SEBASTIÃO ROCHA LAMENTA ATUAÇÃO DO PT NA ELEIÇÃO DO AMAPÁ
O senador Sebastião Rocha (PDT-AP) protestou hoje (05) contra a atuação da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições do Amapá, que apoiou a candidatura à reeleição do governador João Capiberibe, do Partido Socialista Brasileiro (PSB).- Para surpresa nossa, ao apagar das luzes, na véspera do prazo final para as convenções, o Diretório Nacional do PT, reunido em São Paulo, decidiu intervir no PT do Amapá que, em encontro estadual, tinha decidido coligar-se com o PDT. Os petistas do resto do país decidiram mudar os destinos das urnas no estado do Amapá, ao obrigar o PT estadual a coligar-se com o PSB. Esta atitude do PT Nacional teve, entre outros objetivos, satisfazer o desejo do governador Capiberibe de isolar o PDT e inviabilizar a candidatura do deputado Waldez Góes ao governo do Estado - afirmou Rocha.Para o senador, a decisão da Executiva do PT nacional "foi letal à confiança na relação que se estabeleceu nesta Casa, durante os quatro anos que se passaram, entre PT e PDT". Rocha disse que esperava a neutralidade do PT nacional nas eleições do Amapá e revelou que conversou várias vezes sobre o assunto com o presidente do PT, José Dirceu, e com o candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros dirigentes petistas.- O PDT do Amapá entrou na cota de sacrifício como mecanismo de compensação para a intervenção em favor do PDT do Rio de Janeiro e a acomodação do governador Miguel Arraes na aliança nacional - acusou o senador.Rocha também protestou contra a forma como o PT apoiou o governador Capiberibe. - Lideranças petistas, algumas com excessiva arrogância, como o governador eleito do Acre, senhor Jorge Viana, foram ao Amapá nos insultar e, de forma acintosa, nos agredir. Ao senhor Jorge Viana faltou a cautela peculiar aos grandes líderes, de se mirar na história das pessoas antes de atacá-las. A direção nacional do PT preferiu, na relação com o PDT, massacrar os mais fracos, do seu ponto de vista, é claro - disse o senador.Sebastião Rocha lembrou que assinou há pouco tempo o requerimento de iniciativa do senador Ademir Andrade (PSB-PA) para a instalação da CPI das Pesquisas, e observou:- Para que a CPI tenha êxito, é preciso que todos os estados sejam investigados. O Ibope, quatro dias antes da eleição, permitiu a publicação, apenas para o Amapá, de pesquisa que atribuía 61% para Capiberibe e 33% para Waldez. Ouvido por minha assessoria, o senhor Montenegro, presidente do Ibope, confirmou a pesquisa e o resultado vergonhoso. Dados finais da eleição: Capiberibe, 53,5%, Waldez, 46,5%.Em aparte, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) destacou o desempenho de Sebastião Rocha no Bloco de Oposição, além da lealdade nas votações. Dutra disse que a CPI das Pesquisas não é apenas para determinados institutos de pesquisa em determinados estados. - O objetivo é apurar todos os estados, para que se investigue a possível manipulação da vontade do eleitor - afirmou.Em relação à participação do PT do Amapá, Dutra discordou da afirmação de Sebastião Rocha de que houve um "massacre" do PDT, e afirmou que a intervenção do Diretório Nacional foi tão legítima quando a intervenção havida no Rio de Janeiro. - Naquele momento, o mais importante era manter a aliança nacional em torno da candidatura Lula - explicou. Para Dutra, se houve discriminação no Amapá, esta foi do PDT, que não levou a questão, juntamente com a questão do Rio de Janeiro, para a discussão nacional. Dutra ainda lembrou que problemas com partidos aliados existiram em todos os estados.A senadora Marina Silva (PT-AC) elogiou a atuação de Rocha no Bloco de Oposição, mas viu com estranheza a afirmação de que o governador eleito do Acre, Jorge Viana, teria ofendido e agredido o PDT do Amapá.- Não é do seu feitio agredir as pessoas. As críticas devem ter sido feitas do ponto de vista político. Marina lembrou que existiam problemas anteriores entre o PT e o PDT no Amapá e disse que divergências paroquiais não devem influenciar a luta no Congresso Nacional.Sebastião Rocha afirmou que os argumentos dos senadores petistas eram fortes, mas não o suficiente para mudar seu entendimento sobre os episódios da campanha eleitoral. Para ele, é aceitável que o governador eleito do Acre vá ao Amapá apoiar e pedir votos para outro candidato, mas os insultos não são aceitáveis.O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também elogiou o apoio construtivo dado por Rocha às questões defendidas pelo Bloco de Oposição no Senado e disse que é preciso aprender com o episódio do Amapá. Suplicy colocou-se à disposição de Rocha para dialogar sobre a maneira de melhorar a relação entre os dois partidos no futuro.
05/11/1998
Agência Senado
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