Saturnino diz que governo Lula está no caminho correto
Ao rebater críticas de que o governo Luiz Inácio Lula da Silva está sendo lento na retomada do crescimento econômico e na geração de empregos, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) afirmou nesta quarta-feira (19) que o governo precisa agir com prudência e evitar caminhos equivocados como os que foram trilhados pelos presidentes João Goulart e Salvador Allende.
De acordo com Saturnino, Lula precisa dosar a sabedoria de não se apressar com a ousadia de avançar até o limite politicamente viável, para não cair na paralisação do governo Lech Walesa (Polônia), que foi aquém do possível, decepcionando o mundo por não ter sabido lutar contra as pressões internacionais.
O senador reconheceu que trilhar o caminho da moderação é extremamente difícil, porque pressupõe manter um equilíbrio entre as pressões do Império - o governo dos Estados Unidos - e do sistema financeiro nacional e internacional e as exigências decorrentes da exclusão social e dos compromissos assumidos na campanha eleitoral.
- Até agora, Lula está avançando com a sabedoria necessária - avaliou.
Entre as medidas mais corretas do governo Lula, Saturnino citou a política externa de negociação em torno da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em que, a seu ver, a diplomacia brasileira está defendendo os interesses nacionais diante das ameaças do governo de George Bush. O senador destacou ainda o esforço de dinamização das exportações e os novos termos da negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No plano nacional, Saturnino aplaudiu a criação do microcrédito, a dinamização do setor de construção de navios e plataformas para a Petrobras, bem como as novas diretrizes para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social passe a financiar habitação e saneamento básico, gerando empregos com rapidez.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que a esmagadora maioria de votos que Lula recebeu no segundo turno das eleições deu-lhe uma legitimidade que faltou tanto a Allende quanto a João Goulart.
Também em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) aplaudiu a iniciativa do BNDES de comprar ações da Vale do Rio Doce para garantir controle acionário nacional sobre uma empresa que é estratégica para o desenvolvimento do país.
19/11/2003
Agência Senado
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