Saturnino e Palocci concordam em manter atual carga tributária
O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) disse nesta quinta-feira (27) que a reforma tributária não poderá dispensar o Imposto de Renda (IR) como instrumento para resolver o que considera o problema mais importante do país: as desigualdades sociais. Ele elogiou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pela sabedoria e prudência com que está conduzindo o processo da reforma e pela decisão de se concentrar em dois objetivos: aliviar o custo dos produtos e melhorar a qualidade dos impostos.
Segundo Saturnino, a solução das desigualdades sociais vai exigir a manutenção, -por um bom tempo-, de uma carga tributária elevada e a criação de alíquotas mais progressivas para o IR. Ele defendeu o empenho nacional para resolver essas desigualdades nos próximos 20 anos, caso contrário -o Brasil terá índices de criminalidade impensáveis, se comparados com os índices atuais-.
O ministro explicou que, antes de iniciar uma reforma tributária, é preciso decidir a qualidade, a justiça e a utilidade para o crescimento da economia que os impostos terão. -Não devemos discutir o tamanho da carga tributária-, salientou. Palocci adiantou que o governo não pensa em aumentar a carga tributária atual, mas mantê-la.
Palocci disse que é um erro querer discutir a justiça tributária a partir do Imposto de Renda. Segundo ele, apenas 6,5% da população economicamente ativa contribuem com o IR, que precisa ser mais justo, taxando a renda de maneira progressiva, ou seja, cobrando mais dos que ganham mais. Palocci também destacou a arrecadação por meio de impostos indiretos e a taxação de grandes fortunas, que se daria com o imposto sobre herança.
27/03/2003
Agência Senado
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