Saturnino: omissão pode incriminar ACM



A alegada omissão do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no caso da lista de votação da sessão secreta em que foi cassado o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF) pode ajudar a fundamentar um eventual pedido de cassação do ex-presidente do Senado. A opinião foi manifestada pelo relator do caso no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Roberto Saturnino (PSB-RJ).

- Acho que isso pode implicá-lo, mas antes de dar um parecer prefiro ouvir o que o senador terá a dizer no Conselho de Ética amanhã - disse Saturnino, nesta quarta-feira (dia 25).

O relator fez o comentário em função das declarações de Antonio Carlos publicadas nesta quarta-feira. O ex-presidente diz ter recebido e lido a lista com os votos secretos, mas não fez nada para punir o delito de violação do sigilo do painel de votações.

Saturnino explicou que estará atento ao que Antonio Carlos dirá em sua defesa no depoimento que terá início às 14h30 desta quinta-feira (dia 26). O relator pretende observar o conteúdo geral e os detalhes.

- Não me ocorre nenhuma justificativa para o que ele fez, mas talvez o senador tenha algo plausível para dizer - ponderou Saturnino.

O relator considera suficiente, no momento, a quebra do sigilo telefônico da ex-diretora do Prodasen, Regina Célia Peres Borges, que afirma ter recebido ligações de Antonio Carlos e do ex-líder do governo José Roberto Arruda (sem partido-DF). Se houver necessidade, disse, será quebrado o sigilo telefônico do ex-presidente do Senado.

25/04/2001

Agência Senado


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