiro ajuda a assegurar a unidade nacional do país.

- A sua visita, o primeiro presidente do Uzbequistão que visita o Brasil, é um bom começo e é uma visita histórica - disse Sarney.

Também participaram do encontro os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Augusto Botelho (PT-RR), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Romeu Tuma (PTB-SP), diplomatas e servidores da Casa. Questionado por Suplicy sobre o papel social do governo uzbeque, Karimov disse que um dos objetivos de seu governo é impedir o crescimento da desigualdade social em seu país e afirmou que o governo investe anualmente 8% de seu produto interno bruto (PIB) na área educacional. Ele também convidou os senadores brasileiros a visitarem a capital Tashkent.

Uzbequistão

O Uzbequistão é uma ex-república soviética que se tornou independente em 1991, o que gerou tensão no país e conflitos étnicos. Com isso, cerca de 2 milhões de pessoas migraram para a Rússia. Localizado entre o Cazaquistão, o Turcomenistão, o Quirguistão, o Afeganistão e o Tadjiquistão, o Uzbequistão tem como língua nacional o uzbeque, é uma república presidencialista e tem população de quase 28 milhões de habitantes. A moeda corrente é o Som Uzbeque. Mais de 80% da população pratica a religião muçulmana.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a vinda ao Brasil, em 2006, do vice-ministro de Negócios Estrangeiros do Uzbequistão deu novo impulso às relações deste país com o Brasil, as quais se beneficiam também da prioridade concedida à Ásia pela atual política externa brasileira.

Ainda conforme o MRE, a assinatura de acordo entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (APEX) e a Uzinfoinvest (agência de investimentos estrangeiros do Uzbequistão) deverá impulsionar os negócios entre os dois países.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos acusam o governo Karimov de praticar tortura e perseguições políticas, o que não foi comentado pela diplomacia brasileira.

28/05/2009

Agência Senado


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