Seminário debate política de desenvolvimento do Nordeste
O superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim abriu o evento destacando "a ausência de uma política de desenvolvimento regional, aliada à defasagem tecnológica e educacional da região Nordeste". Ressaltou, ainda, a existência de uma visão preconceituosa e distorcida de alguns setores políticos e burocráticos de Brasília (DF), prejudicando o fortalecimento e desenvolvimento da Sudene e do Nordeste.
Ainda segundo Paes Landim, é necessário "returbinar" as estruturas sociais e econômicas da região, aumentando a atratividade dos mecanismos de financiamento do desenvolvimento, entre eles os Fundos de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Foi opinião unânime entre os debatedores a necessidade de maior efetividade das ações do BNDES à Política Nacional de Desenvolvimento Regional do Nordeste. "É preciso que a PNDR seja uma política de Estado e não uma ação transitória de governo".
O superintendente destacou, ainda, a importância de prorrogar a vigência, através de lei, dos incentivos fiscais para o Nordeste. Ele reforçou que a Sudene tem a seu favor "o testemunho vivo de haver transformado, a partir dos anos 60, uma área estagnada e sem rumo definido, numa região de acelerado crescimento industrial, alcançando índices jamais vistos em áreas subdesenvolvidas do mundo". De acordo com Landim, diante do cenário atual, o "atalho" para desenvolver o Nordeste é investir maciçamente em Ciência e Tecnologia, "transformando a educação para que ela seja o indutor da transformação política, econômica e social da Região". Um importante projeto da Sudene é o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Competitividade para o Nordeste Brasileiro (PPDTC), considerado prioritário pela atual gestão da autarquia.
O evento foi marcado, também, pela apresentação do cientista político Emmanuel Ismael de Carvalho, professor da PUC - Rio de Janeiro. Ele falou sobre "NE: A Força da Diferença – Os Impasses e Desafios da Cooperação Regional" e enfatizou que a ação coletiva dos estados do Nordeste não é espontânea e precisa ser estimulada. Na opinião de Carvalho, a Sudene deverá ser repensada através de um debate que envolva a reavaliação do atual modelo de desenvolvimento regional, além da definição de uma política nacional voltada para uma melhor distribuição das atividades econômicas no território nacional e de uma pauta comum que contemple uma ação coletiva dos governos estaduais do Nordeste junto ao governo federal, resgatando a ideia de uma "arena política de cooperação regional que seja percebida como vantajosa para todos, que poderia ser a Sudene".
O seminário foi prestigiado também pelo vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Jorge Côrte Real, o qual afirmou que o Brasil não pode crescer de forma sustentável em meio às desigualdades regionais, afirmando que a Sudene deve liderar o processo de desenvolvimento do Nordeste, minimizando os conflitos de interesses entre os estados da Região. O representante do Ministro da Integração Nacional, Wanderley Uchôa, fez uma explanação sobre os instrumentos de ação da autarquia, como os Fundos e Incentivos Fiscais Federais. O secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Frederico Amâncio, encerrou o seminário e afirmou que o Nordeste ainda não é prioridade para o Brasil em nível de desenvolvimento, tendo muito que avançar em políticas nacionais de desenvolvimento regional. "A Sudene não pode continuar como um apêndice do Ministério da Integração", enfatizou. Para Amâncio, a luta pelo fortalecimento da Sudene é uma luta pelo Nordeste.
Fonte:
Sudene
14/03/2014 19:36
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