SEBASTIÃO ROCHA APONTA CRESCIMENTO DAS OPOSIÇÕES



Em balanço dos resultados do primeiro turno das eleições municipais, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) destacou o crescimento significativo dos partidos de oposição, que a seu ver poderá ser ainda maior após o segundo turno, dada a liderança dos candidatos oposicionistas em seis capitais.

Esse crescimento, na opinião do senador, simboliza o esgotamento do modelo neoliberal adotado pelo governo Fernando Henrique Cardoso e sua equipe econômica, por seus efeitos de estagnação da economia e de aumento da concentração da renda e das desigualdades sociais e regionais do país.

Dentre os partidos de oposição, o senador observou que o PT foi o que mais cresceu em número de eleitores e de candidatos eleitos. Seu partido, o PDT, teve crescimento bem menor porque "as grandes lideranças pedetistas concentraram-se numa luta interna pela hegemonia, deixando de lado a luta pelo poder político no nível nacional", disse. Apesar disso, o PDT passou de 2.150 para mais de três mil vereadores, elegeu 287 prefeitos (eram 229), manteve as prefeituras de duas capitais - São Luís e Porto Velho - e disputará, no segundo turno, a prefeitura de Porto Alegre, detalhou o senador.

- Espero que o presidente da República e os partidos que o apóiam façam uma leitura correta da lição das urnas - afirmou.

Ao analisar os resultados eleitorais no Amapá, em que o candidato da coligação PDT-PTB perdeu as eleições, por poucos votos, para o candidato do PSB, Sebastião Rocha afirmou que isso gerou uma clima de suspeição. Há suspeitas de abuso de poder econômico e de manipulação de pesquisas eleitorais, insistiu:

- Em 29 de setembro o Ibope deu 40% das preferências para o candidato do PSB e 24% para o do PDT e o resultado foi empate técnico. A pesquisa divulgou percentuais completamente fora da margem de erro - comentou, defendendo uma CPI dos Institutos de Pesquisa e mudanças na legislação quanto à divulgação de pesquisas eleitorais. Ele também apelou para que os institutos Datafolha e Vox Populi realizem suas pesquisas também na região Norte, praticamente dominada pelo Ibope e Brasmarket.

Em apartes a Sebastião Rocha, os senadores Nabor Júnior (PMDB-AC) e Marluce Pinto (PMDB-RR) também condenaram a influência da divulgação de pesquisas às vésperas das eleições. Eles referiram-se principalmente à Brasmarket, que teria oferecido resultados favoráveis de suas pesquisas a candidatos que pagassem R$ 30 mil.

11/10/2000

Agência Senado


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