SATURNINO CRITICA FISCALIZAÇÃO DO BC



O Banco Central não está fiscalizando com rigor os pequenos bancos, bancos estrangeiros, cooperativas de crédito e consórcios. A denúncia foi feita nesta segunda-feira (dia 30) em plenário pelo senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) com base em degravação de uma teleconferência de que participou no dia 18 passado a chefe do Departamento de Fiscalização do Banco Central, Tereza Cristina Grossi.De acordo com o texto lido pelo senador, a funcionária do BC disse, durante a teleconferência, concordar com a afirmativa de que a instituição dá ênfase à supervisão dos conglomerados bancários e não dá "a mesma ênfase à supervisão de consórcios, cooperativas e talvez algumas empresas pequenas independentes". Ela argumentou, ainda segundo o senador, que o BC não tem pessoal suficiente para fiscalizar todo o sistema financeiro nacional.Saturnino declarou-se chocado com as declarações de Tereza Cristina Grossi e disse que o Banco Central está expondo correntistas, aplicadores e a própria economia do país a sérios riscos, "ainda mais porque o BC está deixando de lado a fiscalização das filiais de bancos estrangeiros". O senador lembrou que o Banco Marka era uma pequena instituição e mesmo assim estava pondo em perigo todo o sistema financeiro, segundo a alegação dos que venderam aos seus proprietários dólar abaixo do preço de mercado. A operação de venda de moeda estrangeira pela autoridade monetária ao Marka está sendo investigada pela CPI dos Sistema Financeiro.A ausência de risco no caso dos bancos estrangeiros é um engano, na opinião de Saturnino. Ele rememorou o episódio do Banco Barings que ruiu no mundo todo em 1995 devido a operações mal feitas que estavam sendo realizadas por um único operador na Ásia.Para o senador, o BC deveria resolver o seu problema de pessoal para poder atender às demandas da sociedade. Uma delas é o atendimento ao cidadão com problemas em contas correntes, que também está sendo relegado a segundo plano. Saturnino criticou a maneira, na sua opinião autoritária, como foi feita a reestruturação da área de fiscalização, sem consulta ao Senado, que é responsável pela aprovação dos nomes indicados pelo governo para a diretoria do Banco Central.Tereza Cristina Grossi disse ainda na teleconferência, segundo o senador, que o processo de reestruturação da área de fiscalização foi fechado. "Nós não discutimos o assunto nem com os chefes de divisão. Nós estamos aguardando a discussão do 192 (artigo da Constutituição que trata do sistema financeiro nacional) há dez anos e até hoje não surgiu. Será que teríamos de aguardar mais dez anos para fazer o que nós estamos precisando na área de fiscalização?" teria perguntado a funcionária do BC.

30/08/1999

Agência Senado


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