Saturnino critica venda de ações do Banco do Brasil



O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) criticou a decisão tomada pelo governo de vender 132,3 bilhões de ações ordinárias do Banco do Brasil, equivalentes a 17,8% do capital do banco. Ele estranhou o fato de a operação, comandada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estar sendo realizada há menos de 60 dias da posse do novo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

- Em princípio, tendo em vista que o governo manterá o controle acionário da empresa, não teríamos nenhuma restrição maior a que a operação se realizasse. O estranhável da decisão é que durante a campanha ficou clara a posição contrária da candidatura vencedora com relação a privatização de empresas e a venda de ações de estatais - afirmou Saturnino.

O senador lembrou que o seu partido sempre discordou da visão de que o mercado produz espontaneamente o desenvolvimento de um país. Ele destacou que a recessão, o atraso econômico e o alto índice de desemprego no Brasil decorrem do fato de o governo ter assumido essa posição.

Saturnino também considerou lamentável opinião emitida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de que criar emprego é função do mercado, e não do governo. O senador disse que a geração de empregos é, sim, responsabilidade e missão do governo, por meio da promoção do desenvolvimento.

O senador também comunicou ter recebido informações de que a atual administração do BNDES estaria concedendo financiamentos sem tomar os devidos cuidados de analisar a viabilidade da empresa que pleiteia o empréstimo. Segundo Saturnino, algumas operações estariam sendo feitas sem garantias reais.

- Este assunto certamente virá à tona; a opinião pública será informada. Estou adiantando as informações que recebi, mas registro que não tenho ainda a confirmação dos fatos - declarou o senador.



05/11/2002

Agência Senado


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