Seguradoras apostam em vida e na previdência



 




Seguradoras apostam em vida e na previdência
As seguradoras estão apostando suas fichas no desenvolvimento de produtos de vida e previdência privada. Afinal, trata-se da formação da poupança de longo prazo, essencial para o desenvolvimento do País.

Como o assunto interessa ao futuro governo, o setor conta com o apoio de medidas que possam alavancar as vendas de seguros, como incentivos fiscais.

No primeiro semestre deste ano, o seguro de vida acumulou um crescimento nominal de 45%.


Grande varejo concorre com bancos
Supermercados e magazines já vendem seguro, cobram conta de luz e dão empréstimo. Arroz, carnes, eletrodomésticos, seguro de vida, consórcio, passagens aéreas: a cesta de ofertas de supermercados e lojas de departamentos fica mais ampla e abriga produtos antes exclusivos de bancos, agências de viagens e outros prestadores de serviços.

Na passagem pelo caixa, o cliente pode também pagar contas de luz, água ou telefone. E, numa seção à parte, colocar cartas no correio.

Cada vez mais, os varejistas brasileiros seguem a tendência internacional de oferecer os mais variados serviços. É uma resposta às margens de lucro apertadas, provocadas pelo aumento da concorrência - o consumidor está mais exigente e já não compra apenas por impulso - e pelo acesso à internet, que permite a comparação de preços.

Os varejistas tentam adaptar-se, seja para atrair clientes, seja para lucrar com a venda dos serviços. Aproveitam assim as grandes redes para compensar com volumes crescentes as margens menores.

Na semana passada, o grupo Pão de Açúcar encerrou projeto piloto para vender seguros, consórcios e planos de capitalização em algumas lojas da rede Barateiro, na zona leste de São Paulo. Os resultados ainda não foram avaliados.

Por enquanto, a idéia, segundo Ricardo Barreto, diretor do grupo, é ter produtos ligados ao negócio principal. Nessa linha, o Pão de Açúcar já oferece, além do seguro-desemprego na venda de eletroeletrônicos e de garantia estendida, vales-alimentação sem cobrar taxa de administração, desde que utilizados para comprar em suas lojas.

O concorrente Carrefour, tem planos de instalar agência de viagens em seus hipermercados.
Lojas de departamentos têm projetos definidos. O paulista Magazine Luiza começa a vender ainda este mês seguros de vida, de residência e acidentes pessoais. Desde janeiro, faz empréstimos pessoais, como decorrência de sua associação com o Unibanco na financeira LuizaCred. Os serviços serão ampliados porque trazem comodidade ao cliente e lucro à empresa, segundo Carlos Donzelli, gerente financeiro do Luiza.

Outra rede, a gaúcha Lojas Colombo, negocia com distribuidoras de energia e operadoras de telefonia a instalação de áreas específicas para recebimento de contas. A rede já recebe o pagamento de contas de luz nos seus caixas, e tem agências do Correio em seis lojas.


Reservas caem ao nível mais baixo desde 95
Conceito é de liquidez internacional. As reservas internacionais líquidas atingiram, na semana passada, o nível mais baixo desde o início do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Como informou o Banco Central na última sexta-feira, as reservas cambiais brutas, no conceito de liquidez internacional, eram de US$ 35,539 bilhões. Deduzidos desse total os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 18 bilhões, chega-se a US$ 17,539 bilhões, pouco menos da metade do que o presidente encontrou ao tomar posse, pela primeira vez, em janeiro de 1995 (US$ 35,422 bilhões).

"O quadro não é tão crítico quanto parece", diz o economista Antônio Corrêa de Lacerda, presidente da Sociedade de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet).

"O déficit em transações correntes está despencando. Isso significa que a exposição externa do Brasil atualmente não é tão grande". A situação, porém, não é nada confortável, especialmente para um período de transição de governos, que se inicia daqui a uma semana, diz Corrêa de Lacerda.


Nova linha do BNDES já está 83% liberada
A linha emergencial de financiamento de pré-embarque de curto prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançada em agosto, aprovou até sexta-feira empréstimos no valor de US$ 560 milhões, envolvendo 330 operações de exportação - 180 delas relativas a empresas com faturamento de até R$ 100 milhões por ano.

Do total aprovado, já foram desembolsados US$ 500 milhões, 83% do orçamento da nova linha, previsto em cerca de US$ 600 milhões (equivalente a dotação de R$ 2 bilhões) com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

A liberação dos recursos passou por atrasos no início deste mês. "A forte demanda pelo empréstimo criou desajustes de caixa, com defasagem entre a entrada e a saída de recursos", disse o vice-presidente e diretor financeiro do BNDES, Isac Zagury. Garante, porém, que "a normalidade no fluxo de aprovações e liberações já foi restabelecida".

Os desembolsos do BNDES-Exim, braço do banco para o financiamento à exportação, somarão US$ 4 bilhões este ano, 54% a mais do que os US$ 2,6 bilhões emprestados em 2001. Até sexta-feira, este tipo de desembolso já somava US$ 3,38 bilhões.


O Planalto quer manter 4 ministros no Supremo
O governo quer negociar com o Congresso a prorrogação dos mandatos de quatro dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que deixariam a instituição por atingir a idade-limite de 70 anos. Os ministros Moreira Alves, Sydney Sanches e Ilmar Galvão se aposentam compulsoriamente no primeiro trimestre de 2003. O ministro Maurício Correa sai em 2004.

A idéia é aprovar emenda constitucional para ampliar de 70 para 75 anos a idade da compulsória. Com isso, o futuro presidente não terá como indicar ministros do Supremo até 2006.


Segundo turno nas eleiçõesdo Equador
Na eleição presidencial do Equador, cinco candidatos chegaram às urnas em condições de passar para o segundo turno, a ser realizado no próximo dia 24 de novembro. Os resultados estão tão próximos que só no final da contagem será possível conhecer os dois candidatos vencedores.

Até às 23 horas de ontem (horário de Brasília), com 27% dos votos apurados, o magnata da banana Álvaro Noboa liderava com 17,47%, seguido bem de perto pelo socialista moderado León Roldós, com 16,71%.

O coronel da reserva Lucio Gutiérrez aparecia com 16,41%; o ex-presidente Rodrigo Borja, da esquerda democrática, com 15,59% e Xavier Neira, do partido de direita cristão, com 15,46%. As eleições transcorreram sem grandes incidentes.


Colunistas

Petróleo pressiona à guerra
Maria Helena Tachinardi

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, deixou claro, ontem, que, por trás do objetivo principal de destituir o presidente iraquiano, Saddam Hussein, existem "considerações econômicas e de estabilidade regional" que estão em jogo no Congresso dos Estados Unidos (EUA) e no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) no debate sobre a guerra ao Iraque.

Powell, segundo a agência Dow Jones Newswires, notou que as companhias russas e outras devem ter interesses financeiros na indústria de energia do Iraque, que seria a principal receita de exportações no regime pós-Saddam.

Powell destacou ao Conselho de Negócios EUA-Rússia, em Washington, que o governo Bush está consciente "dos interesses que outros países têm num futuro regime iraquiano".

Está cada vez mais claro que desarmar Saddam, isto é, retirar dele alegadas armas de destruição em massa, via ONU ou pela força militar, será de grande ajuda para o setor do petróleo.

O assunto foi colocado em Houston, Texas, nesta semana, no US-Rússia Commercial Energy Summit - reunião de cúpula dos EUA com a Rússia sobre assuntos comerciais envolvendo energia -, que juntou assessores do presidente George Bush, entre eles os secretários de Comércio e de Energia, altos executivos dos dois países, deputados e senadores.

O governo Bush busca parceria com os magnatas do petróleo russo para, por pressão deles, convencer o governo de Putin a apoiar no Conselho de Segurança uma ação militar.

"Se a guerra ao Iraque for iminente, as empresas petrolíferas russas - em conjunto com companhias norte-americanas - podem ajudar a assentar as bases para uma verdadeira parceria entre os EUA e a Rússia em energia", diz Eugene Rumer, categorizado membro do Instituto de Estudos Estratégicos da National Defense University, em Washington.

Em artigo no The Washington Post, na última segunda-feira, ele diz: "os 5 milhões de barris diários de petróleo russo exportados, combinados com 4 milhões de barris da capacidade projetada do Iraque, podem se aproximar da produção diária da Arábia Saudita de 8 milhões de barris diários e se tornar uma força sem precedente de estabilidade no mercado global de petróleo".

Oposição iraquiana procurada
As companhias petroleiras russas temem que as norte-americanas dominem a segunda maior reserva de petróleo do mundo, que estão no Iraque, sendo grande parte dela ainda inexplorada.

O Iraque tem reservas confirmadas de 112 bilhões de barris; perde apenas para a Arábia Saudita, que aparentemente possui o dobro disso. Com as sanções impostas pela ONU ao Iraque, a produção atual do país é de apenas 2,8 milhões de barris diários, uma capacidade que Bagdá luta para alcançar devido à deterioração de seus equipamentos.

Pelo programa da ONU "petróleo em troca de alimentos", o Iraque exporta cerca de um milhão de barris/dia. Desde 1998, segundo o jornal britânico The Independent, duas subsidiárias da Halliburton, em Houston, companhia que já foi dirigida pelo vice-presidente norte-americano, Dick Cheney, receberam US$ 24 milhões pelo serviço de conserto dos oleodutos iraquianos, no contexto do programa das Nações Unidas.

De acordo com o The Independent, especialistas da indústria petrolífera dizem que "há uma grande preocupação de que os EUA poderiam dominar a indústria de petróleo iraquiana depois de Saddam. Como resultado, várias petroleiras vêm mantendo conversas com a oposição iraquiana para assegurar que elas estarão envolvidas em negócios futuros", após uma eventual queda de Saddam Hussein.

Segundo o jornal britânico, o governo russo de Vladimir Putin - que é amigo do Iraque - recentemente despachou a Washington um diplomata para uma conversa com um alto funcionário do Congresso Nacional Iraquiano (INC), o grupo de oposição a Saddam apoiado pelos Estados Unidos.

Naquele encontro, no dia 29 de agosto, o diplomata expressou o temor de que os EUA tirem a Rússia dos mercados de petróleo, menciona The Independent, em sua edição de 26 de setembro.

James Woolsey, ex-diretor da central de inteligência dos EUA (CIA) e especialista nas relações entre segurança global e petróleo, disse que as empresas petrolíferas da França e da Rússia têm interesses no Iraque.
"Elas deveriam ser informadas de que se ajudarem a encaminhar o Iraque para um governo decente, nós faremos o melhor para assegurar que o novo governo (iraquiano) e as companhias norte-americanas vão trabalhar em conjunto com elas", destacou Woolsey, em artigo no The Washington Post.

Com o aumento de investimentos estrangeiros no Iraque, o país poderia produzir 6 milhões de barris diários em cinco anos. Isso faria do Iraque o terceiro maior produtor depois da Rússia e da Arábia Saudita.
O presidente do INC, partido de oposição a Saddam, Ahmed Chalabi, opina que os Estados Unidos deveriam liderar um consórcio para desenvolver a indústria de petróleo iraquiana.

Esse comentário, menciona The Independent, horrorizou o governo da Rússia, que, por ser o maior exportador mundial de petróleo, tem muito a perder se os EUA assumirem uma posição predominante na indústria de petróleo iraquiana.

Conselho da ONU
O jornal informa ainda que Thane Gustafson, diretor sênior da consultoria Cambridge Energy Associates (Cera), disse que o assunto certamente está no centro das negociações da Rússia com os EUA acerca da resolução das Nações Unidas sobre a volta ao Iraque dos inspetores de armas. Segundo Gustafson, o petróleo preocupa o presidente russo, que provavelmente preferiria que as coisas ficassem como estão.

Rússia e EUA
Mas a Rússia, país onde o petróleo e o gás respondem por 40% das exportações, é muito importante para os EUA, levando-se em consideração a instabilidade no Oriente Médio e na América do Sul, sobretudo na Venezuela.

Segundo Sheila McNulty, no Financial Times, "os ataques terroristas aos EUA no ano passado forçaram os formuladores de política a considerar as vastas reservas russas uma prioridade".

Em julho, os EUA começaram a receber o primeiro carregamento direto de petróleo da Rússia. A Yukos Oil, a maior empresa petrolífera integrada russa, privatizada, foi a responsável pelas primeiras exportações para os EUA em bases experimentais, para avaliar a lucratividade da operação.

"A Rússia é e continuará a ser um importante fornecedor mundial de petróleo", diz Donald Evans, secretário de Comércio dos EUA.

Líderes interessadas
As companhias norte-americanas ExxonMobil e Chevron Texaco se recusam a dizer se têm conversado com a oposição iraquiana, menciona The Independent. Ambas admitem, entretanto, que estariam interessadas em operar no Iraque se as sanções econômicas fossem suspensas.

Um porta-voz da anglo-holandesa Royal Dutch Shell, que discutiu com Saddam, no passado, a possibilidade de desenvolver o campo petrolífero Ratawi, disse que não se aproximou da oposição iraquiana, mas confirmou interesse em negociar com o Iraque depois do fim das sanções.


Editorial

JOINT VENTURES PARA AUMENTAR A EXPORTAÇÃO

O noticiário da semana passada mostra o vigor que já adquiriram os empreendimentos de empresas brasileiras no exterior. Embora ainda sujeita à aprovação final das autoridades argentinas, a Petrobras concluiu a compra das operações petrolíferas do grupo Perez Companc, que, além de sua grande atuação na Argentina, também opera na Bolívia, no Peru, na Colômbia e na Venezuela. Paralelamente, o grupo Gerdau anunciou os resultados dos primeiros nove meses de 2002, os quais, em parte, são provenientes de suas subsidiárias nos Estados Unidos.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, o grupo vendeu mais 46%, indo para R$ 8,1 bilhões. A operação norte-americana respondeu por 39% dessa receita.

Convém notar que Petrobras e Gerdau mantêm as Américas como foco, que têm sido a opção preferida para a expansão das empresas brasileiras no exterior. Isso, sem dúvida, colabora para o fortalecimento do Mercosul e com as iniciativas para a implementação de uma zona de livre comércio com os países andinos.

De outra parte, a presença de empresas brasileiras no mercado dos EUA pode facilitar os entendimentos com vistas à formação da Alca a partir de janeiro de 2006. Mas, principalmente, essas iniciativas, ao induzir um crescimento das correntes de comércio, fazem parte da estratégia de impulsionar as exportações por meio da aquisição de empresas de outros países, formação de joint ventures e conclusão de acordos operacionais. Grandes empresas brasileiras tomaram a frente nesse processo de internacionalização.

Em reconhecimento explícito do valor das iniciativas desenvolvidas pelas empresas brasileiras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dispôs-se a criar linhas de crédito para facilitar o investimento na formação de associações com empresas estrangeiras, voltadas para a exportação.

O simples anúncio da possibilidade de financiamento a essas associações despertou o interesse de empresas. Conforme o presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho, declarou no mês passado, no 5 Fórum Interamericano da Microempresa, realizado no Rio de Janeiro, vários grupos procuraram o banco com projetos de parceria com estrangeiros.

Embora não tenha sido comentada na ocasião, a abertura efetiva dos processos desses financiamentos dependia de acrescentar no estatuto do banco, no capítulo referente às operações, cláusula específica sobre o assunto. Essa autorização foi finalmente dada com a publicação há uma semana, no Diário Oficial da União, do decreto que aprova o novo estatuto social do BNDES. Em seu artigo 9, diz expressamente que o banco pode financiar investimentos realizados por empresas de capital nacional no exterior, com a ressalva de que contribuam para promover exportações.

Com a autorização agora concedida ao BNDES, o Brasil se coloca na lista dos países que há muito tempo dão incentivos a suas empresas para investimentos no exterior.

Repetimos nossa posição favorável ao apoio creditício para a formação de joint ventures de empresas brasileiras com estrangeiras como maneira de incentivar a exportação. E ressaltamos que essa também é uma forma de contornar medidas protecionistas.

Essa decisão do BNDES é particularmente interessante para empresas de agronegócios. É um setor com indicadores positivos de crescimento e que conta com desenvolvimento tecnológico que permite ao Brasil índices de produtividade elevados em relação à produção de outros países.
É também o setor que mais sofre com as práticas protecionistas desenvolvidas por Estados Unidos e União Européia. Tal situação é particularmente prejudicial ao Brasil, que lidera a produção das principais commodities agropecuárias como soja, carne, açúcar e café.

O programa de expansão dessas empresas para o exterior deveria ser agilizado, fomentando a montagem de parcerias com empresas estrangeiras, de forma a juntar a cadeia de produção à cadeia de consumo.

Seria a maneira de participar dos lucros do valor agregado à matéria-prima nacional, que atualmente ficam para as empresas processadoras dos países importadores. Como acontece com a China, que importa os grãos de soja e os beneficia. Além de erguer barreiras à importação do óleo.

Associar-se a empresas chinesas é a fórmula para se firmar naquele mercado. Um exemplo é a joint venture que a Embraer está montando com a estatal China Aviation Industry Corp II (Avic II), uma forma de evitar a sobretaxa de 22% imposta pelo governo chinês para a compra de aviões.


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10/21/2002


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