SECRETÁRIO DO DF DEFENDE MODELO DE SAÚDE PREVENTIVA
Em entrevista ao jornalista Fernando César Mesquita, o secretário de Saúde do Distrito Federal, Jofran Frejat, afirmou que um dos grandes problemas da saúde pública no país é abordagem curativa e não preventiva. O programa Entrevista Especial sobre o tema Saúde no Brasil vai ser transmitido neste sábado e domingo (dias 24 e 25), às 11 e 23 horas, pela TV Senado.- O problema no Brasil não é com os pacientes internados, mas o acesso à saúde. A medicina preventiva ainda é capenga no país. Infelizmente formamos médicos para tratar das doenças e não para promover a saúde. Deixamos o indivíduo adoecer para depois tratá-lo - comentou Frejat, que pela quarta vez ocupa o cargo de secretário de Saúde de Brasília.O secretário de Saúde do Distrito Federal também criticou a forma utilizada pelo Ministério da Saúde para repassar as verbas para estados e municípios. Ele disse que o critério populacional precisa ser revisto. Jofran Frejat citou como exemplo de distorção o fato de alguns municípios preferirem comprar ambulâncias para levar os pacientes para serem atendidos em outras cidades, ao invés de investir na construção de postos de saúde ou contratação de profissionais.Na opinião de Jofran Frejat, o governo federal precisa encontrar um mecanismo que faça com que o município perca recursos na hora em que encaminhar um paciente para ser atendido em outra cidade ou região. "Desta forma, sentindo no bolso, o prefeito passará a ter vontade de investir em equipamentos de saúde para o município", opinou.Jofran Frejat também defendeu a aprovação da proposta de emenda à Constituição que está sendo discutida no Senado, vinculando um percentual para assegurar recursos mínimos para a saúde pública. Ele justificou que como estados e municípios sempre adiam a resolução do problema, não existe outro caminho a não ser o da vinculação dos recursos. "Mesmo que fosse uma vinculação temporária", completou.Ao final da entrevista, perguntado sobre se teria uma receita para melhorar a saúde, Frejat elegeu como prioridade a implantação de horário integral e melhores salários para os profissionais da área. Ele também defendeu projeto de sua iniciativa, apresentado quando ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, para que todo médico que concluísse seu curso em universidade pública fosse obrigado a desempenhar sua função por um determinado período em município escolhido pelo governo.
23/06/2000
Agência Senado
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